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C A P Í T U L O D E Z O I T O

/ Í R I S //

Adentrei na cozinha, onde reinava um cheiro maravilhosa a carne assada, e desviei o olhar do ecrã do telemóvel para ver a minha mãe em volta do fogão a terminar o jantar que já se encontrava um bocado atrasado por se ter demorado mais um pouco que o habitual a fechar a florista, visto que esta era a dona.

-Precisas de ajuda em alguma coisa? - Inquiri, tentando parecer educada e simpática, já que queria que me entregassem as chaves do meu lindo carro para que não tivesse que continuar a andar no do Calum que cheirava a meias suadas e outras fragrâncias que não posso citar os nomes por causa de crianças com menor de idade.

A Dona Margaret sobressaltou-se por não estar à espera da minha entrada e virou-se para mim com os olhos arregalados e uma mão sobre o peito.

-Filha, ias-me matando de susto. - Disse, tentando controlar a respiração.

-Menos dramas, mãe. - Pedi, sentando-me numa cadeira.

A senhora de cabelos, igualmente, negros como eu e o meu irmão sentou-se numa cadeira próxima a mim e pegou numa das minhas mãos, fazendo-me olhar-lhe com uma sobrancelha erguida.

-Estás bem? - Perguntei reticente.

Assentiu.

-Mas tu não pareces estar, querida. Conta-me lá o que se passa dentro dessa cabeça oca. - Pediu e bateu com o dedo indicar na minha testa, ouvindo um resmungo da minha parte.

-Não se passa nada. - Menti.

-Sabes que mentes muito mal.

Nessa parte saíste a mim. - Bufou, pousando os cotovelos em cima da mesa e descansou a cabeça nas palmas das mãos. - Gostas de alguém, não é?

Revirei os olhos e suspirei, desistindo de tentar esconder-lhe algo. Afinal ela era a minha progenitora e conhecia-me melhor que eu própria.

-É. - Admiti.

Esta deu um salto na cadeira e bateu palmas, mas parou ao olhar para a minha expressão de traumatizada perante a sua atitude nada adulta.

-Conta-me tudo.

-Não existe nada para contar, mãe. Ele nem sequer olha para mim e se lembrasse da minha existência por dois segundos já me sinto a pessoa mais sortuda do mundo. - Comentei, encolhendo os ombros.

A mulher de cabelos negros voltou a agarrar na minha mão e acariciou-a com o polegar.

-Já te contei que quando andava no liceu, existia um rapaz lindo que deixava qualquer rapariga aos seus pés com apenas um sorriso?! E, claro, eu não era exceção. Agora que reflito nisso, naquela altura ela uma rapariga com as hormonas muito alteradas. - Contou e ri-me. - Então, como nem sequer olhava para mim, elaborei um plano muito maluco que consistia em estar em todos os sítios onde ele estava, desde os locais a que ele frequentava até esperar que ele saísse de casa para o acompanhar, de longe, até à escola.

-E resultou?

-Óbvio. - Sorriu orgulhosa.

-E depois casaram-se e tiveram dois filhos. - Completei.

A minha mãe franziu o sobrolho e negou com a cabeça.

-Não me estou a referir ao teu pai. O tipo chamava-se Jason e terminou comigo por causa dos meus constantes ciúmes, por isso tive que ficar com os restos que ainda estavam no mercado e foi aí que conheci o teu pai.

Gargalhei alto, acompanhando-a.

-Mas como é que isso me deveria animar? - Interroguei incerta.

-Em nada. Apenas te quis contar

heyyy

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bye, love youu.

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