Capítulo 3

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[Olá! Gostaria de avisar que a história está sendo reescrita e estou repostando os capítulos com algumas mudanças. Não é nada majoritário, são pequenos detalhes. Caso você opte por continuar a ler os próximos capítulos, não vai perder muito em termos de enredo, mas notará uma mudança no estilo de escrita. Talvez você encontre algum "erro de continuidade", como alguma característica que você não viu antes, ou que você viu uma vez e não vê mais.

(Obs.: Eu não tenho previsão para postar os capítulos re-escritos.)

Espero que curta a leitura! :)


Este capítulo está reescrito; original abaixo] 

Eu andei. Andei muito por um campo que parecia ser infinito. Devia ter chovido recentemente porque o chão estava meio lamacento e meu Jimmy Choo Teja não estava preparada para aquilo ー por isso ele fez o caminho nas minhas mãos. Meus pés estavam um verdadeiro caco, completamente sujos e doloridos. Aliás, eu toda me sentia suja e dolorida, definitivamente não estava preparada (ou vestida) para essa situação. Agradeci mentalmente a mim mesma por ter optado pela pantacourt preta ao invés da pantalona jeans ー dá para imaginar a barra da minha calça como ia ficar depois dessa caminhada?

O sol estava imponente no céu, fritando o topo da minha cabeça, e o ar úmido pela recente chuva parecia uma lufada de ar quente no meu corpo conforme eu andava, o que só fazia eu sentir mais calor ainda. Em que diabo de lugar eu vim parar? Sério! O caminho inteirinho sem sinal no celular. Você não consegue imaginar o meu alívio quando eu vi um imenso casarão despontar no horizonte. Por favor, tenham um telefone fixo! Acelerei o passo e quando estava mais perto pude ver como a casa ー será que dá para chamar assim? ー era bonita. Três andares, muitas janelas com molduras brancas, paredes de tijolinho laranja, uma escadaria de pedra bem larga levado até a porta principal. Tinha um caminho de pedrinhas que começava na frente da escadaria, dava a volta em uma fonte com a figura de um anjo e seguia para a direita da casa, sumindo meio às árvores. Parecia ser uma residência bem antiga, talvez do século XVIII, mas muito bem conservada. O gramado em frente a casa estava bem aparado e as árvores mais perto da casa pareciam arranjadas e podadas, diferente de como eu havia visto ao longo do caminho, o que significava que a casa possivelmente era habitada. Lembrava muito um cenário de filme, para ser sincera.

Me direcionei para a escadaria que dava para a porta dupla, mas duas coisas me fizeram parar antes do primeiro degrau. A primeira foi a minha educação que julgou que poderia ser grosseiro bater na porta da frente de pessoas que eu não conheço assim sem mais nem menos. A segunda foi a própria escadaria. Olhei para meus pés doloridos e eles pareceram gritar de dor só de imaginar a possibilidade de ter que vencer aqueles degraus. Dei a volta na casa, acreditando ser melhor bater nos fundos. De lá foi possível ver mais ao fundo o que parecia uma estradinha de terra, com uma carruagem passando. Preta, toda pomposa, levada por quatro cavalos negros e um cocheiro vestido como se estivesse no século XVIII. Qual a possibilidade disso aqui ser mesmo o cenário de um filme?

Me desvencilhei dos meus pensamentos e caminhei até a porta de madeira. Bati e uma mulher branca pequena e gordinha, com uma touca de pano azul e babados brancos na cabeça, uma longa saia também azul coberta por um avental branco extremamente longo amarrado na cintura abriu. Ela usava uma blusa daquelas que prendem a barriga na cor mostarda e com mangas três quartos. Para completar o visual ela também usava uma espécie de lenço branco em torno do pescoço, passando pelos ombros e entrando nos seios. Ela me olhou dos pés à cabeça, espantadíssima. E eu devia estar com a mesma cara para ela, porque a fantasia dela estava impecável.

A mulher me pegou no meu punho e me puxou para dentro com uma força que eu não esperava que ela tivesse.

ー Pelo Rei, menina! Como consegue andar assim? ー Olhei para minhas roupas e, além de estar descalça com os pés cheios de lama e com a pele meio brilhosa pelo suor, não identifiquei nada demais. ー Já imaginou se alguém te vê assim?

Perdida no tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora