Capítulo IX

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- OH, Meu Deus!


Não acredito que ele me viu, salto da banheira, agarro uma toalha

e me envolveu nela, cobrindo-me o melhor que posso. Tinha-me

visto... e tudo o que tinha feito!


Voltou-me para a janela, esperando que a Fera tivesse tido a

decência de partir para lhe dar privacidade agora que já o tinha

apanhado comportando-se como um olheiro.


Mas ele seguia ali, imperturbável, sem camisa, com seu enorme

peito peludo subindo e baixando, por causa da respiração

entrecortada, controlando-se com muita dificuldade.


Pior ainda, observava-a com um olhar ardente e depredador.

Absolutamente sexual e animal. Não parecia que fora a

desculpar-se.


Esses olhos estavam dizendo que o tinha excitado.

Que me desejava. Que tinha intenção de possuir-me.


O ardor entre minhas coxas que tinha tentado apagar, pulsou

com força, voltando de novo para a vida.


Fecho os olhos, lutando contra o torvelinho de desejo que

crescia em meu interior. Desejo e fúria disputavam uma

carreira em seu estômago. Lutando cotovelo com cotovelo,

muito por diante da mortificação que ocupava o terceiro lugar.


Mas ao final foi a fúria quem chegou à linha de meta.


Maldita seja! Pode que a Fera, tivesse-me salvado da vida miserável,

e além de já ter me visto nua, mas isso não lhe dava direito a invadir

minha intimidade e espiar algo que estivesse fazendo, enquanto ele

mesmo se excitava. Arrogante. Grosseiro! Todos os homens eram

iguais. Inclusive a Fera, que era pelo menos metade de homem.


O famoso temperamento de minha mãe, a qual abandonou nossa

família, nos deixando na miséria. Isso ardeu como lava líquida em

meu interior, devorando a seu passo qualquer vestígio de calma e

decoro, que possuía.


Lhe dirigindo um olhar cheio de veneno para a Fera, Bela deu a

volta com rapidez e abandonou o quarto de banho, atravessou

o corredor para a suíte e a salinha, dirigindo-se para a porta.


Antes de chegar a ela, a Fera rosnou, feroz e silencioso, me puxo

para dentro. E tão tenso, que o mais provável era que se lhe

lançava uma faca, este ricocheteasse. Ele fechou a porta a suas

costas com um tranquilo estalo que ressonou na planta de seus

úmidos pés através do brilhante chão de madeira.


-Filho de uma cadela! -grito-lhe, aproximando-me dele até que

só um metro nós separa - Como te atreve? Crês-te que não me

daria conta ou que não me importaria? Ou talvez pensou...


-Basta. -Ele não levantou a voz, mas ainda assim soou tão

cortante como um látego.


-Vai à ...


-Bela -lhe advertiu, chiando os dentes.


E ela se interrompeu, atendo-se firmemente a toalha contra seu

corpo e com o peito agitado pela cólera. Não sentia mais medo

da Fera, BASTA. Estava cansada de me submeter, não tinha

mais medo da Fera.






AVISO: Desculpa a demora, mais tarde tem mais.


A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora