6º Capítulo

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Estou deitada em minha cama, faz exatamente 3 horas que estou olhando para o teto, pensando em como vou dizer para meus pais que vou para a clínica. Não quero ir porque vou perder minha vida de festas, bebidas e sexo, mas quero ir pelo Mike. Mike é o único motivo por qual quero ir, se ele diz que eu preciso então eu vou. Se fosse para mim ir pelo meus pais, eu com certeza não iria. Me viro para o lado e são exatamente quatro horas da tarde, me levanto e coloco um vestido preto com um tênis vermelho. Não uso salto. Odeio.
Vou para a sala e avisto meus pais vendo TV. Minha mãe está deitada no ombro dele e ele está com os dois braços em volta do corpo dela. Parecem felizes. Ando calmamente e fico ao lado do meu pai. Ele me olha e se vira para mim, minha mãe faz o mesmo.

- Quero conversar com vocês. -digo olhando para os pés.
- Pode falar. - diz meu pai desligando a tv e me olhando com atenção. Seus olhos não negavam sua curiosidade e interesse em que eu iria dizer. Minha mãe estava meio pálida, talvez esperando que eu dissesse que estava grávida ou com alguma doença mortal.
Respiro fundo.
- Primeiro quero que saibam que eu não estou fazendo isso por vocês! Estou fazendo isso pelo Mike. - digo.
- Ok, continue. - diz minha mãe atenciosa.
- Eu irei para a clínica. - digo cruzando os braços.
Meus pais estão paralisados e muito espantados com minha atitude. Meu pai olha para minha mãe e ela sorri docemente.
- Que ótimo minha filha, fico muito feliz! - diz meu pai se levantando para me abraçar, o interrompo com as mãos em seu peito.
- Sem abraços coletivos. Como disse não farei isso por vocês e sim por Mike. Agora me deem licença que vou curtir o resto de tempo que tenho fora da prisão. - me afasto sem pensar, dou longos passos e corro pela escada em busca de chegar o mais rápido possível em meu quarto. Adentro e fecho a porta, atrás de mim escuto meu país dizerem que iram ligar amanhã para a clínica. Bato minha cabeça várias vezes na porta pensando em como sou idiota por ter feito isso, meu Deus, meu irmão tem 7 anos, como uma criança vai decidir o que é bom para alguém ou não? Eu sou uma idiota! Respiro fundo e volto para cama, fecho os olhos e por um segundo vejo o rosto do Tyler, me lembro do pequeno acidente comigo perto do lago e de como seu rosto estava perto do meu, como seus olhos eram lindos e seu cheiro era excitante. Ele não parece ser como eu, tem cara de ser inteligente e educado. Abro os olhos e enfio minha cara no travesseiro. Não posso pensar em coisas como está, Tyler não é para meu "bico", ele é lindo, educado, engraçado e não, nunca mais iremos nos ver. A clínica vai me afastar de tudo e de todos, inclusive de um dia o ver novamente. Fecho os olhos por cinco minutos e acordo com meu pais em meu quarto jogando minhas coisas em uma mala. Levanto rapidamente.

- O que está acontecendo aqui? - pergunto bocejando.
- Filha, são dez da manhã. Se troque rápido. - diz minha mãe jogando muitas de minhas calcinhas na mala.
- O que está Acontecendo aqui? - pergunto novamente.
- Sem perguntas! Agora se troque. - meu pai diz saindo do quarto.
Cruzo os braços e arqueio as sobrancelhas.
- EU PERGUNTEI O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI CARALHO SERÁ QUE ALGUÉM PODE POR FAVOR ME EXPLICAR? - pergunto gritando.
- Vamos te levar para a clínica. Ligamos cedo e você já pode ir hoje mesmo. - diz minha mãe indo para meu banheiro.
Reviro os olhos e me jogo para trás em minha cama, bato minha cabeça na parede.

- Ai porra! - passo minha mão em minha cabeça.
- Sem palavrões mocinha. - diz minha mãe.
- Posso ter um pouco de liberdade por algumas horas?
Minha mãe sorri.
- Mãe sai, deixa eu arrumar minha mala. - me levanto.
- Não! Tenho de ter certeza que você não irá levar nada que não possa levar.
Reviro os olhos e desço para a cozinha. Meu pai está fazendo ovos e bacon.

- Tenho a impressão que vocês estão quase fazendo uma festa por eu ir para a clínica. - digo a ele.
- Claro que não meu bem. Só queremos seu bem.
O encaro por alguns segundos.
- Posso ao menos ir dar uma última volta? - pergunto.
Meu pai me olha e eu sorrio.
- Pode sim! Você tem 20 minutos.
Sorrio para ele e saio rapidamente de casa. Vou correndo em direção ao centro, quero encontrar Tyler, quero ver ele pela última vez, de longe, mas quero. Chego perto da quadra onde ele costumava jogar e o avisto com uma mulher. Era loira e tinha olhos azuis, magra, alta e tinha um sorriso instigante. Tyler tem namorada, e isso era demais para mim. O vejo sorrir para ela e suas mãos em cima das mãos dela. Vejo amor.
Me viro para ir embora e dou de cara com dois homens altos. Um era loiro e tinha olhos claros e outro tinha cabelos negros e olhos claros. Franzo o cenho.

- Você deve ser Ruby! - o moreno diz sorrindo.
- Ele estava certo! Tem belos seios. - o loiro diz encarando descaradamente meus seios.
- Quem são vocês ? - pergunto assustada.
- Amigos do Tyler! Ele nos falou de você. - o moreno diz e o loiro assenti.
Olho para eles confusa.
- Amigos do Tyler? - pergunto e eles assenti.
- Ótimo! - me viro e me afasto.
- Ei! A onde você vai? - pergunta o loiro.
- Diz ao Tyler que foi bom conhecê-lo. Tchau. - digo ríspida. Sinto raiva, ódio de Tyler. Ele tem namorada e fica falando de mim para os amiguinhos dele? E falou sobre meus seios. Ridículo! Vou para um banheiro público e fumo todos os cigarros do meu maço. Fumo e trago rapidamente. Há fumaça para todos os lados. Saio do banheiro e vou para casa, estou zonza e enjoada. Fumei demais, uma quantidade absurda de cigarros em menos de 10 minutos. Vou morrer. Ando cambaleando pelas ruas e chego em casa.

- Ruby você está bem? - pergunta minha mãe se aproximando rapidamente de mim. Assenti e vou para o carro. Meus pais entram no carro e entro logo em seguida com meus pais.
Vamos todos em silêncio e meu pai resolve dar uma parada próximo ao lago.

- O que estamos fazendo aqui? - pergunto.
- Vamos dar uma volta, antes de deixá-la na clínica. - meu pai diz e sorri.
descemos do carro e damos algumas voltar por ali.
- Ruby quero um sorvete. - diz Mike me olhando com olhos pidões.
Bufo e o deixo com meus pais. Adentro o recinto e peço um sorvete de chocolate com cobertura extra. Enquanto espero, sinto alguém atrás de mim, me viro e vejo Tyler.
Seu cheiro me faz tremer.
- O que faz aqui? - pergunta ele sorrindo.
- Comprando um sorvete para o Mike. - digo sorrindo sem mostrar os dentes.
- Estou feliz em te ver. - diz ele.
- Legal. - digo ríspida- obrigada. Agradeço o vendedor com um sorriso. Pego o sorvete e vou para a porta.
- Ruby, espera! - Tyler diz se aproximando.
Me viro bruscamente.
- Tyler não é por nada não, mas eu não quero falar com você, Ok?
- Mas..
- Tyler, não! - me afasto.
- Ruby o que houve? - diz ele gritando. Estou longe o bastante para responder sem que ele venha atrás de mim.
- Me deixe em paz Tyler. - digo e o perco de vista. Sinto um aperto no peito, mas devo fazer isso. Minha vida já está uma merda, se meter com um homem comprometido é morte certeira. Avisto Mike olhando para o lago e lhe entrego seu sorvete. Me sento ao lado dos meus pais. Meu pai beija minha testa e eu sorrio para ele.

- Está tudo bem, minha querida? - pergunta ele a me encarar.
- Está! - sorrio sem mostrar os dentes. Me afasto um pouco, porque não sou de muitos beijinhos e carinhos paternos.

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