E bem aqui dentro
Afogarei as minhas lágrimas
Estou perdendo a cabeça
O que está acontecendo?
Eu me afasto do amor
Rihanna - Cry
Catherine P.O.V:
Assim que eu desci o segundo degrau, calaram-se. De certeza, estavam a encarar-me, a ver as minhas olheiras. Tentei ao máximo não fazer contacto visual com nenhum deles. Assim que desci todas as escadas, dei uma olhada rápida para todos eles e vi pena nos seus olhares. Com isso, já tinha certezas de que eles perceberam que eu chorei.
Sentei-me num dos sofás, longe do Austin, sem dizer nada. Passado algum tempo de silêncio, o meu pai finalmente falou.
"O que se passa com vocês? Ian, agora tu também?" o meu irmão apenas olhou para o outro lado, assim que ouviu a pergunta "Está bem, temos o dia inteiro. Ninguém vai sair daqui sem nos esclarecer o que se anda a passar."
Eu apenas brinquei com os meus dedos e com a manga do casaco, sem dizer nada. Sentia que o Austin estava a olhar para mim, mas esforcei-me ao máximo para não fazer contato visual com ele. Quer dizer, ele disse que queria que nunca me tivesse conhecido, não é? Então é assim que vai ser. Eu não o conheço. Ele é apenas um estranho.
"Não, Chris, eu entendo e peço imensa desculpa por tudo, o Austin sempre foi de dar problemas e-"
"Não, Michelle, a culpa foi também da Carherine, ela partiu o telemóvel do seu filho." a minha mãe interrompeu a Michelle. Eu olhei-a com receio e vi que ela não estava à espera.
"Disso eu não sabia..." murmurou.
"É por isso que não vamos sair daqui até falarem. Podemos ficar aqui até amanhã que não há problema."
Um silêncio constrangedor ficou no ar e o meu pai, como viu que não íamos falar assim tão cedo, aconchegou-se no sofá. Já se tinham passado pelo menos dez minutos e ninguém tinha dito nada. Nesse preciso momento, o meu estômago roncou, fazendo com que a atenção deles se desviasse para mim. Amaldiçoei o meu estômago por ter dado sinal.
"Parece que já não vai haver jogo de futebol para ninguém." disse a minha mãe, determinada.
"Mãee..." queixou-se o Ian.
"Mãe nada. Ou falas ou é o que vai acontecer." então é isso... ela ia fazer chantagem.
Direcionei o olhar para Ian e o nosso olhar se cruzou. Vi tristeza nos seus olhos. Ele estava tão ansioso para ir ver o jogo...Não. Isto não está certo. Eu sei que eu vou ser castigada, assim como o Austin, mas Ian não tinha feito nada de mal. Por isso, tenho de ser responsável pelo o que aconteceu e tirar o Ian desta confusão.
"Está bem... eu vou falar." disse, baixinho. Ganhei coragem e olhei para os meus pais. Eles me olhavam como se me dissessem para continuar, assim como Michelle "Mas primeiro quero que saibam que Ian não fez nada."
Eles olharam-se entre eles e depois para o Ian.
"Ok. Ian, podes ir." disse o meu pai e Ian se levantou, indo em direção ao quarto. Assim que ele desapareceu no corredor, continuou "Podes começar a falar." O que é que eu lhes ia dizer?
"Eu admito, parti o telemóvel dele. Mas foi um acidente" Admiti, tentando ao máximo evitar pronunciar o seu nome.
"E tu Austin? Foste tu que colocaste tinta para cabelo no seu shampoo?" perguntou Michelle.
"Sim." ouviu-o murmurar.
"Porquê? Porque não se dão bem?"
Bem, primeiro, porque ele tratou-me mal desde que pisei esta casa, segundo, ele é convencido, egoísta e trata todos como um lixo, anda com todas, pregou-me partidas, pintou o meu cabelo de roxo, fazendo-me ser despedida e por último, disse que gostava que nunca tivesse nascido ou conhecido-o.
Mas eu não disse nada.
"Podem despachar isto e castigarem-nos já." ouvi o Austin dizer. Até ouvir a sua voz faz o meu peito doer... quando é que eu me deixar chegar a este ponto?
"Até poderíamos, mas quem disse que não voltam a fazer outra asneira?"
"Não vou." respondi depressa "Prometo." Eu nunca mais vou olhar para a cara dele, nem quero falar com ele, nem mesmo respirar o mesmo ar que ele.
"Está bem, eu acredito em ti. Austin?" falou a minha mãe, depois de um tempo.
"Eu também." prometeu. Mas acho difícil de acreditar que ele não voltasse a fazer algo. Mas, como a minha mãe disse, o silêncio é a melhor resposta, por isso é o acontecerá de agora em diante. Vou-lhe dar o silêncio.
Então, os nossos pais disseram que acreditam em nós, mas que, como tinham avisado no outro dia, iam-nos castigar. Tiraram-nos os telemóveis e disseram-nos que já não podíamos ir em saídas com os amigos, que o Austin já não poderia trazer nenhuma rapariga a casa e que eu teria de arranjar um trabalho para poder pagar pelo 'meu' estrago. Assim que acabaram de nos castigar, foram chamar o Ian e disseram-nos para irmos tomar o pequeno-almoço.
Sentámo-nos todos à mesa e comemos, sem dizer uma única palavra. Depois de acabar, fui para o meu quarto. Fiquei o dia inteiro lá, a ver filmes no computador, a comer porcarias, a chorar... Prometi a mim mesma que no dia seguinte estaria bem. Que mesmo que estivesse mal, iria forte e seguir em frente. Tentar ao máximo evitá-lo e esquecê-lo.
***
Acordei com o sol a bater-me na cara. Amaldiçoei-me por me ter esquecido de fechar as cortinas. Levantei-me pouco tempo depois e fui à casa-de-banho. Depois de fazer a minha higiene, fui-me vestir. Hoje teria de arranjar um trabalho. Não sei se será possível já que estou diferente das outras pessoas, mas não custa tentar.
Depois de me vestir, fui tomar o pequeno-almoço. O Ian estava na cozinha e assim que me viu, sorriu.
"Bom dia." disse.
"Bom dia. Como foi o jogo?" perguntei, colocando cereais numa taça.
"Foi um máximo! O nosso clube venceu 2-1."
"Isso foi bom. Ainda bem que te divertiste." Estava quase a sentar-me, mas fui impedida quando os seus braços abraçaram o meu tronco. Fiquei impressionada com o seu ato, pois à muito tempo que já não mostrava-mos afeto um pelo outro.
"Obrigada." murmurou. Ao ouvir, retribui o abraço.
"Parece que o valentão do Ian tem um lado sensível." brinquei. Ele saiu do abraço e encarou-me, arqueando a sobrancelha.
"O valentão do Ian?" perguntou confuso.
"Sim. Ou já te esqueceste do dia em que confrontaste o Austin?" ao ouvir o que acabei de dizer, arregalou os olhos.
"Tu ouviste a conversa?"
"Digamos que ouvi uma parte...Mas não te preocupes, nada o que ele diz me magoa. Quer dizer, ele é só um miúdo mimado, não é?" É verdade, nada do que ele me disse ou irá dizer me fará cair. Não preciso dele, nem de ninguém.
"Ya, é verdade. Mas apeteceu-me mesmo espancá-lo nesse dia, mas sabia que ia piorar as coisas. Temos de ter cuidado com os nossos pais."
"Heee, parece que o menino Ian não é tão imaturo como pensava." brinquei. Continuámos a falar enquanto comíamos o pequeno-almoço. Depois de acabar, vesti o meu casaco e avisei os meus pais que iria sair para arranjar trabalho.
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Love...?
FanfictionA vida de Catherine muda quando, aos 16 anos, teve que mudar de país. Mais exato, de continente. Mas será que ela se vai adaptar facilmente à nova vida? Especialmente agora, que tem dividir a casa com Austin Mahone, um rapaz arrogante, egoísta e, a...