Evellyn POV
Acordo com o sol a embater na minha cara e viro o meu corpo para o lado oposto. Abro os olhos rapidamente, ao lembrar-me da noite anterior. Ainda me encontro no quarto de Louis.
Sento-me por cima da cama, encostada à almofada e esfrego os olhos, para acabar com os vestígios de sono restantes. Quando olho para o lado, os lençóis estão para trás e não vejo Louis a dormir. Olho para o relógio. 9 a.m.
Um papel branco por cima da almofada chama a minha atenção e eu abro-o, lendo o seu conteúdo.
"Bom dia Eve, espero que tenhas dormido bem. Eu não estou ao teu lado, mas não penses que foi arrependimento. Na verdade, eu tive que ir trabalhar. À segunda é o meu dia de folga, o que significa que hoje, terça-feira, tenho trabalho a dobrar. Espero que possamos estar juntos à noite.
Adorei dormir contigo.
Tem um bom dia, Evellyn.
- Louis xx"
Sorrio ao ler o pequeno bilhete. E sorrio à nova alcunha que Louis me arranjou. Definitivamente, já não dormia tão bem à alguns dias. A cama era confortável, mais do que a minha, e Louis durante a noite nunca largou o meu corpo.
E posso garantir que quero dormir com ele de novo e tenho medo que isto se torne um hábito.
Levanto-me da cama e faço a mesma. Calço-me e, com cuidado, saio do seu quarto. Ninguém está a passar no corredor e aproveito isso para sair do quarto do Louis. Vou em direção ao meu quarto mas uma voz faz-me parar estática no lugar.
"O que fazes aqui?" a voz fina de Grace faz-se pronunciar.
"Eu ia para o meu quarto." informo, a medo.
"E estavas no corredor dos nossos quartos, porquê?" pergunta.
"Porque... eu..." gaguejo sem saber o que dizer.
"Tu por acaso estás a vasculhar a nossa casa?" coloca as mãos na cintura. "Ouve lá sua sonsa, eu não te vou deixar arruinares esta família. Não irás receber nem um cêntimo desta família, entendes?"
"O que eu não entendo é porque é que me odeias tanto." ganho coragem para responder. "Eu não te fiz nada para me tratares assim." apesar disso, a minha voz continua baixa.
"Porque vens para aqui e pensas que substituis a minha mãe." Grace responde rudemente. "Não vais, nunca." passa por mim, batendo-me no ombro e eu suspiro.
Caminho em direção ao meu quarto e decido ir tomar um banho, para relaxar um pouco. Será que Louis também pensa mal sobre mim por pensar que vou substituir a sua mãe? Eu estou aqui nem é por vontade própria. Eu não vou substituir ninguém. Aliás, ninguém consegue ter um substituto. Por mais má que a pessoa seja, é única.
Visto uma roupa confortável, como tem sido rotina todos os dias, e tenho em atenção deixar o meu quarto fechado. Desço as escadas para o andar de baixo e vou em direção à cozinha, para poder comer algo para não estar a manhã inteira sem algo no estômago.
"Bom dia." cumprimento Alice.
"Bom dia, minha querida, queres comer alguma coisa?"
"Por favor." sorrio, sentando-me na mesa onde os empregados fazem as refeições.
Enquanto Alice prepara algo para eu me poder deliciar, falamos animadamente e fico feliz por Alice não ter suspeitado nada sobre esta noite, eu não dormi no quarto e a senhora podia ir lá arrumar ou fazer algo necessário.
Louis POV
"Bom dia." digo à minha secretária, Jess. "Alguma reunião?"
"Só ao final do dia, senhor." eu assinto. "Tem alguns relatórios para verificar."
"Traz-me os relatórios e um café forte, por favor."
Jess assente e eu entro dentro do meu gabinete, fechando a porta. Estou especialmente feliz hoje e mesmo Harry me disse o mesmo, quando fomos tomar o pequeno-almoço a um café junto à empresa. Porque não haveria de estar feliz? Pela primeira vez, em meses, consegui dormir com alguém. Não que esteja a usar a Evellyn, não que a queira só para ter alguém para ir para a cama, mas a sua ingenuidade atrai algo em mim. Fiquei realmente feliz quando ela veio ter comigo, à espera de mais do que uma boa noite de sono. Realmente, tenho que levar as coisas com calma, com esta rapariga. O seu olhar é profundo e não o consigo decifrar, como se tivesse algum tipo de código.
Ouço leves batidas na minha porta e eu autorizo a entrada de Jess. Esta trás alguns papéis com ela e pousa-os por cima da minha secretária.
"Obrigada." agradeço pegando no café, bebendo um pouco. "Chama a Elia, por favor."
Jess assente e eu começo a verificar todos os relatórios, porém, apesar de ainda agora ter chegado à empresa, já só quero estar em casa para poder ver a mulher pela qual eu sei que tenho uma enorme atração. Temos que manter tudo o que fizermos em segredo, o meu pai não pode saber pois ainda me expulsa de casa ou algo pior.
Depois de verificar dois dos seis relatórios, batem novamente à porta do meu escritório e eu autorizo uma vez mais a entrada.
"Mr. Louis, Elia está aqui." Jess fala, profissionalmente.
"Manda entrar." continuo a olhar para os relatórios, pelos títulos e como acreditava, falta algo.
"Mandaste chamar?" Elia sentasse na cadeira à minha frente.
"Na empresa, trata-me por Mr. Louis ou senhor, ainda sou teu patrão." resmungo. Elia andou comigo no curso e por coincidência, o seu estágio foi na empresa do meu pai, onde ainda agora trabalha.
"Desculpa." diz suspirando, revirando os olhos. "Desculpe." corrige.
"Preciso que verifiques as despesas que realizámos desde o início do ano e fazer uma comparação com o ano passado." digo atarefado. Hoje irei chegar tarde e cansado a casa.
Depois de pedir o necessário a Elia, dizendo que se ela quisesse podia pedir ajuda a um colega, a mesma sai, fazendo uma piada de mau gosto sobre o quanto eu pareço realmente bonito hoje. Ignoro e foco-me uma vez mais no trabalho.
Pode ser confuso, mas eu sou o chefe das finanças da empresa do meu pai. Porém, o meu pai é meu patrão, um cargo a cima do meu, onde eu desejo nunca chegar.
À hora de almoço, irei para casa de Niall, onde o loiro tem uma garagem e por vezes divertimo-nos a tocar alguns instrumentos que ele tem e cantar. Passamos um bom bocado os três; eu, Harry e Niall. Até chegamos a sair em algumas noites para irmos cantar a um bar que tem karaoke. Eu sou o que sai sempre mais cedo pois os rapazes arranjam raparigas e eu não quero atrapalhar o resto da noite, apesar de ter pessoas com quem ficar. Eu não as quero.
Acabo de verificar os relatório e peço a Jess para os entregar ao meu pai, para ele verificar tudo o que se passa com a empresa. Pelo que verifiquei, está tudo dentro das normas e, desde à uns anos para cá, temo-nos mantido constantes.
Realmente, espero que isto um dia possa mudar. Eu possa ter alguém que realmente me ame, como eu a ela. Possa fazer o que mais goste; a música, e, a cima de tudo, o meu pai aprenda com os seus próprios erros.
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Forced // L.T
RandomCom a família a atravessar uma grave situação financeira, Evellyn dispõe-se a aceitar uma proposta de casamento do já maduro empresário Philip Rank. Forçada a algo, Evellyn vê a sua liberdade a chegar ao fim. Com o passar dos dias, uma grande...