[Olá! Gostaria de avisar que a história está sendo reescrita e estou repostando os capítulos com algumas mudanças. Não é nada majoritário, são pequenos detalhes. Caso você opte por continuar a ler os próximos capítulos, não vai perder muito em termos de enredo, mas notará uma mudança no estilo de escrita. Talvez você encontre algum "erro de continuidade", como alguma característica que você não viu antes, ou que você viu uma vez e não vê mais.
(Obs.: Eu não tenho previsão para postar os capítulos re-escritos.)
Espero que curta a leitura! :)
Este capítulo está reescrito; original abaixo]
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Você já viu alguma daquelas lanternas de lava? Que o que quer que seja aquilo lá dentro fica mexendo e mexendo, mudando de forma o tempo todo, bem psicodélico? Eu estava a aproximadamente 1 hora olhando para uma dessas. E essa uma hora foi tão longa que eu tenho certeza de que já descobri o padrão de movimento da coisa (para baixo, esquerda, direita e para cima, para baixo e para a esquerda de novo ー e se repete). Por que foi mesmo que eu comprei isso? Ah, sim, presente para o Alan. Ele ia odiar, ia ser perfeito. Não pude evitar dar um sorrisinho, afinal ele nunca usava nada do que eu dava para ele. Nada melhor do que dar uma coisa feia que a cada vez que ele olhasse se lembrasse da irmã querida.
Levantei em um salto da minha cama, agarrei a lanterna e marchei porta do meu quarto afora, descendo as escadas para ver os cabelos pintados de castanho bem presos em um coque da Mary balançando pra lá e pra cá enquanto olhava o espelho no hall. Eu não podia ver seu rosto, mas eu podia imaginar o bico que deveria estar na sua boca. Não pela própria aparência, Mary não precisava se preocupar com isso, mas pelas abomináveis marcas que alguma das garotas da limpeza tinha deixado ao limpar. Não conseguia mais contar quantas vezes trocamos de funcionárias ou empresas que terceirizam, nunca ninguém fazia como deveria ser na cabeça de Mary. Ninguém, exceto Matilde e Adele, que se aposentaram a uns 10 anos.
Ela girou a cabeça ao ouvir meus passos e abriu um sorriso bonito. Tão logo veio, se fechou em uma linha reta:
ー Sabe, Meredith, querida, essas garotas da Mystics Cleaning que vem limpar aqui não fazem as coisas direitinho. Acho que você deveria considerar contratar alguém diretamente. Terceirizando com empresa a gente nunca sabe quem vai vir, e mesmo que eles garantam um serviço de qualidade, eles não conseguem controlar o que cada uma das pessoas fazem na casa dos clientes. Olha o espelho como está! Todo marcado. ー A sinceridade da reclamação era palpável. Mary reclamada de todas as pessoas que vinham limpar aqui, mas o fazia com as mais sinceras e honestas intenções.
Mary Whitley trabalhava nesta casa a exatos 43 anos, pura dedicação e amor. E punho de aço. Nunca haveria um único fio fora do lugar enquanto ela estivesse ali.
ー Se você acha melhor, Mary... Sabe que tem carta branca para fazer como achar melhor. Eu estou indo ver o Alan, ok? Não sei quando volto.
Eu aposto que em cinco semanas ela vai querer voltar para alguma das empresas que terceirizam. A gente deveria ter mantido algum tipo de tracker, com certeza já contratamos todas as existentes pelo menos uma vez.
Estacionei meu Mini Cooper preto em frente ao apartamento do Alan e dei umas buzinadinhas para que ele soubesse que alguém chegou. Ele morava no centro de Londres, em um lugar que dava para fazer tudo andando ー o que era na verdade a única opção boa já que ele não sabia dirigir (nem usar o transporte público). O apartamento era um duplex em cima de uma barbearia, cujo dono, Fahid, absolutamente detestava meu Mini Cooper. Dizia que eu tampava a fachada do estabelecimento e que quando as pessoas viam o carro achavam que ele cobrava caro e não entravam. Toda vez que ele me dizia isso, eu rebatia dizendo que era absolutamente mentira: o mais provável era que as pessoas se interessavam pelo meu veículo lindo e reluzente e, olhando para ele, enfim acabavam percebendo a tal barbearia atrás e, só então, consideravam entrar naquele lugar.
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Perdida no tempo
RomanceMeredith Snigler acaba sendo cobaia de um experimento de seu irmão cientista, Alan, e devido a um erro vai parar no século XVIII. Toda sua rotina de festas, nada para fazer e despreocupações acaba ali. Sem ter como se comunicar com Alan, a jovem lon...