A cadeira perigosa (Parte II)

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Muitos anos depois, nas véspera de uma festa de Pentecostes, quando todos os cavaleiros do Rei Harry estavam reunidos em volta da Távola Redonda, surgiu uma donzela que pediu ao rei que lhe indicasse Sir Tomlinson. Sem esperar resposta, dirigiu-se ao cavaleiro mais formoso dentre todos e disse lhe:

Sir, venho da parte do Rei Pelles e peço-vos que me acompanheis até uma abadia de monjas que fica em uma floresta perto daqui.

Sir Tomlinson partiu com ela, prometendo retomar a tempo para a festa. Quando chegou à abadia, encontrou ali Sir Stan e Sir Bors, que ficaram surpresos ao vê-lo:

-Esperávamos encontrar-te amanhã em Camelot.

-Pois fui trazido de lá até aqui a pedido de uma dama, mas ainda desconheço a razão.

Nesse momento uma porta se abriu e, cercado de doze monjas, entrou Galahad, o jovem mais lindo que já se tinha visto.

-Sir Tomlinson, trazemos a vós este menino que criamos e pedimos que o torneis cavaleiro. Não poderia de nenhuma outra mão que não a vossa receber a Ordem da Cavalaria.

-Se este é o vosso desejo, ele receberá, por mim, a Alta Ordem da Cavalaria.

Sir Tomlinson passou, na abadia, uma noite agradável na companhia de Sir Bors e Sir Stan e, na manhã do dia seguinte, armou Galahad cavaleiro. Convidou-o então a ir em sua companhia para a festa de Pentecostes em Camelot.

-Não, não iriei convosco agora –Respondeu Sir Galahad, resoluto.

Sir Tomlinson partiu com seus parentes, chegando à corte do Rei Harry a tempo de assistir ao oficio divino. Terminada a cerimônia, o rei e seus cavaleiros reuniram-se em torno da Távola Redonda e, perplexos, viram surgir gravadas na Cadeira Perigosa letra de outro que diziam:

Aos quatrocentos e cinquenta e quatro invernos depois da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, esta cadeira deverá ser ocupada.

-Por Deus! – exclamou Sir Tomlinson – Hoje é a festa de Pentecostes do ano 454. Seria melhor que essas letras ficassem cobertas, até chegar aquele que virá correr o risco de sentar-se nessa cadeira.

O Rei Harry ordenou que cobrissem com um pano de seda o encosto da cadeira. Em seguida, um escudeiro entrou, anunciando notícias maravilhosas:

- Senhor, lá fora no rio está flutuando uma pedra enorme! E na pedra está cravada.... uma espada!

Todos saíram para ver. De fato, desafiando todas as leis da natureza, flutuava na superfície do rio um enorme bloco de mármore vermelho, do qual saía o punho de uma espada, cravejado de pedras preciosa que formavam uma inscrição:

Nenhum homem me arrancará daqui, salvo aquele em cuja cintura devo pender, e esse será o melhor cavaleiro do mundo.

-Essa espada deve ser tua, então, Tomlinson, porque tenho certeza de que o melhor cavaleiro do mundo és tu! – disse Harry.

Mas Sir Tomlinson muito serio com suas bochechas vermelhas respondeu:

-Senhor, essa espada não é minha, pois a minha está aqui comigo. E mais: custa-me dizer mas não sou tão bom cavaleiro como credes. Deverá haver cavaleiro melhor do que eu capaz de arrancá-la.

O rei não se convenceu das palavras do Sir e pediu-lhe que tentasse tirar a espada da pedra.

-Senhor – disse o cavaleiro – ainda que me custe a vida recusar-vos um pedido, eu vos afirmo, tal não farei.

Harry, irado, ordenou a Gawaine que arrancasse a espada. Sem obter resultado, Gawaine foi seguido de Persival, (CORTA PRA MIM), também por ordem do rei. O fracasso do segundo cavaleiro reforçou a posição de Tomlinson, que não acreditava que estivesse entre eles o melhor cavaleiro do mundo.

Voltaram então ao castelo e, quando ocuparam seus ligares da Távola Redonda, todas as portas e janelas do palácio se fecharam sozinhas. O salão, no entanto, resplendia luminoso como se banhado pelo sol.

Em seguida surgiu um ancião, em trajes brancos, sem que ninguém pudesse explicar por onde havia entrado. Acompanhava-o um rapaz vestido de vermelho, sem espada mas com uma bainha vazia presa à cintura.

-A paz esteja convosco! – disse o velho. – Trago-vos um descendente de José de Arimateia que é também um cavaleiro de sangue real. Com ele, e as maravilhas que realizará aqui no estrangeiro, a glória desta corte estará completa.

- Se isto é verdade, seja bem-vindo – disse o Rei Harry.

O velho levou então o rapaz até junto da Cadeira Perigosa, ao lado do lugar onde Sir Tomlinson se sentava. Ergueu o pano de seda e todos puderam ler.

Esta é a cadeira de Galahad, o príncipe real.

O jovem se sentou e o velho partiu. Todos os cavaleiros se maravilharam da coragem do rapaz, que não temia ocupar aquele lugar. Imediatamente, lembraram-se da profecia que dizia que só quem sentasse na Cadeira Perigosa teria êxito na busca do Santo Graal.

Harry levantou-se e, tomando Galahad pela mão, levou-o até a pedra que flutuava sobre o rio. Assim que a viu, Galahad tocou a espada, tirou-a facilmente do mármore e a enfiou na bainha, dizendo:

-Agora, está completa.

E o cumprimento da profecia, naquele dia de Pentecostes do ano 454, foi então celebrado.

Todos esses feitos maravilhosos chegaram aos ouvido da Rainha Guinever, que desejou conhecer tão notável cavaleiro. Quando o Rei Harry a levou à presença de Galahad, ela lodo compreendeu, pela semelhança de seu rosto com o de Tomlinson, que tratava do filho dele com Eleanor, a filha do Rei Pelles. No mesmo instante, a rainha fez com que todos soubessem que Sir Galahad era filho de Sir Louis Tomlinson.

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Oi oi!

Próximo capítulo, larry.... até que fim <3

The King and The Knight // l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora