Capítulo II

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Foi com grande tremor que deixo meu quarto no primeiro dia que estive aqui,

com muita cautela, seguindo pelos vastos corredores sombrios e misteriosos,

que serpenteiam por essa fortaleza. Apesar de toda a especulação sobre o

assunto (motivo pelo qual não preguei os olhos na noite anterior), eu não podia

imaginar o porquê de a Fera ter solicitado minha presença. Passei aquele dia

sozinha, entrando e saindo dos cômodos, olhando os arredores desconhecidos,

enquanto tentava adivinhar o que vinha pela frente.


Não se pode dizer que vim para esse imenso castelo da Fera contra minha

vontade, pois eu estava um tanto ansiosa em deixar para trás a pobreza e o tédio

de minha infância. Portanto, quando o dever me premiou com essa aventura,

não fiquei totalmente insatisfeita.


Eu não poderia dizer como um castelo deveria ser, mas pareceu-me que tudo

o que vi era exatamente como deveria. Ancestrais de aparência um tanto austera

me olhavam desdenhosos nas molduras penduradas nas paredes. Outras

paredes exibiam tapeçarias de piqueniques franceses, vinhedos italianos e outros

encontros exóticos. A mobília era entalhada na mais fina madeira, os carpetes

exageradamente grossos e coloridos. Resumindo, tudo era um tanto extraordinário

em sua elegância e esplendor.


Naquele dia não tive a chance de encontrar a Fera, enquanto vagava pelo

castelo. Em minha chegada, na noite anterior, ele instruíra um serviçal a me

conduzir diretamente ao meu quarto, depois rapidamente me despedi de meu

pai, e o vi carregar dois baús pesados em sua carruagem. Eram presentes da

Fera, que ordenara que enchessem os baús de tesouros para meu pai levá-los

com ele. Pensar em minha família abrindo os baús me proporcionou satisfação e

calma.


Não saí de meu quarto durante o restante da noite, por mais que estivesse

inquieta e sem sono. Pelas longas horas daquela noite silenciosa, até o começo

do dia seguinte, pensei sobre o fim de minha vida antiga, enquanto seguia de um

cômodo a outro, olhando tudo, minuciosamente, sem ver nenhuma pessoa .

o jantar foi anunciado com o tocar de uma campainha, e foi então que voltei

a encontrar a Fera. Apesar de sua aparência horrível e de sua voz rude, fui felizmente

surpreendida ao descobrir que ele era, de fato, um anfitrião encantador,

pois passamos o primeiro jantar conversando amistosamente, acompanhados de

comida e bebida que deleitavam o paladar.


Assim que a refeição terminou, a Fera se levantou, me inspecionando por um

instante com seus olhos escuros, antes de perguntar:


-Aceita se casar comigo, Bela?




Será que a Bela irá aceitar ? O que deveria responder a Fera? Irá enfurecê-lo?

Curiosos, continuem a ler.

Espero que estejam gostando.

A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora