03/07/2014
"Lou?", Harry chamou o garoto assim que viu o mesmo sair de sua aula de Biologia.
"Hey! O que está fazendo aqui? Achei que tinha aula extra de música essa semana", Louis se posicionou na frente do garoto, sorrindo abertamente para o mesmo. Obviamente, a relação deles estava mudada, eles estavam mais próximos do que nunca e praticamente sempre que se viam rolava um selar de lábios. Porém nada mais que isso.
"Hum, yeah, eu tenho. Estou indo para ela, na verdade. Eu só queria pedir para que você passasse na minha casa mais tarde, pode ser? Acho que, hm, precisamos conversar", as bochechas de Harry estavam avermelhadas e sua voz estava um tanto falha, mostrando seu nervosismo no momento.
O momento. Aquele momento que Louis sabia que viria, mas preferia acreditar que não precisaria passar por aquilo.
Naquele mesmo dia, fazia um mês desde que os meninos passaram pelo estranho episódio na pousada e, dois dias depois disso, eles voltaram para casa. As aulas já tinham voltado e eles queriam livrar suas mentes de tudo o que havia acontecido - principalmente Zayn e Niall. Estranhamente, o loiro tem enfrentado tudo muito bem, sem ataques de pânico ou esse tipo de coisa, que seria normal depois do ocorrido.
Zayn era, possivelmente, a pior pessoa que Louis havia conhecido durante toda a sua vida de altos e baixos. O menino ainda estava abalado, mas aquilo o deixava ainda mais bonito e protetor, fazendo todos reclamarem baixo de tanta perfeição facial que ele exalava ao franzir o cenho quando algum engraçadinho ousava se aproximar de Niall. Aquilo irritava Louis profundamente. O máximo que ele conseguia fazer quando estava abalado, era ficar magro demais, com olheiras profundas e uma voz de morto.
Tudo bem que mortos não falam, mas se eles falassem, teriam aquela voz. Esganiçada, rouca e chata.
O fato é que, Louis não estava cem por cento preparado para contar a Harry sobre o que teve que passar e o porquê ficou daquela maneira agressiva e insensível. Na verdade, ele não era de todo insensível e tinha provado esse ponto a si mesmo, quando conheceu o anjinho de cabelos encaracolados e olhos verdes, burrinho.
A história poderia soar como uma piada para Harry, algo tipo "uau, você passou por isso e acabou lhe dando motivos para assassinar outras pessoas, mas que incrível, pf", e ele definitivamente não queria isso. Ele sentiu em sua alma a dor e queria tentar mostrar que não foi à toa. Óbvio que sempre ouvira que nada que tenha passado na sua vida é motivo para sair matando a todos como ele fazia (em partes, até porque ele matava quem mandavam ele matar, e não qualquer um), mas foi como um refúgio que ele encontrou.
Mas ele acabou encontrando um refúgio de seu refúgio. E tinha nome e sobrenome.
Tirando todos aqueles pensamentos aleatórios, Louis apenas concordou, tentando enviar um sorriso não tão falho a Harry, vendo que provavelmente havia funcionado, já que o menino o presenteou com suas covinhas e correu para sua aula extra.
Após as férias, os alunos tinham direito a escolher aulas extras mais divertidas que as aulas obrigatórias, apenas para descansarem a mente e se verem livres de um inferno, mas é claro que a diretora não havia lhes comunicado sobre essas aulas dessa maneira. Ela apenas disse algo como levar todos a outro mundo como um modo de agradecer a presença deles. Não mesmo.
Louis não escolheu nenhuma aula. Ele poderia dizer que era por motivos diversos, mas na verdade era apenas a preguiça o consumindo por inteiro, sem contar que ele nem ao menos precisava estar no colegial. Por Deus, ele podia estar sendo um gordo chato em sua casa, enchendo a cara de pizza e sorvete, mas por um garotinho que ele pretendia matar e acabou por se apaixonar, ele está estudando. Por incrível que pareça, o menino fazia trabalhos e tudo, sem pestanejar. Não era o melhor aluno da classe, mas se destacava bem.
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Deep Web (Larry Stylinson AU)
AcakVeja bem o chão por onde passa; os locais nos quais você toca; mas, principalmente, não clique onde não deve.