Evellyn POV
Abro a porta da entrada de minha casa e tudo o que encontro é silêncio. Fecho a porta cuidadosamente e caminho em direção ao quarto dos meus pais. Estes que se encontram junto a Emma na cama. A pequena já dorme e ambos olham um para o outro sem proferir nenhuma outra palavra.
"Boa noite." murmuro.
"Onde estiveste, filha?" a minha mãe levanta a cabeça ligeiramente.
"Preciso de falar com vocês." baixo a cabeça não sendo capaz de olhar-lhes diretamente para os olhos.
Depois de ter ido ter com o homem que mais temo para pedir ajuda, ele disse-me que me mudarei para sua casa amanhã no início da manhã. Ficaria lá a morar e ele iria abrir uma conta para a minha família onde iria depositar todo o dinheiro necessário. Eu aceitei prontamente. Falámos em quantias e eu não recusei quando o velho disse que era dinheiro suficiente para fazer a minha mãe voltar a andar. Depois destes oito anos.
O meu pai levantou-se e ajudou a minha mãe e ir para a cadeira de rodas. Ambos me seguiram até à sala. Eu sentei-me no sofá, assim como o meu pai e a minha mãe levou a cadeira de rodas até à nossa frente. Eu não sei como lhes contar que irei mudar de casa, que irei casar com aquele que sempre evitámos.
"Eu não fui ter com a Miriam." digo a verdade. "Eu fui falar com Philip."
"Lyn..." a minha mãe abana a cabeça negativamente e o seu olhar parte-me o coração.
Sinto as minhas bochechas a ficarem mais vermelhas e os meus olhos cristalinos. Eu vou chorar e eu não quero que os meus pais notem a minha tristeza.
"Eu não podia deixar isto continuar." um nó formasse na minha garganta e sei que não iremos acabar esta conversa sem chorar.
"Mas Evellyn, eu iria arranjar outro emprego." o meu pai diz pegando na minha mão. "Iríamos conseguir ultrapassar isto."
"Vocês não entendem." soluço começando a chorar compulsivamente. "Nós precisamos disto. A mãe precisa de fazer os tratamentos e a Emma está em risco de estar desnutrida. Eu não quero que a minha irmã tenha algum problema ou mesmo morra tão nova." limpo as lágrimas com as costas da minha mão. "E eu não quero que o pai se culpe por isto. Eu fi-lo porque quis."
"Eu perdi o emprego e por causa disso tu vais casar com aquele merdas!" O mais velho levanta o tom de voz e assusta-me.
"Nós precisamos disto." agarro-me ao meu pai a chorar. "Ele é a única pessoa que nos pode tirar desta vida."
"Nós iríamos conseguir fazer tudo sem tu dares a tua liberdade." a minha mãe aproxima-se cuidadosamente e pega-me na outra mão.
"Já vivemos assim desde que a Emma nasceu. Eu não a culpo por isso, eu amo a minha irmã mas eu não consigo ver-vos sempre a contar todas as moedas para ver se conseguem dar-nos de comer. Eu não aguento mais ver-vos a deixar de comer por nós." abano a cabeça em negação, como a minha mãe fez anteriormente. "Isto também me custa muito a mim. Eu vou casar com um homem que tem idade para ser meu pai, alguém que está a usar a fragilidade da nossa família para promoção, mas é uma obrigação."
"Eu não vou vender-te a esse homem sem escrúpulos!" A minha mãe afastasse, revoltada. O seu tom de voz é firme e sem hesitação.
"Eu prometo que venho visitar-vos todos os dias." digo, na tentativa de a fazer mudar de ideias, para me apoiarem.
Sei que eles sendo pais nunca irão aceitar isto. Nem eu mesma aceito, simplesmente irei viver o resto da minha vida presa numa casa, apesar a ver a minha família algumas vezes, e com um homem mais velho que eu... tenho nojo. Tenho nojo só de imaginar o que poderá acontecer.
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Forced // L.T
RandomCom a família a atravessar uma grave situação financeira, Evellyn dispõe-se a aceitar uma proposta de casamento do já maduro empresário Philip Rank. Forçada a algo, Evellyn vê a sua liberdade a chegar ao fim. Com o passar dos dias, uma grande...