Capítulo X

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A voz da Fera ainda ressonava na habitação. A ordem implícita

ardia em seus olhos. Estava furioso com ela? Incrível.


Antes de que ela pudesse replicar, ele acrescentou:


-Não tinha intenção de te espiar. Saí para lhe procurar, ia

lhe chamar para um passeio. Mas quando entrei, não pude

deixar de olhar. Sinto muito.


Uma desculpa? Assim sem mais? Sem tentar justificar-se

nem defender-se?


A fúria se dissipou... muito rápido para meu gosto.


Maldita seja. Era difícil continuar furiosa com alguém que

lhe tinha devotado uma desculpa. E inclusive era mais

difícil permanecer desgostada com um homem que

se ficou paralisado porque lhe tinha gostado de vê-la.


Mas não estava disposta a render-se sem lutar.


-Não tinha direito! Tudo isto é muito embaraçoso,

estou completamente envergonhada.


Ele deu um passo para ela.


-De seu corpo? De ser uma mulher com necessidades?


-De que estivesse me observando! Não posso acreditar

que estivesse ali parado, me olhando como se fora

a estrela de um filme porno ou algo similar.


-Não é a conduta que se espera de um anfitrião,

de acordo. Não é correto. - Os olhos da Fera brilharam

com sinceridade e um desejo que não desaparecia.


-Entretanto, Bela, deve admitir uma coisa: saber

que te observava, que não podia apartar os olhos

de ti, resultou- te excitante.


-Não. -negou-me a lhe proporcionar essa satisfação

apesar de saber que a umidade que emanava entre

minhas pernas era devido a suas palavras.


-Esses olhos cor de mel dizem o contrário, querida.


-Necessita óculos. Pensou que me alegraria saber

que converteu meu banho em um espetáculo? Pensou

que diria "claro, conhecemo-nos a poucos dias,

A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora