Blue Crystals

Cap. 15- banidos

Acordei para mais um dia comum, fiz meus trabalhos do dia a dia, vi Kino sair às 9 horas, vi meu pai e minha mãe desjejuando, dei o desjejum pro meu avô, e ainda fui comprar umas coisas, aproveitando. Depois fui à escola.

Só teve duas coisas estranhas e ruins de hoje.

Uma foi a escola: Logo que cheguei lá, Ronni estava no chão, cheio de ovos, tomates e outras coisas. Kino, que havia chegado mais cedo que eu, pela primeira vez na vida, também. Estavam no chão, jogados e com todos xingando- os à sua volta.

- Olha lá, ela também tava no meio daquilo.

E todos me deixaram do mesmo jeito. E ainda repitiam.

- Aberrações; monstros; assassinos; criaturas do inferno; enviados do Demônio!

Já até tinha cansado deles, que se diziam meus amigos. Nós aguentamos até quando Ronni se irritou de vez.

Henosen - a capa azul pairou um pouco antes de tocar o chão. O olhar baixo e os punhos cerrados davam um certo ar de vilão.

- Vocês vão parar com isso ou não? Sim, somos aberrações assassinas, que podem até ser destruidores da cidade, mas nós temos sentimentos, e não consigo pensar em magoar alguém tão quanto vocês estão nos magoando. É ilógico continuar essa briga.

- Calem a boca e sumam. - Gritou um ao fundo, enfurecendo novamente aos demais.

Foi aí que um portal abriu atrás de nós. Ninguém menos que Donny.

- Problemas escolares? Venham aqui.

E nós tínhamos escolha?...

- Eu temia que esse dia chegasse... - Ronni coloca as mãos na cabeça e olha para todos nós.

Nós estamos em um armazém. Donny vem do escuro e diz.

- Tenho péssimas notícias. Primeiro, parece que nossas batalhas andam causando o "caos" na cidade e eles estão até reunindo o exército para nos exterminar. O segundo é que o Homem da capa negra fugiu. E o último, em particular à Mai e Kino, é que seu avô... Bem... Ele...

- Morreu? Como? Quando? Por que? - Kino pareceu adivinhar as palavras presas.

- Não tenho certeza, mas acho que o Homem da Capa Negra tem algo a ver.

Morto?... Como pode isso acontecer comigo... E Kino... Está perplexisa, como me olhar no espelho...

Essa foi a segunda coisa de ruim que aconteceu.

- Vamos ficar na encolha até amanhã. Irei buscar Jeen no hospital e aí nós fugimos.

- Fugimos pra onde? - Ronni indaga.

- Ouvi dizer que um daqueles trens velhos e quase abandonados está passando e amanhã e para na estação que fica na saída da cidade.

- Perfeito, e eu sei de alguém que pode ajudar - Ronni completa.

- Quem? - Ecoou o armazém.

- Kino, seu irmão tá em um hotel na saída da cidade, não é?

- Sim. E você precisa da ajuda dele para...?

- Se eu não estiver enganado, os poderes dele são de cura.

- Exato, e nós pedimos para ele curar Jeen.

Donny e eu ficamos nos encarando... Depois de um tempo em silêncio, Donny falou.

- Ok, vamos começar. Ronni e Kino vão tentar ligar para ele. Eu seguro o portal aberto.