A garota gorda sou eu

Minha mãe, minha amiga

Quando entrei em casa, me sentia acabada, destroçada como uma rosa despedaçada.
-Você parece péssima - observou mamãe
-E eu estou péssima.
-Venha aqui, me conte - disse ela dando umas batidinhas com a mão para que eu me sentasse ao lado dela do sofá.
Minha mãe era a única amiga que eu tinha,então era com ela que eu iria me abrir.
Sentei ao lado dela e contei tudo desde o primeiro dia em que vi Breno até aqui.
Ela me ouviu sem me interromper, fazendo expressões que iam de entusiasmo a surpresa.
-Bom - disse ela quando terminei - e se ele estiver mesmo dizendo a verdade - concluiu ela.
-Será mamãe?
-Taci, vou te dar um conselho de amiga agora,temos que correr riscos, se não corrermos risco não encontraremos a felicidade. O mesmo risco que você corre de ser machucada por esse rapaz, ele também corre de ser machucado por você - Disse ela sabiamente.
-Nunca o machucaria.
-Sei disso, mas às vezes magoamos alguém sem querer, e acredito que ele se sentiu magoado por você dizer para ele te deixar em paz.
-Mãe não me faça ficar pior.
-Filha, você acha que um cara que só quer brincar com uma garota a defenderia como ele fez com você quando a outra menina te insultou.
-Não
-E você acha que se ele não gostasse mesmo de você te levaria para jantar?
-Não.
- Olha para mim filha - pediu ela ficando de pé na minha frente.
-Estou olhando mãe.
-Sou magra?
-Não
-E o seu pai é magro?
-Sim, ele é magro.
Nessa hora papai apareceu e parou para nós observar.
-Quando conheci seu pai, eu já era assim, gordinha, e ele me quis mesmo sendo assim.
-Sua mãe era a gordinha mais linda que já vi na vida, e ainda é - disse papai.
- Assim vou ficar vermelha- brincou mamãe.
-Sua mãe é a mulher que eu amo, é melhor que muita magrela por aí. -falou meu pai dando um abraço em minha mãe.
Era hora de me retirar.
Fui para o quarto me sentindo um pouco melhor, mas arrependida pela forma que agi com Breno.