Alone

I

Era o primeiro dia do ano letivo, e eu não me sentia bem, sentia-me totalmente à parte. Tanta gente e não me encaixava em nada nem ninguém. Ainda nessa manhã a minha mãe me tinha dito "Vai para a nova escola, faz novos amigos, tenta divertir-te e vais ver que este ano vai correr muito melhor do que o anterior. Entra com o pé direito. A mãe ama-te muito"
"Sim mãe, eu também" respondi desmotivada.
...
Segundo dia de aulas
Continuo a não entrar com o pé direito, ainda não tenho amigos, não tenho nada, só a mim e à minha mãe. Sinto-me uma completa estranha toda a gente com os seus grupos menos eu.
No final dos próximos 5 minutos já terei de estar na aula de física aplicada, por isso dirijo-me ao meu cacifo, para, de seguida ir para a aula.
...
Acabo a aula cheia de cólicas e enxaquecas o que significa a chegada do totó (período), vou imediatamente para casa, no entanto quando chego a casa deparo-me com a porta aberta, dois carros da polícia à porta de minha casa. Quando entro tenho a polícia lá dentro. A única coisa que vejo é a minha mãe estendida no chão.
"Não!!!" Gritei, baixei-me e deparei-me com a pele morta da minha mãe, reparei que ela tinha um papel na mão e nesse exato momento retirei-o.

Polícia 1 "a menina precisa de se afastar." Disse me o polícia calmamente.

"Mas o que é que aconteceu à minha mãe? Porque é que ela está morta? Porquê??" Disse já sem forma alguma de conseguir controlar o meu choro compulsivo.

Polícia 2 "Tudo indica que ela tenha tido um ataque cardíaco"

"Sim" Dito isto a ambulância chegou para levar o corpo para a autópsia e os policias continuaram a tirar provas de alguma coisa que possa ter acontecido durante os seguintes trinta minutos e foram-se embora.
...
Eu tinha ido para o meu quarto enquanto os policias estavam a fazer o seu trabalho, só depois de ouvir a porta a ser fechada é que saí do meu esconderijo e fui ver como estava o local da cena do crime encontrando um pequeno bilhete da polícia que dizia "Agnes, devido ao pesadelo com que te deparas-te esta tarde, deixo este contacto para usufruíres dele assim que te sentires apta para saíres de casa, sendo que agora estás sozinha" guardei o bilhete que a polícia tinha deixado e voltei para o meu quarto. Chorei sem fim dias a fio, no entanto 5 dias depois apercebi-me de que as minha mágoas não iriam trazer a minha adorada mãe de volta. Abri o papel, que na altura a minha mãe tinha na mão e comecei a ler:

"Agnes. Querida Agnes. Espero que ainda te lembres de mim, porque isto é só a continuação do teu miserável ano.
Beijos,
M."