Números

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Você já parou para pensar que somos mais de 7 bilhões de pessoas? Sim, um algarismo seguido de mais nove! Sendo assim, se existe uma única alma gêmea para cada pessoa, essa seria 1 em 7.000.000.000. O que não parece romântico, mas sim assustador. Por tanto, resolvi para meu próprio bem, que nossa própria alma gêmea é 80% nós mesmos. Os outros 16% aqueles a quem realmente amamos e que também nos amam. Mais 1%, os nossos sonhos. E por que não? E os outros 3% ficam reservados para aquela pessoa que nos faz acreditar que em alguns segundos, e eu digo alguns, estamos 100% completos.
Não me leve a mal, sou mais romântica do que pareço. E números também contam histórias de amor.

Já amei centenas de garotos, pelo menos, acreditei que sim. Todos foram minha alma gêmea. Mas não posso dizer o mesmo de mim para eles. Claro, espero que para parte deles eu tenha significado alguma coisa, até mesmo um distúrbio qualquer. Ou a grande conquista da noite. Mas é disso que se trata. Tive centenas de paixões platônicas e nunca saberei de quantas fiz parte. Essa é a magia do negócio todo. Posso ser uma em um milhão, em três, ou a única e posso não ser nenhuma.
Viu? Os números contam histórias! E falam muito sobre as pessoas. Devemos só tomar cuidado, pois nem sempre um só deles consegue indicar tudo. É bem mais complexo, os números só facilitam, como uma tabela.

Mas os números nunca estiveram na minha vida. Não desse jeito. Quero dizer, como hoje em dia estão. De uns tempos pra cá, eu penso neles o tempo todo.
Já calculei infinitas coisas e possibilidades, tudo que fosse calculável. Já calculei tempo e coisas que não existem. Mas ainda não encontrei uma resposta. Não encontrei nenhuma equação que unisse todos os meus cálculos, e mesmo se eu conseguisse, às vezes, sinto que não teria todos os dados para encaixar nela.

Já sonhei também. Os sonhos também estão em minha vida. Até acho que sonho mais do que deveria. A verdade é que amo sonhar acordada, os famosos devaneios, alucinações se você me acha um pouco louca. Isso porque ainda não comentamos sobre os sonhos lúcidos. Meu Deus, e como são fascinantes. Eu talvez ame ainda mais esse mundo onírico do que os cálculos. Nele, sei mais sobre a vida do que sei sobre os sonhos quando estou acordada. Existem dias em que posso jurar que vivi duas vezes, quando na verdade nunca os vivi. E existem milésimos de segundo em que tenho a certeza de que eu poderia ter vivido em 20 anos, por que custaram os instantes antes de acordar para que meu subconsciente trilhasse o que eu consciente não teria entendido.

São milésimos dentro de horas de sono profundo! Provando mais uma vez o que esteve claro desde a existência da humanidade: toda pequena parte é essencial para o montante. Todo pequeno número é essencial para contar a nossa história.

Tudo pode ser um caminho para o nada, e nada pode ser a resposta para tudo.

Enfim, viu como é fácil envolver os números à vida? E aos sonhos também!? O concreto e o abstrato fazem o perfeito sentido quando dão as mãos.

E voltando aos meus preciosos algarismos... Você já se perguntou quantos números passam despercebidos por nossos olhos todos os dias? São os dias que você conta esperando que passem depressa antes de viajar e que no futuro olhará para trás desejando vivê-los de novo, exatamente da mesma maneira. São as doze rosas para cada mês do primeiro ano de namoro que você recebe. São os 50 reais que você raciona para não gastar de uma vez, porque sabe que precisa de parte deles para algo especial. Mesmo que os tenha encontrado na rua. Os números estão sempre aí. Não estou dizendo que são a coisa mais importante, porque não são. Mas eles são uma pequena parte do nosso dia a dia que faz toda a diferença. E é disso que eu tanto gosto nos números.

O Número 8Onde histórias criam vida. Descubra agora