CAP.: 10 - MEU GAROTO

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"Os que desprezam os pequenos acontecimentos nunca farão grandes descobertas. Pequenos momentos mudam grandes rotas..."

(Guilherme Leão)


* Por Guilherme


Eu estava na minha sala com Luiz Paulo de frente para mim, em pé, com os braços cruzados e me olhando com uma expressão séria no rosto. Não estava lhe dando atenção, pois ainda estava inebriado com o gosto do beijo e o cheiro de Lucas perturbando meus sentidos. Não resistir ao ato de beijá-lo novamente, pois queria muito aquilo, principalmente quando ele falou que estava apaixonado por mim, foi incrível a sensação de saber que estava sendo amado por alguém, ainda mais esse alguém sendo ele. Eu ia lhe confessar depois daquele beijo, que também estava apaixonado por ele, mas não tive tempo, Luiz Paulo para meu azar começou a bater na porta, juro que se ele não fosse meu amigo, eu teria lhe dado um tiro, por me interromper naquele que parecia ser o momento mais mágico da minha vida.

Você deve tá se perguntando: Mas e a Amanda Christina? Você não é apaixonado por ela? A resposta é simples: - Não! Na verdade, acho que nunca a amei... E isso só se confirmou, mais ainda, quando o vi e o sentir em meus braços pela primeira vez, durante aquele fatídico e abençoado acidente. Sim abençoado, pois se não fosse o quase acidente, provavelmente nunca o teria conhecido e não estaria com minha pistola ponto quarenta de pé até agora, mesmo depois dele ter saído correndo e com meu bendito amigo me encarando, com uma expressão estranha. Sim eu ainda estava na minha sala de pé, sendo encarado por Luiz Paulo, e o pior ainda estava com minha ereção em ponto de bala, com os cabelos despenteados e os lábios inchados, por causa do beijo voraz que Lucas me retribuíra. Como seus lábios são doces, como seu corpo é pecaminosamente atraente e cheiroso... Sou finalmente retirado de meus pensamentos quando Luiz Paulo finalmente resolve falar:

- Você só vai ficar ai de pé, de pau duro me encarando e pensando sabe-se lá em quê ou em quem?! Ou vai me explicar o que estava acontecendo aqui nessa sala antes de eu entrar?!

Olho para Luiz e ainda pensando em lhe dar um soco, falo:

- O que você quer Luiz Paulo?!!!! Heim?!!

- Quero saber o que meu amigo tava fazendo aqui com as portas fechadas, descabelado e de pau duro?! E ai, vai falar ou vou ter que perguntar ao garoto que saiu correndo daqui? ... Fala Luiz Paulo apontando o dedo para minha ereção ainda visivelmente aparente, sobre minha calça jeans apertada.

- Ah meu amigo é uma longa, estranha e confusa história...

- Não se preocupe... pois tenho todo o tempo do mundo para você me contar, e não me oculte nenhum detalhe. E nem preciso lhe advertir, que sei quando você tá mentindo!! Então me conte toda a verdade... Fala Luiz Paulo puxando uma cadeira para se sentar. Vou para de trás de minha mesa e sento também, olhando firme e serio para meu amigo. Respiro fundo e então começo.

Conto tudo, desde o dia do acidente, conto da sensação que tive quando o segurei nos meus braços pela primeira vez; conto do dia no hospital, da bicicleta, do passeio, do beijo que dei em Lucas depois da briga, falo do dia que ele esteve na delegacia, que o levei para casa, que jantamos e dormi com Lucas, revelo sobre a surra que dei no ex-patrão de Lucas, por ele ter tentado abusado dele. E por fim, falo do amasso que tinha dado em Lucas na minha sala, depois de ele dizer que estava apaixonado por mim, e de Luiz ter interrompido. Meu amigo ouve tudo com muita atenção e com uma expressão que automaticamente muda de susto para um sorriso, ele fala:

- Guilherme! Você tem consciência de tudo que você acabou de me revelar?

- Sim meu amigo! Tenho!

O DELEGADO E O PRISIONEIRO® (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora