horário marcado

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Às dezenove horas em ponto, escuto a buzina de um carro.
Vou até a janela do quarto e vejo o um civic branco estacionado em frente a casa. A porta do motorista abriu e vi Breno sair de dentro dele. Recostou no carro de braços cruzados.
Corri trocar de roupa, coloquei uma calça jeans azul, e joguei uma jaqueta por cima da camiseta branca.
No banheiro escovei os dentes, molhei o cabelo e finalizei com creme para pentear.
Calcei meu all star lilás e desci correndo as escadas.
-Onde vai com tanta pressa? -perguntou mamãe
-vou sair, com um garoto - falei parando para ver a expressão no rosto dela.
-Você tem um encontro?-jubilouse mamãe
-Acho que sim.-Falei correndo para fora.

-Pensei que iria me deixar esperando - comentou Breno com um sorriso.

-Imagina.- Falei sem graça.

Breno abriu a porta do passageiro para mim e eu me sentei não acreditando em nada daquilo.
-Esta bonita - elogiou ele

-Como se isso fosse possível.

-Você tem muita falta de credibilidade em você.

-Não é isso, eu só não me engano.

-Acha que eu estou te enganando?

-Não, claro que não.

O restaurante era um lugar simples mas acolhedor.

-Agora me diz, por que me chamou para jantar?
-pelo prazer da sua companhia.
-Eu não sou idiota, tantas garotas para chamar pra sair e chamou logo eu.
-Anastacia, como você se vê?
-Eu me vejo como uma garota sem graça, sem sal nem açúcar, feia é gorda - respondi de imediato.

-Está errada.
-Não, eu não estou errada.
-Está errada - insistiu ele.
O garçom chegou, pedimos lasanha acompanhada por coca cola.
-E você, como você se vê? -Perguntei a ele.
-Eu na verdade me vejo diferente dos outros, não diferente de uma forma ruim ou melhor, apenas diferente.
-Diferente como?-Perguntei com curiosidade.
- Diferente, eu não penso como os outros, eu não enxergo as pessoas como a maioria enxerga, eu enxergo as pessoas como elas realmente são.
-E como eu sou?
-Você é doce, meiga, é pouco confiante em você, você é uma garota que pode ser apreciada por qualquer um.-disse com brasa nos olhos.

Senti dificuldades para respirar sobre o olhar penetrante de Breno.
O garçom voltou trazendo nossos pedidos.
Comemos em silêncio, não ousei olhar para Breno enquanto comia, pois temia encontrar o olhar dele em mim.
-Estou satisfeita, Obrigada - falei sem olhar para ele.
-Não quer sobremesa? -perguntou
-Nao obrigada.
-Pena, não queria que nosso encontro chegasse ao fim.
Senti borboletas na barriga ao ouvi - lo dizer aquilo, significava que ele gostaria de passar um pouco mais de tempo comigo.
Olhei para ele sentindo o rosto queimar.
-Breno, por que eu?
-Não entendi a pergunta.
-Por que escolheu se sentar ao meu lado na sala de aula, por que me escolheu para trazer aqui?
- por que você é diferente.

-Sei, sou gorda.

-Shhhh, para de dizer essas coisas, você é diferente por que não é superficial. Na verdade algo me puxou em direção a você, você é um imã que me puxa de encontro a ti.

Eu estava ficando zonza, eu devia estar sonhando e iria acordar a qualquer momento e me lamentar.
Breno pediu a conta e voltamos para o carro.

-Espero que tenha gostado do jantar - Disse já em frente minha casa.
-Eu gostei.

Sai do carro e sorri para o garoto lindo que me olhava com um sorriso.

-Obrigada por essa noite.-agradeci
Sem que eu esperasse, fui puxada contra o corpo dele, os lábios de Breno colou ao meu e me senti envergonhada, pois não sabia como fazer, nunca havia beijado antes.
Mas então fechei os olhos e me deixei levar pelo beijo, senti a língua dele explorar cada canto de minha boca.
-Te vejo amanhã na escola - sussurrou ele com a mão em meu rosto, balancei a cabeça sem fôlego para falar.
Entrei em casa em êxtase.
-Como foi?-perguntou mamãe.
-Mágico, como nos contos de fadas.

A garota gorda sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora