"Megan Skiendiel Part 2"

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Um Ano Depois

POV Megan

Um ano.
Trezentos e sessenta e cinco dias.
E eu ainda lembro do som da porta fechando atrás dela como se tivesse acontecido ontem.

Desde que Vicky se foi, tenho vivido metade da minha vida no palco… e a outra metade tentando não pensar nela.
Nem sempre funciona.

Estamos no carro indo para a BBC Londres.
Entrevista importante, estreia do comeback europeu, milhão de câmeras.
Mas minha cabeça não está em nenhuma dessas coisas.

— Meg — Manon chama, cutucando meu ombro. — Você tá pálida. Quer água.

— Só tô… nervosa.

Ela sorri de canto.
Ela sabe.
Todas sabem.
Londres não é só Londres pra mim.

É onde a Vicky ficou.

O carro para no estacionamento subterrâneo.
Agentes, câmeras e seguranças se movem rápido, abrindo caminho. O vento frio de Londres bate no meu rosto quando descemos. Eu puxo o ar, tentando me concentrar.

— Vamos direto — diz Lara. — A entrevista começa em vinte minutos, sem atrasos.

Subimos a rampa em direção à rua.

E é aí que acontece.

Literalmente dois passos depois que eu coloco o pé na calçada, alguém vira a esquina com pressa — e bate em mim.

Eu recuo um passo, segura pela Manon.
A pessoa deixa cair o café, o celular, quase tudo.

— Me desculpa! Eu não vi você—

A voz.
A voz.

Meu coração para.

Vicky também congela.
Ela abre a boca um pouco, como se as palavras tivessem evaporado.

Ela não é mais a mesma garota que saiu da minha casa um ano atrás.
O cabelo está um pouco mais comprido, o rosto mais maduro, um toque de cansaço nos olhos… mas ela está linda. Londres fez algo com ela. Algo bom e algo doloroso ao mesmo tempo.

— …Megan — ela sussurra, como se tivesse medo de estar vendo errado.

Meu corpo inteiro treme.

Manon dá um passo discretamente pra trás, sabendo que aquela cena não pertence a mais ninguém.

Eu tento falar.
Juro que tento.

— Oi… Vicky.

Ela engole seco.
Levanta o café sujo do chão, olha para as mãos tremendo, respira fundo.
Ela não sabe onde colocar o olhar — em mim, no chão, no passado que ficou entre nós.

— Eu… não esperava te ver — ela diz baixinho.

— Eu também não — respondo, ainda com a voz presa no peito.

As garotas atrás de mim ficam em silêncio absoluto.
É como se Londres tivesse congelado ao nosso redor.

Vicky força um pequeno sorriso — o mesmo sorriso de quando tentava parecer forte mesmo quebrando por dentro.

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