Infection l.s

Capítulo V- Histórias de um Adeus

Oi, oi! Desculpem a mega demora :( pra quem não viu ainda, voltem no cap anterior para ver como ficam os olhos do Harry quando começam as crises que vcs vão ler daqui a pouco no cap! Seria muito gentil se vocês comentassem e votasse, pfv é muito importante >.< Boa leitura e perdoem qualquer erro!

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Harry permanece por horas ajoelhado ao lado do corpo morto de Jensen, seus olhos cansados observam um ponto fixo de uma das mesas na sala de sistemas. Permite-se pensar em mais um erro que fizera com alguém que se importava. Já basta perder Niall, agora, perde Jensen por mais um erro seu. Lembrou-se de uma fala de Jensen pouco depois de terem perdido Niall: "Só irá destruir as pessoas que ficarem ao seu lado se continuar fraco desse modo". Continuava fraco? Ou simplesmente não conseguia manter as pessoas vivas quando estavam perto de si?

Olhou para seu braço arroxeado com um rastro coagulado de sangue sobre o pequeno buraco que a agulhe lhe causou. O que fizeram consigo? Seu corpo estava exausto precisava sair daquele laboratório, mas sentia que não tinha força para levantar.

Suspirou olhando para o corpo de Jensen novamente. Precisava tirá-lo dali. Reuniu sua força e levantou-se levando o corpo pesado de Ackles consigo, começou a arrastá-lo pelos corredores estreitos o segurando pelos braços, passou pela recepção e abriu os portões digitando a senha puxando Jensen junto. Ofegante, saiu da HCC permitindo-se olhar para trás uma ultima vez, vendo os portões se fecharem lentamente.

Se não tivesse feito Jensen parar o carro... ou se não tivesse lembrado da senha do portão, Jensen ainda estaria vivo e ele não estaria contaminado.

Arrastou Ackles para dentro do Impala dirigindo pra o local mais distante que conseguiu antes do corpo começa e exalar o fedor causado pela putrefação. Parou num campo ao lado de uma mata aproveitando para recolher galhos e folhas secas. Montou uma fogueira improvisada ao redor do corpo do amigo e recolheu do porta-malas um galão reserva de gasolina jogando certa quantidade sobre o corpo alheio. Retirou o isqueiro e a carteira do bolso da jaqueta de Jensen, esse seria o pior funeral que já comparecera e desejava nunca mais estar presente em outro.

Abriu a carteira pela primeira vez encontrando a foto de uma garotinha de cabelos castanhos sorrindo em um balanço, sabia que o homem possuía uma filha, ele havia lhe contado durante uma das raras vezes que faziam sexo e permaneciam um do lado do outro conversando. Mary era seu nome, fruto de uma relação acidental com a filha do dono de uma lanchonete de beira de estrada, Jensen era caminhoneiro então era comum parar em lanchonetes e passar noites em motéis, mas em uma delas acabou engravidando a garçonete que o atendeu. Nunca havia falado com a menina e recebeu aquela foto cinco anos após o nascimento da criança.

Harry colocou a foto sob a mão do amigo que estava sobre seu peito, acariciou levemente os cabelos castanhos alourados do mais velho e fechou os olhos enquanto acendia o isqueiro.

- Adeus, meu amigo. - sussurrou ateando fogo no corpo assistindo a chama consumir e queimar exalando um cheiro forte de carne queimada. Vasculhou seus bolsos internos do casaco retirando seu pequeno caderno envelhecido que servira como diário em todos esses anos. Um livro de suas aventuras e descobertas com Jensen.

Um livro de histórias que levaram a um adeus.

Jogou o caderno ao fogo sendo consumido instantaneamente. Agora tudo o que passou e viveu existiria apenas em sua memória.

Sentiu uma dor em sua nuca o atingir e o local onde fora injetado o vírus começar a arder novamente, seu estomago parecia se contorcer obrigando Harry a cair de joelhos no gramado, cravou as unhas na terra tentando conter a dor enquanto a cabeça parecia cada vez mais pesada e dolorida, olhou em volta do campo para ver se chegava algum infectado, certamente o fogo iria atraí-los. Precisava estar ao menos dentro do carro para se proteger de algum morto-vivo que poderia aparecer, olhou para o Impala e arregalou os olhos ao ver seu reflexo na lataria frontal prateada do veiculo, seu rosto estava em um tom branco levemente azulado, as veias em sua testa e pescoço saltadas e seus olhos dilatados com o símbolo nítido da HCC na íris.