- OH, Meu Deus!
Não acredito que ele me viu, salto da banheira, agarro uma toalha
e me envolveu nela, cobrindo-me o melhor que posso. Tinha-me
visto... e tudo o que tinha feito!
Voltou-me para a janela, esperando que a Fera tivesse tido a
decência de partir para lhe dar privacidade agora que já o tinha
apanhado comportando-se como um olheiro.
Mas ele seguia ali, imperturbável, sem camisa, com seu enorme
peito peludo subindo e baixando, por causa da respiração
entrecortada, controlando-se com muita dificuldade.
Pior ainda, observava-a com um olhar ardente e depredador.
Absolutamente sexual e animal. Não parecia que fora a
desculpar-se.
Esses olhos estavam dizendo que o tinha excitado.
Que me desejava. Que tinha intenção de possuir-me.
O ardor entre minhas coxas que tinha tentado apagar, pulsou
com força, voltando de novo para a vida.
Fecho os olhos, lutando contra o torvelinho de desejo que
crescia em meu interior. Desejo e fúria disputavam uma
carreira em seu estômago. Lutando cotovelo com cotovelo,
muito por diante da mortificação que ocupava o terceiro lugar.
Mas ao final foi a fúria quem chegou à linha de meta.
Maldita seja! Pode que a Fera, tivesse-me salvado da vida miserável,
e além de já ter me visto nua, mas isso não lhe dava direito a invadir
minha intimidade e espiar algo que estivesse fazendo, enquanto ele
mesmo se excitava. Arrogante. Grosseiro! Todos os homens eram
iguais. Inclusive a Fera, que era pelo menos metade de homem.
O famoso temperamento de minha mãe, a qual abandonou nossa
família, nos deixando na miséria. Isso ardeu como lava líquida em
meu interior, devorando a seu passo qualquer vestígio de calma e
decoro, que possuía.
Lhe dirigindo um olhar cheio de veneno para a Fera, Bela deu a
volta com rapidez e abandonou o quarto de banho, atravessou
o corredor para a suíte e a salinha, dirigindo-se para a porta.
Antes de chegar a ela, a Fera rosnou, feroz e silencioso, me puxo
para dentro. E tão tenso, que o mais provável era que se lhe
lançava uma faca, este ricocheteasse. Ele fechou a porta a suas
costas com um tranquilo estalo que ressonou na planta de seus
úmidos pés através do brilhante chão de madeira.
-Filho de uma cadela! -grito-lhe, aproximando-me dele até que
só um metro nós separa - Como te atreve? Crês-te que não me
daria conta ou que não me importaria? Ou talvez pensou...
-Basta. -Ele não levantou a voz, mas ainda assim soou tão
cortante como um látego.
-Vai à ...
-Bela -lhe advertiu, chiando os dentes.
E ela se interrompeu, atendo-se firmemente a toalha contra seu
corpo e com o peito agitado pela cólera. Não sentia mais medo
da Fera, BASTA. Estava cansada de me submeter, não tinha
mais medo da Fera.
AVISO: Desculpa a demora, mais tarde tem mais.
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A Bela e a Fera
AcakQuem não se lembra dessa estória... O conto de fadas da bela, a mocinha e a fera, um monstro, que no final se apaixonaram e viveram felizes para sempre. Se vocês esperam por essa história, terei que desapontá-los, pois irei contar para vocês a histó...