Um ano depois, tudo já tinha mudado — menos o fato de que Manon continuava sendo a pior pessoa do mundo para manter discrição. Agora nosso namoro já não era mais segredo para as meninas (que não perdem a chance de zoar a gente), mas ainda não tínhamos assumido publicamente. A agenda estava cheia, e naquele dia estávamos indo para Londres para uma entrevista enorme que poderia abrir muitas portas.
Eu nunca imaginei que o problema seria... Manon. Ou melhor, os ciúmes de Manon.
🛬 Londres — Estúdio de Entrevista
O estúdio era lindo, iluminado, câmera pra tudo que é lado. As meninas estavam animadas, mas eu sentia a mão de Manon segurando a minha o tempo inteiro — um aperto firme, quase possessivo.
— Amor... relaxa — Sussurro. — Eu to relaxada, querida — Ela diz sorrindo. Um sorriso falso, apertado, tenso.
O problema? O apresentador era simpático demais. E tinha um sorriso grande demais. E olhava pra mim mais do que deveria.
Quando ele me cumprimenta, segurando minha mão um pouco além do necessário, eu só sinto o braço de Manon passar pela minha cintura, praticamente me puxando pra ela.
A expressão dela?
Um "toca de novo e eu arranco sua mão" educado.
As meninas percebem na hora.
Sophia morde o lábio pra não rir. Yoonchae encosta em Lara e murmura: "ela vai explodir". Daniela já olha pra câmera tipo meu Deus, isso vai virar meme.
— Então, vocês têm muitos fãs apaixonados... — O apresentador comenta olhando direto pra mim. — Inclusive, você ganhou muitos admiradores recentemente.
Antes mesmo que eu possa responder, Manon solta:
— Ela é muito... admirável, não é? — Com um sorriso tão gelado que derreteria Big Ben.
O apresentador engole seco.
Eu dou um leve cutucão nela, mas ela continua me encarando como se eu tivesse culpa de algo.
— E você, acha difícil lidar com a atenção? — O apresentador insiste, ainda falando comigo.
Manon responde por mim:
— Ela lida muito bem. Nós lidamos muito bem.
As outras meninas soltam um "meu Deus" baixinho.
Eu seguro a mão dela por baixo da mesa, tentando acalmar. Ela entrelaça os dedos como se estivesse dizendo "é minha".
Volto pro camarim e fecho a porta. Manon já entra logo atrás.
— Tudo bem, princesa? — Pergunto rindo, cruzando os braços. — Você viu como ele te olhou? — Ela reclama imediatamente. — Ele quase te comeu com os olhos na frente de todo mundo!
— Ele só foi educado...
— Educado — Ela imita debochada. — Ele parecia um cachorro faminto.
Eu começo a rir, porque Manon irritada é a coisa mais fofa do mundo.
— Tá com ciúmes de mim? — Pergunto, me aproximando.
Ela suspira fundo, baixa o olhar. Quando fala, a voz sai baixinha:
— Eu fico com medo de perder você... e quando alguém olha pra você daquele jeito... eu me irrito, ok.
A sinceridade dela quebra todas as minhas defesas.
Seguro o rosto dela entre minhas mãos.
— Você não vai me perder. Eu sou sua. — Minha. — Ela sussurra com um sorriso convencido surgindo nos lábios. — Sua — Confirmo, beijando ela lenta e profundamente.
No corredor ouvimos um: — OWWWWNNN!!! — Em coro.
As meninas tinham encostado a cabeça na porta.
Manon vira e grita: — SAÍAM DAÍ!
Elas saem correndo, rindo e gritando pelo estúdio.
Eu rio e puxo Manon de volta pra mim.
— Vem cá, ciumenta. — — Eu não sou ciumenta... — — É sim. E é linda desse jeito.
Ela finalmente sorri, me abraça pela cintura e encosta a testa na minha.
— Desde que você seja minha, eu não ligo de ser.
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