Capítulo 14 | Surpresa

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Que tipo de sonho é esse?

Você pode ser um sonho doce

Ou um lindo pesadelo

De qualquer forma, eu não quero acordar de você

Beyoncé - Sweet dreams

Catherine P.O.V:

Senti um par de lábios a colarem-se na minha bochecha, o que fez um sorriso crescer no meu rosto. Abri devagar os olhos e vi que me encontrava na sala.

"Cathy..." ouvi uma voz, aquela voz. Virei a cabeça para o lado e fiquei confusa, quando vi o Austin ao meu lado, de crocas.
Sentei-me, olhando para ele com as sobrancelhas unidas.

"O que-" fui interrompida, quando o seu dedo tocou os meus lábios, de forma a calar-me.

"Shh... Eu sei que isto é errado, mas eu não o consigo evitar." disse, sentando-se ao meu lado, sem a sua mão deixar a minha bochecha, depois, aproximou-se e sussurou "Eu amo-te."

Dito isto, olhou-me nos olhos, aproximou-se, e depois olhou para os meus lábios.

"Beija-me..." sussurou. Primeiro, fiquei sem reação, mas depois eu decidi que ia beijá-lo. Ia unir os nossos lábios, quando ouvi-o a reclamar.

"Foda-se, caralho, mas que merda!!"

Abri os olhos num sobresalto e apercebi-me que estava na sala. Aquilo não passava de um sonho... Um sentimento estranho começou a crescer dentro de mim. Pus a minha mão no meu peito e senti o meu coração a bater com uma força anormal. Fechei os olhos com força. Porque sonhei isto? E porque tinha de ser com ele?

"Merda!" ouvi. Era o Austin. Os meus olhos arregalaram-se. Porque ele está aqui? Olhei devagar por detrás do sofá e vi-o cheio de coca-cola. Oh não... Encolhi-me no sofá e fechei os olhos com força. Ouviu os seus passos a aproximarem-se. Não, por favor... Por favor, vai-te embora...

"Catherine." ouvi-o dizer, firmemente. Abri os olhos e, com receio, olhei-o. Ele estava de pijama, encharcado e com a garrafa de coca-cola na mão. Direcionei o meu olhar para a sua cara e ele me encarava, sem piscar uma única vez. Então, eu lembrei-me do sonho. Senti o meu interior a agitar-se e o meu rosto começou a ferver. Eu estou a corar?

"Foste tu que fizeste isto?" perguntou, apontando para a garrafa.

Sim. Não respondi e desviei o olhar para as minhas mãos, enquanto brincava com elas. Preparava-me para o ouvir ralhar comigo. Mas ao em vez disso, ouvi uma gargalhada da sua parte. Olhei-o, confusa, e este começou a bater palmas.

"Bravo. Parece que não brincavas em relação ao que me disseste. Admito que achava que não eras capaz de fazer mal nem a uma mosca. Foi bom..." disse, olhando para a garrafa e depois para mim "...para uma principiante." um sorriso de lado formou-se no seu rosto.

Eu queria responder-lhe, mas não consegui. Quando eu abria a boca para dizer algo, bloqueava e não me saía nada. Eu ainda estava confusa... Como é que ele não está chateado?

"Deves-te perguntar porque não estou com raiva, não é?" perguntou, como se lesse os meus pensamentos. Eu assenti com a cabeça e ele continuou "Bem, podemos dizer que o que te espera é trinta vezes pior que isto." abanou a garrafa. Espera... ele disse trinta vezes pior? O que pode ser trinta vezes pior que isto? "E sabes a melhor parte? Eu não vou ter de mexer um dedinho, porque tu, loirinha, vais afundar-te com teu próprio erro."

Dito isto, foi para a cozinha. Eu continuei na mesma posição, a tentar entender o que acabou de acontecer. Como assim, com o meu próprio erro? Isto não o incomodou de todo? Porque me sinto estranha? Porque sonhei com ele? Porque não lhe consegui responder? Ahh...

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