III - De volta ao mar.

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     Eu sempre sou apossada desta serenidade quando estou caminhando pela praia, olho para o mar, ele está calmo sem onda, somente a espuma que vai e volta demostra que a água não está parada, descido andar mais um pouco e então eu dou um mergulho para descontrair.
     Depois de um tempo andando, eu ouço um canto, que me envolve inteiramente.

Oh lua

Serena deusa das paixões,

Me deixe mergulhar em seu brilho,

Para me livrar da escuridão,

Me abrace com sua força prateada,

Me tragas de volta...

Ao mar.

     Quem cantava era uma mulher que está de costas para mim sentada em umas rochas, o vento acaricia os longos cabelos dela um pouco mais ruivos que os meus. Ela se vira em minha direção e me vê, o rosto dela muda de uma expressão de preocupação para uma expressão serena.

-América, venhas. - ela fala e faz um sinal para eu me aproximar.

     A olho, a minha vontade é de sair logo correndo até ela, mas o meu corpo receia e depois de eu botar um pouco de força que eu consigo seguir caminho até ela, calmamente, sinto que um passo em falso e ela irá embora.
     Quando estou a pouco passos dela, e agarra a perna direita dela e começa a puxa-la para dentro d'água. Sinto um aperto no coração e quando vou correr para segura-la, uma mão segura o meu braço me impedindo de correr. Eu olho para a mão e depois para a dona, não vejo seu rosto pois um capuz o cobre deixando somente seus lábios negros de fora. Sua mão pálida e fria aumentava a força com que apertava o meu braço á medida que eu tentava me soltar. Ouço um grito e então me lembro da mulher, movo minha atenção para ela e então eu vejo, da cintura para baixo ela já estava dentro d'água ela gritava, eu também estou gritando, o mar está revolto, eu tento novamente correr até ela mas a mão aperta meu braço novamente, um raio atravessa o céu, a mulher é tragada violentamente para dentro da água, outro raio parte o céu, tudo escurece.

     Abro os meus olhos e percebo que estou ofegante olho para Elisa e ela dorme tranquilamente, o sol batendo ne seus cabelos negros os tornava castanhos, o sol faz maravilhas com os cabelos das pessoas.
     Levanto sem fazer barulho (sou uma especialista nisso) e vou para a saída do quarto. Saio silenciosamente e caminho até a cozinha, encho um copo de água e bebo calmamente degustando cada gole, e resolvo me aproveitar mais um pouco do falto de todos estarem dormindo e vou logo tomar um banho. Caminho até o banheiro e na hora que eu abro a porta eu fico em uma espécie de nostalgia, vou passar um tempo nessa banheira. Abro o armário que está ao lado da porta de entrada do banheiro, e vejo várias toalhas e roupões. Pego uma toalha roxa e um roupão rosa, tranco a porta do banheiro e ligo a torneira da banheira que fica enchendo por enquanto eu  tiro a roupa.
     Desligo a torneira quando eu vejo que a banheira está bem cheia, mas não á ponto de quando eu entrar derramar. Entro calmamente dentro da banheira, me deito e deixo meu corpo relaxar, me sinto em sincronia com a água.
     Deixo minha mente viajar pela música que ouvi no sonho, não me prendo e começo a cantar bem baixo.

   Oh lua
   Serena deusa das paixões,
   Me deixe mergulhar em seu brilho.

     Eu paro de cantar ao sentir um pequeno devaneio, o que não é nada normal, já que eu tenho uma saúde de ferro. Quando eu finalmente sinto que o mal estar passou, volto a cantar.

   Para me livrar da escuridão,
   Me abrace com sua força prateada,
   Me tragas de volta...

    Ao passado.

Filha das águasOnde histórias criam vida. Descubra agora