Capítulo 13

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Alan saiu cedo, foi procurar alguém para construir o casebre. Jeremy também não estava em casa, partiu antes de eu acordar. Em breve eu e a Sra. Declair deixaríamos a casa para fazer a primeira prova do vestido. E, só para completar minha manhã, McAdams apareceu de novo.

- Olá, Srta. Ana. ­- Disse assim que entrou na sala, onde eu estava sozinha. - Tem passado bem? - O sorriso cínico brincava em seus lábios.

- Olá, Sr. McAdams. Sim, tenho passado muito bem. E o senhor?

- Também, obrigado. Tem tido notícias de seus pais? - Onde você quer chegar?

- Não, não tenho. Vou mandar-lhes uma carta em breve e esperarei retorno. Quando acontecer, te informarei as novidades, já que se preocupa tanto. - Ele me encarou mortalmente, desafiando meus atos.

- Ah, não se preocupe. Eu mesmo posso mandar minha carta. - À essa altura, nossos olhares se sustentavam friamente.

Fomos interrompidos pela Sra. Declair, que me chamou, dizendo que a carruagem estava nos aguardando.

POV McAdams

Aquela garota era petulante. Nunca recuava. Eu alfinetava, alfinetava, sempre esperando que ela cedesse e dissesse algo comprometedor, mas ela era constante.

Contudo não acreditava que ela era a Ana d'Franklin. Me lembro claramente da menina: olhos azuis, cabelos marrons, quase mel, como os da mãe, um pouco rechonchuda e muito irritante. Ninguém muda tanto. Seja quem for a ruivinha, não é a filha dos d'Franklin.

Eu estava esperando o Richard achar um documento, porém ele era muito devagar. Aproveitei que a ruiva foi embora com a Rosana e decidi dar uma vasculhada. Subi as escadas, virei vários corredores até chegar ao dos quartos.

Deduzi que Rosa a colocou na frente do quarto de Jeremy, pois ela era cheia dessas ideias de amor, aproximação e empatia. Acertei, como usual. Entrei e não vi nada esquisito: tudo em ordem, como deve ser. Abri o armário: muitos vestidos. Debaixo da cama, poeira. Escrivaninha intocada. Penteadeira! Abri as gavetas e, fora os muitos objetos estranhos, havia um papel muito especial. Uma carta. Dos d'Franklin para os Declair.

Oras, oras, Srta. Ruiva, quem é você? Se a verdadeira Ana fugiu, quem seria a impostora?

POV Meredith

O senhor baixinho, cujo nome descobri ser Gregory, já havia feito meu vestido. Ele era magnífico: o decote em coração dava forma aos meus seios, os empinando, havia muito brilho na parte de cima - adorei -, as mangas eram apenas duas faixas que prendiam o corpete aos meus braços. A saia era bem rodada e muito volumosa. O tecido era acetinado e não branco, como usual, mas quase nude.

Me encarei no espelho e eu estava maravilhosa. Talvez eu devesse me casar um dia. Com certeza o vestido ficava bem. O melhor seria entrar na igreja, todos os olhos em mim, as pessoas pensando "Uaw, como ela está linda! Que bastardo sortudo aquele que vai casar com ela! " Ai, suspirei.

Olhei para Rosana e ela estava toda boba me olhando. Ela realmente queria que o casamento acontecesse. Meu coração se apertou de novo. Logo eu e Alan partiríamos e eles todos ficariam sem explicações. Afinal não posso virar para essas pessoas e dizer: "Então, meu nome é Meredith, esse é meu irmão Alan, nós somos do futuro. Tudo isso aqui foi um mal-entendido. A Ana de verdade está com o soldado e nós estamos indo embora para o nosso tempo. Foi bom te conhecer, até a próxima! "

Rosa e eu passamos o dia resolvendo coisas do casamento. Era divertido, claro. Mas só de pensar que tudo isso seria em vão....

Voltamos para casa e Alan já estava lá, assim como Jeremy. Encontrei os dois conversando na biblioteca. Eles pareciam ter muito assunto, entretanto não conseguia imaginar sobre o que tanto conversavam. Acho que no fim, por mais diferentes que as pessoas sejam, há sempre algo em comum. Assim como não importa quão parecidas elas sejam, sempre haverá algo que discrepe.

Alan me viu no batente da porta e me chamou. Jeremy estava de costas, quando se virou e me olhou, esperei seus olhos zangados me fuzilarem, mas não foi isso que vi. Eles estavam calmos e um pouco tímidos, com certo arrependimento.

Me aproximei deles e logo fui inteirada do assunto.

- Eu e o Jeremy estávamos falando justamente de você. - Alan soltou.

- Mesmo? - Pergunto olhando para Jeremy.

- Sim! - Alan disse empolgado.

- Ahn... É.... Eu tenho algumas coisas para fazer.... Com licença, Alan, Ana. - Jeremy girou seus calcanhares e saiu apressado.

- O que você fez para ele? - Alan ditou sério.

- Eu? Eu não fiz nada. Ele é que é cabeça-dura. - Cruzei os braços e fiz biquinho.

- E eu não conheço minha irmã... Ele estava bem chateado com você. Tentei amenizar um pouco seu lado, mesmo sem saber o que você fez. - Olhei para meu irmão em agradecimento. - Ele gosta de você. Bastante.

- Quem não gosta, não é mesmo? - Declarei convencida.

- Ai meu Deus! - Alan disse encantado, os olhos brilhando. - Você gosta dele também.

- Não, não gosto.

- Gosta, sim! Olhe só para você... - Ele soltou uma sonora gargalhada.

- Mesmo que sim, isso não é problema seu. - Fiz como Jeremy e girei meus calcanhares, saindo apressada.

- Seja gentil quando for falar com ele! - Alan gritou para as minhas costas, quando passei pelo batente.

Fui a procura de Jeremy. Imaginei que ele foi para seu quarto e segui naquela direção. Eu iria me desculpar. Não seria 100% sincero, mas faria pelo bem da nossa relação. Desatenta, olhando além, preparando meu discurso, esbarrei em alguma coisa. Melhor, alguém. Jeremy.

Ele estava bem aflito e pareceu tão surpreso quanto eu pelo esbarrão.

- Eu estava te procurando. - Disse afobado, passado o susto.

- Eu também estava. - Pronunciei um pouco mais animada.

Jeremy tomou um longo fôlego, acalmando-se, para soltar o que pensava.

- Me desculpe, Ana. Eu fui precipitadamente grosso, não precisava ter falado com você daquele jeito. É que eu me senti exposto, fato que tem se tornado cada vez mais comum quando se trata de você. - Jeremy foi sincero em cada palavra, dava para sentir.

- Eu também peço desculpas, não deveria ter mexido nas suas coisas daquele jeito, foi impulsivo. No fim, acho que a culpa é um pouco dos dois. - Olhei os profundos olhos azuis, tentando mostrar sinceridade. - Estamos bem agora?

- Sim, acho que sim. - Jeremy estava todo suave agora.

Ele se aproximou e colou seus lábios nos meus levemente. Os velhos hábitos de volta, gostei. Tive vontade de arrastá-lo para meu quarto para meu quarto e.... Bom.... Mas não pude: Jeremy tinha que encontrar o pai.

Ao vê-lo partindo, senti-me mal por estar mentindo. Claramente ele gostava de mim e, não posso negar, ele era importante para mim também, a ponto de eu sacrificar meu orgulho pelo bem geral. A despedida com certeza seria mais difícil agora.

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Eae pessoal! Desculpe a demora, estava realmente sem tempo de escrever e postar! Mas agora, de volta a ativa!

Não esqueçam de dizer o que acharam!!

Se tudo correr bem, posto o próximo capítulo amanhã ;)

Beijos <3

Perdida no tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora