Fake Messages » hemmings.

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C A P Í T U L O  T R E Z E

// Í R I S //

-Íris vais-te atrasar para a escola e assim não te dou boleia. - Ouvi Calum a gritar da entrada.

Peguei na mochila e arranquei o telemóvel da carga, sem me importar se o carregador ficou ou não ligado à tomada e corri para junto do meu irmão.

-Não podias acordar mais tarde? - Perguntei-lhe ofegante, saindo de casa...

-E tu não podias deitar-te mais cedo? - Ripostou, trancando a porta de casa com a chave.

-Estive a estudar até tarde. - Não aguentei e desmanchei-me a rir com a minha mentira tão óbvia. - Jurei que iria ver todos os episódios da terceira temporada de American Horror Story ontem e consegui.

Entrei para o lugar de pendura e Cal sentou-se no lugar do condutor, metendo a chave na ignição e ligou o motor, fazendo-se à estrada

-I'm on highway to hell... on the highway to hell... - Cantarolei, referindo-me ao facto de estar na estrada e a caminho do inferno.

-Porque tens que cantar essa porra todas as manhãs? - Resmungou frustrado, fixando-se na estrada.

Meti-lhe a língua de fora e olhei pela janela, apercebendo-me que não estávamos no percurso que habitualmente fazíamos para a escola.

-Vamos faltar às aulas? Seu malandro, finalmente estou a influenciar-te. - Fingi-me emocionado com o seu feito.

O moreno mirou-me durante alguns segundos e lançou-me aquele olhar de só podes estar a gozar com a minha cara.

-Então vamos aonde?

-Vou dar boleia a uns amigos. - Bufei baixinho.

Tirei o telemóvel do bolso do casaco e certifiquei que ainda não recebera uma mensagem de mim. Vida de anti-social.

O carro parou em frente a um café antigo e Calum buzinou duas vezes, o que me fez revirar os olhos, e de lá saiu Luke e o rapaz atiradiço, Ashton.

Encolhi-me no assento para que não me vissem, mas isso foi uma missão impossível, visto que logo que o rapaz de cabelos castanhos me avistou, piscou o olho, tentando parecer sensual, o que não correu muito bem, já que parecia que apenas estava a tentar tirar um mosquito que entrara no olho.

Ambos entraram no carro e cumprimentaram o meu irmão, ignorando completamente a minha existência.

Calum começou a conduzir, de novo, e a conversa fluía entre eles, porém a única voz que me interessava era a do garoto de cabelos loiros e por algum motivo ela pronunciava-se poucas vezes.

-Para aqui. - Mandei-lhe, fazendo a minha voz ouvir-se pela primeira vez desde que aqueles intrusos apareceram.

-Porquê? - Inquiriu confuso, no entanto estacionou o veículo na berma da estrada.

-Não quero se vista contigo. - E dito isto saí do carro, batendo com força a porta deste.