Blake voa com Scarlet em um braço e Ruth no outro, voando o mais rápido que pode para ficar
longe do exército que avança. Ele tinha ficado horrorizado ao testemunhar o assassinato de Polly, e
chocado ao ver Scarlet tirar o olho daquele vampiro. Ele havia pressentido uma grande perturbação
na área, e tinha voado até lá, apenas para verificar se estava tudo bem. Ele havia chegado no
momento em que Polly era esfaqueada, e ao ver aquilo, sem pensar, ele havia mergulhado e tirado
Scarlet e Ruth do lugar. Era tarde demais para Polly, e ele sabia disso.
Mas não era tarde demais para Scarlet. Afinal, Scarlet era filha de Caitlin. E Blake ainda amava
Caitlin. Mesmo que ela não o amasse de volta, ele sabe que não há melhor maneira de expressar seu
amor por ela do que resgatando sua filha. Mesmo que ela também fosse a filha de Caleb.
Não que isso fosse sua única motivação: Blake teria resgatado qualquer criança indefesa, e no
pouco tempo que tinha chegado a conhecê-la, Blake havia gostado de Scarlet. Ela era incomum,
avançada para a idade, e Blake tinha percebido que ela se tornaria um espírito iluminado. Ele sabe
que ao salvá-la arriscou sua própria vida, e agora, ele tem um exército atrás dele. Ele está em
número bem menor. Ele não consegue entender como todo um exército de vampiros poderia estar
atacando Skye. A antiga lei vampira, de que nenhum coven poderia atacar outro coven atravessando
as águas sem serem convidados protegia o lugar. Mas quem os teria convidado?
Polly faria isso? ele se pergunta. Afinal de contas, ela estava deitada na praia, morta. Mas por
que ela teria feito uma coisa dessas?
Agora não é o momento para contemplar isso. Blake aumenta a velocidade ainda mais, e
mergulha para o bosque. Ele conhece aquela floresta melhor do que ninguém, e ao entrar nela, ele dá
voltas e se faz curvas, girando e se desvencilhando dos outros.
Quando ele tem certeza de que eles os tinham perdido de vista, ele dá a volta e retorna para o
castelo.
Blake sabe que ele tem que voltar para o castelo, para o seu próprio coven, para avisar os
homens de Aiden e os homens do rei. Scarlet e Ruth estariam seguras lá dentro e, em seguida, seu
povo e os guerreiros humanos do rei, juntos, poderiam se defender do ataque. O castelo é um terreno
que poderia ser protegido, e eles teriam que defendê-lo. Ele só gostaria que Caitlin e Caleb
estivessem ali agora, para ajudá-los.
Blake sai do meio das árvores e, finalmente, o castelo surge diante deles. Ele voa sobre a
passarela, sobre o fosso, pousando no pátio diante das portas maciças, e corre através delas, ainda
segurando Scarlet e Ruth. Enquanto está fazendo tudo isso, uma parte dele registra que não há
guerreiros humanos montando guarda do lado de fora, e que as portas estão abertas. No entanto, ele
está perturbado demais para prestar muita atenção; se ele não estivesse com tanta pressa, ele teria
percebido que aquilo não poderia ser um bom sinal.
Blake grita enquanto corre. "AIDEN!" Ele grita. "TAYLOR! TYLER! CAIN! BARBARA!"
Ele corre de sala em sala, subindo as escadas, segurando Scarlet e Ruth ao subir quatro degraus
de cada vez. Ele finalmente chega ao telhado.
Vários dos membros de seu coven estão ali, reunidos, em pé nos parapeitos e observando os céus
com grande preocupação. Ele fica aliviado ao ver todos eles ali, e também aliviado ao ver Samuel,
irmão de Caleb, que por sorte estava ali para o casamento. Ele também fica aliviado ao ver dezenas
de outros vampiros amigáveis, que também tinham vindo para o casamento e ainda estavam ali. Blake
conta pelo menos cinqüenta de seus próprios amigos ali em cima, prontos para lutar, de armas na
mão.
Mas, ao mesmo tempo, ele não localiza qualquer dos homens de McCleod, o que o preocupa.
Blake coloca Scarlet e Ruth no chão, e corre para os outros. Ele procura Aiden em todos os lugares,
mas ele não está em parte alguma.
Ao chegar à beirada, Blake olha para o céu e vê por que todos parecem tão atordoados.
O céu inteiro está tomado por um exército vampiro invasor.
Blake fica horrorizado. Mesmo com suas dezenas de homens, não existe qualquer possibilidade
de se defenderem contra tudo aquilo. Esta era claramente uma guerra muito bem coordenada. Blake
começa a se sentir inseguro em relação a segurança do castelo.
Ele ouve um barulho e, olhando para baixo, vê com alívio que centenas dos guerreiros de
McCleod estão empunhando armas com ponta de prata. É exatamente disso que eles precisam.
Finalmente, eles tinham vindo para ajudar a defender o castelo.
Mas o olhar de Blake se transforma em desânimo quando de repente ele percebe que aquelas
centenas de guerreiros não estavam, na verdade, correndo para defender o castelo. Ao ver McCleod
montado em seu cavalo, dando ordens para os outros, ele percebe que todos eles, com armaduras
completas, estavam aparentemente se dirigindo para o castelo. Como se para atacá-lo.
É uma emboscada, Blake percebe.
E não há qualquer maneira de escapar dela.
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Prometida
VampireCaitlin e Caleb se encontram na Escócia medieval, no ano de 1350, um período de cavaleiros e armaduras, castelos e guerreiros, da busca pelo Cálice Sagrado que, acredita-se, detém o segredo da imortalidade vampira. Chegando à antiga Ilha de Skye, um...