À Primeira Visita

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Eu estava completamente entediado. Eu já tinha ido caçar com meus irmãos, já tinha ido dar uma volta de carro, já tinha jogado com Emmett.

Nada para fazer.

Alice entrou na sala cantando Macareña. Tentei ler algo e nada. Ela estava claramente se esforçando demais para me esconder alguma coisa.

-Alice...

-Nem tente. Agora vá se arrumar que temos escola.

Rosnei. Não para ela, mas, pelo fato de ter que aguentar aqueles adolescentes com os hormônios a mil. As meninas sempre me imaginando sem roupa e fazendo algo impróprio com elas.

Não que eu seja um virgem puritano. Se tem algo que eu gosto e de sangue e de mulher. Mas, aquelas meninas chegam a ser toscas.

Nunca fiquei com nenhuma delas. Algumas chegaram a dizer que eu era gay. Nem me importei em falar nada. Até porque não devo nada a ninguém!

Em meu quarto eu tomei um banho. Não que eu necessite, mas, de alguma forma gosto de parecer o mais humano possível. Depois do banho fui ao closet e peguei uma roupa qualquer. Jeans, um suéter cinza, tênis e por cima uma jaqueta.

Tentei dar um jeito em meus cabelos, mas, como sempre falhei nessa missão. Passei perfume e peguei minha mochila sobre o sofá. Não, eu não tenho uma cama. Pra que se eu não durmo nem nada?

Desci e me joguei no sofá. Emmett apareceu junto com nossa mãe e sentou ao meu lado.

-Bom dia, meninos! -Mamãe falou e nós sorrimos.

-Bom dia, mãe. Cadê o Carlisle?

-Emergência no hospital. Nada demais. -Ela falou pegando um livro.

As meninas apareceram com Jasper que estava tão entediado como eu. Nos despedimos de Esme e fomos para garagem.

Meus irmãos entraram no Volvo. Emmett comigo na frente. Atrás, Rosálie, Alice e Jasper.

Para Jasper essa tarefa era ainda mais difícil. Ele passou um século e mais algumas décadas bebendo sangue humano. Então, para ele ficar perto de humanos, mesmo que já fizessem mais de 50 anos que se alimenta de animais, ainda é um calvário.

-Chegamos! -Falei fingindo um entusiasmo inexistente e meus irmãos riram.

Saímos do carro e numa velocidade humana, patético, corremos para o refeitório. Esperamos alguns minutos.

Todos estavam em polvorosa por causa de uma novata. Os rapazes principalmente. Eu não via seu rosto, sabia apenas que ela era filha do chefe de polícia da cidade. Charlie Swan.

Fui para minhas primeiras aulas tentando bloquear os pensamentos de todos sobre a aluna nova. Um deles pensava apenas numa palavra: Sexy. Mas, mostrar o físico dela que é bom nada!

A manhã passou de forma... Interessante. A ala masculina da Forks High School estava agitada. Enquanto isso as garotas tentavam ignorar dizendo que não era nada demais.

Cheguei no refeitório e sentei junto com meus irmãos. Alice já tinha pegado minha bandeja com comida. Argh!

A porta abriu e eu a vi. Ok, eu acho que estava atento alucinações. A mulher era simplesmente uma deusa do Olimpo!

Pelas mentes das duas meninas que estavam com ela soube seu nome. Isabella Swan.

Os cabelos cor mogno fluiam dm cachos naturalmente modelados até sua cinturinha delgada e bem desenhada. Os olhos eram de um chocolate tão intenso que parecia derretido. A boquinha vermelhinha, a pele branquinha e aparentemente cremosa. As pernas torneadas sendo realçadas pelo jeans colado. Os seios empinadinhos, o bumbum redondinho e durinho.

PUTA QUE PARIU VEM SER GOSTOSA ASSIM NO MEU COLO DELÍCIA!

-Irmão você quer por favor controlar seus desejos pela aluna nova? Estou quase fodendo a Alice aqui.

-JASPER! -Alice falou querendo rir e se pudesse corar já teria feito.

-O que uma humana pode ter de demais? Não vejo nada ali que eu e Alice não tenhamos de melhor.

-Ela não precisou ser vampira para ser a mais linda, Rosálie. -Falei e Emmett riu.

Continuei olhando a novata. Nossos olhares se encontram e lhe lancei um sorriso torto. Ela sorriu mordendo o lábio e piscando pra mim.

Oh, Isabella... Você está pisando em terreno perigoso.

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Entrei na sala de biologia, a única aula daqui que eu realmente gosto se isso é possível, e fui para o meu lugar.

A sala começou a encher. Isabella apareceu na porta e nesse momento o ventilador trouxe seu cheiro até mim.

Não! Isso não!

Eu tinha vontade de beber aquele sangue até a última gota. Era o cheiro mais atraente que eu já senti em toda a minha existência.

Me afastei e notei que ela cheirou seu cabelo. Merda!

Ela sentou do meu lado. LOGO DO MEU LADO. Segurei-me na bancada fazendo um esforço hercúleo para não matar esta menina e os inocentes nessa sala.

Uma aula jamais foi tão torturante pra mim. Assim que o sinal tocou eu corri. Não parei até que chegasse a uma das montanhas mais afastadas. Joguei minha mochila em qualquer lugar e cacei por horas. Até que ficasse completamente empanzinado.

Mas, não era aquele sangue que eu queria. O monstro em mim implorava para que eu corresse até a casa dela e bebesse tudo que eu tinha direito. Mas, eu jamais faria isso.

Caralho! Quem essa humana pensa que é para chegar e fazer esse inferno da minha vida?! Se eu ficasse eu sabia que seria capaz de matar aquela menina em dois tempos.

Suspirei sabendo exatamente o que eu tinha que fazer.

Cheguei em casa e Alice me abraçou chorosa.

-Não vai!

-Eu preciso. Esme...

-Apenas ligue e volte assim que se sentir preparado, querido. -Ela falou chorando e eu a abracei.

Minha mala já estava pronta. Alice teve uma visão e Esme preparou tudo. Ela sempre nos entendeu com a palma de sua mão.

Passei pelo hospital para avisar Carlisle. Como meu carro ficaria com Alice, ele me deu sua Mercedes. Me despedi e fui a caminho de Anchorage, Alasca.

Eu sei que não devia ir logo para a boca do lobo (lê-se: Tanya), mas, para onde mais eu iria?

Eu sabia que ela ia ficar dando em cima de mim, mas, eu não poderia ir para outro lugar. Tinha Carmen e Eleazar como meus tios. Eles poderiam me ajudar em qualquer coisa.

Cheguei e logo Tanya me abraçou. Ela tentou me beijar e eu a afastei.

-Até quando vai negar que me ama, Eddie?

-Primeiro, não sou cachorro para ser chamado de Eddie. Segundo, eu não quero você. Já deixei claro que somos família e que eu não a desejo como você quer que eu a deseje!

Ela fez um biquinho, ridículo diga-se de passagem, numa tentativa completamente falha em me seduzir.

Foram exatas duas semanas que eu aguentei ficar longe. Eu realmente temia voltar, mas, por mais que eu quisesse demais me manter o mais afastado possível dela, também a queria o mais perto de mim.

-Eu vou voltar pra casa. -Falei aos Denali.

-Você não pode...

-Tanya, eu não vou explicar mais uma vez. Nós não temos nada. Então, eu vou voltar sim.

Naquela mesma noite Alice me ligou falando que todos, menos Rosálie, é claro, apoiariam qualquer decisão que eu tomasse.

E no momento a única certeza que eu tinha é de que eu voltaria para casa.

E seja o que Deus quiser!

A New Story... By: Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora