Capítulo XI

3.6K 146 12
                                    



Um estremecimento eletrizante me atravessou, que me chamava

estúpida de todas as maneiras que conhecia.


Aparto o olhar dele e cravo os olhos na porta outra vez, segurando

a toalha com mais força.


Fera não disse nada, mas ainda podia sentir seus olhos fixos nela,

observando sua pele ainda úmida, sua respiração ofegante.


E agora o que? Isto tinha passado de castanho a castanho escuro

em tão só dois minutos.


E se não queria que acontecesse negro, tinha que escapar já.


-Me diga por que necessitava um orgasmo -lhe murmurou ao ouvido.


Não podia. Só lhe confirmaria o que já devia saber: que uma parte

dela, a mais desavergonhada, desejava-o, e sentia muito mais que

curiosidade pela imensa fortuna que ele podia lhe dar.


-Não é teu assunto, Fera.


-Não me chame assim, não quando estivermos a sós.


Ela seguiu ali de pé, tremendo, com a mente e o coração pulsando

a toda velocidade entre a incerteza e a emoção proibida.


Me sentia... reclamada pelas palavras da Fera. Suas ordens removiam

algo em seu interior e lhe provocavam um golpe de necessidade.


«Como seria render-se? Ceder ainda mais as suas exigências?»


Perigoso. Mau. Ceder acima de tudo o que a Fera representava e

que não deveria desejar, só a levaria direta ao inferno.


-Chamo-te então asno? Seria o mais apropriado -lhe soltou a

fanfarronada e se voltou para enfrentar-se a ele-. Não intimide.


Esperou uma feroz resposta, uma ordem que fora mais um

grunhido de frustração. Mas não chegou.


Em lugar de lhe responder, ele se aproximou ainda mais, até que

só um sussurro a separava do rugiente calor de seu corpo.


-Me chame de Jack, meu verdadeiro nome.


Não consegui formular nenhuma palavra então ele chegou

mais perto.


-Não há razão para que te envergonhe de seus desejos.


-Não o faço. Me chame reprimida se quiser, mas do que me

A Bela e a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora