Prólogo

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Minha cabeça está girando e sinto tudo rodar, tomo mais uma dose do meu uísque com energético e não é o suficiente, eu quero mais.
Saio cambaleando ao lado das pessoas, a música está alta, então começo a dançar, balanço braços e pernas sem parar. Viro meu copo de uísque de uma vez e faço uma careta, vou até o balcão e pego mais um copo. Um copo alheio não faço ideia de quem seja, foda-se agora é meu. Tomo goles grandes do meu copo alheio. Um cara se aproxima e mal vejo seu rosto, estou muito bêbada. O puxo para perto e beijo seus lábios, um beijo molhado. Sinto gosto de cerveja em sua saliva, não me importo, o beijo mais forte, minha cabeça vai para um lado e para o outro com rapidez. O empurro para trás e passo por ele, entro no meio da multidão e vejo pessoas tomando bebida nos seios de uma garota. Me aproximo e empurro o rapaz. Passo minha língua ferozmente pelos seios dela, sugando toda a bebida que estava sobre eles. Subo dos seus seios para seus lábios, a beijo lentamente. Seu hálito cheirava bala de menta, sugo seu lábio inferior com força puxando-o para trás e torno a beijá-lá, desta vez mais rápido. Pego em suas nádegas e aperto. Me afasto e dou lhe uma piscadela, estou tão bêbada preciso de um banheiro, mas não agora. Estou a caminho da multidão quando um rapaz alto esbarra em mim derrubando minha bebida no chão.

- Mas que porra ? Não me viu aqui não babaca ? - grito para ele. Tento ver seu rosto mas as minhas vistas estão turvas.
- Me desculpe! - diz ele. - se quiser te pago outra.
- Eu não quero outra. Agora saia da minha frente! - o empurro e me afasto. Olho para trás mais uma vez tentando ver seu rosto, mas sem sucesso.

Vou para o balcão e pego mais uma bebida. Desta vez pego um copo de vodca com com suco de morango.
Bebo rapidamente e coloco meu copo na mesa do balcão. Subo para o andar de cima do recinto e me sento em um sofá vermelho. Abro minha jaqueta e pego um maço de cigarro, retiro um e acendo. Trago calmamente meu cigarro, soltando poucas fumaças. Afinal eu queria morrer, então para que soltar no ar se eu poderia mandar para meus pulmões!?
Termino meu cigarro e o amasso em um cinzeiro que estava ao lado do sofá em cima de um criado mudo.
Desço para o andar de baixo e vou para pista de dança. Esta tocando uma música eletrônica mas no momento não quero saber o nome dela, apenas danço. Sinto o ritmo contagiando meu corpo, balanço meus quadris e meus braços, fecho meus olhos e sinto a música dentro de mim. Sinto uma mão em meu braço e me viro para encarar.

- Quer uma bebida? - me pergunta um homem cuja sua roupa estava rasgada e cheirando a prostitutas.
- Não! Obrigada. - respondo rapidamente e volto a dançar.
- Por favor! Eu insisto. - ele pega em meu braço novamente.
- Me de logo essa porra aqui! Agora "vaza". - pego a bebida de sua mão e o emburro para trás. Ele se afasta e volto a dançar. Sei que naquela bebida tinha droga, mas como disse eu quero morrer, então tomo a bebida sem pestanejar.
Sinto a droga fazendo efeito dentro de mim, tudo está girando e várias luzes tomam conta dos meus olhos, luzes fortes e coloridas. A fumaça para todos os lados, uma mistura de cigarro com maconha e gelo seco. Dou leves tossidas, e me seguro em uma pessoa. Logo a solto e volto a dançar mas a música está abafada e as pessoas estão em câmera lenta. Olho para meu lado esquerdo e vejo casais se "comendo" perto do banheiro. Olho para meu lado direito e vejo um homem só de cueca, penso comigo que seria ótimo transar chapada, mas logo me lembro que quase peguei aids fazendo isso.
Volto para o balcão cambaleando. Estou bêbada demais para pedir mais uma, então apenas levanto meu indicador.

- Você tem certeza que vai beber mais uma? - pergunta ele assustado com minha situação.
- Você não deve questionar ou opinar! Estou pagando por isto então passa essa porra pra cá. - digo esticando o braço e pegando minha bebida. Penso comigo como esse cara é idiota e de como deve "trepar" mal.

Bebo mais alguns goles de bebida e pego meu celular, olho em meu relógio e vejo 5:00 horas da manhã em ponto! Vou para a porta e abro, preciso ir embora. Vou andando pelas ruas me segurando em postes e bancos. Me sento em um banco na praça e termino de tomar minha bebida, pego mais um cigarro e acendo, vejo pessoas passando de carro, vivendo suas vidinhas de merda, felizes, tomando café da manhã sorrindo enquanto passam manteiga no pão, iguais naqueles comerciais de televisão. Pensar nisso me causa enjoo, procuro um lugar para vomitar e só vejo uma lata de lixo. Vou até ela me apoio e solto. Solto tudo aquilo que estou tomando desde as 11 da manhã. Sim eu tomo bebida assim que acordo. Tomo remédios e antibióticos com vodca. Desce mais rápido e me mato com mais facilidade.
Você deve estar se perguntando o por que faço isso comigo mesma, o por que bebo tanto ao ponto de vomitar ou ficar em coma alcoólico ou por que beijo tantas pessoas em uma festa só, mulheres, homens, homossexuais, por que transo com qualquer um. Está se perguntando se eu tenho família, sim eu tenho. Mas eles são caretas e tradicionais, também tenho um irmão mais novo, o Mike que mais parece com um o demônio do que com um ser humano. Neste momento está dormindo como um anjo. Meu pai trabalha no corpo de bombeiros e minha mãe trabalha em um salão de beleza e aos sábados minha mãe faz lasanha para o jantar e durante o dia costuma ver filmes com o demônio do meu irmão. Aos domingos meus pais gostam de passear pelo lago que tem no centro da cidade, lá eles compram sorvete, algodão doce, e várias outras porcarias que estão na lista "NÃO" dos diabéticos. Amigas? Não tenho! Para todos sou uma má influência e tenho de concordar, não sou uma das melhores pessoas para se confiar e contar fofocas sobre garotos fúteis. Namorado não tive até hoje. Sim tenho 18 anos e não tenho um namorado e nunca tive. Não por falta de opção e sim porquê eu não quis, não consigo nem amar a mim mesma piorou amar outra pessoa. Prefiro viver minha vida maravilhosa do que ficar aos sábados em casa vendo " A culpa é das estrelas" e chorando feito um bebê. Não que eu não goste de filmes de romance, ou livros, que por sinal meu autor predileto é o Nicholas Sparks mas deixa isso no off. Então eu já sou deprimida, piorou quando colocam um filme desse para mim assistir. Confesso que chorei vendo ele, mas chorei sozinha sem ninguém ver. Capaz de cortar os pulsos com tanto sofrimento. Falando nisso tenho vários cortes em meus pulsos e pernas. Corto por diversão, nunca tive problemas sérios para me alto mutilar. Curto o fato de sentir dor. Já usei tudo quanto é tipo de droga e nunca vicio. Tenho um alto controle sobre meu corpo e raramente vicio em alguma coisa, exceto o cigarro, sou completamente viciada e já cheguei a fumar dois maços por dia.
Sempre fui assim, a estranha da família, sempre levei um estilo de vida errado ao estilo que muitos levam. Não sou o tipo de garota que senta na mesa na hora do jantar. Na hora do jantar estou no meu quarto fumando meu cigarro enquanto meus pais estão perguntando para Mike como estão suas notas. Patético! Nunca fui a garota mais bonita da escola mesmo tendo olhos claros, não, isso não basta para uma pessoa. As garotas da minha escola são altas, magras, loiras, bem vestidas e maquiadas. São carismáticas e educadas. Ao contrário de mim. Sou mais baixa, tenho cabelos negros e pele branca. Tenho olhos azuis e não uso roupas extravagantes. Não uso muita maquiagem, exceto quando vou a festa, que passo uma sombra preta e um batom vermelho. Não sou educada, muito menos carismática, tenho sérios problemas em me relacionar com as pessoas. Falo palavrões e tenho uma expressão séria, raramente as pessoas irão me ver sorrindo, exceto quando estou chapada, dai sorrio até para os cachorros e mendigos da rua. Sou uma pessoa de difícil convivência, não tente me entender ou me dar conselhos. Meus pais já tentaram me internar em um colégio de freiras mas eu transei com um garoto lá dentro e desvirtuei uma das garotas e então fui expulsa de lá. Essa sou eu. Você deve se perguntar por que eu sou desta maneira, também não sei, só sei que nasci assim e nunca irei mudar. Gosto da vida que levo e não troco por nada.

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