4º Capítulo

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Me viro para o lado e cubro minha cabeça.
- ACORDA RU! ACORDA! - Mike grita pulando em cima de mim.
- Deixa eu dormir moleque. - resmungo.
- LEVANTA, LEVANTA! - diz ele ainda pulando.
Descubro minha cabeça e o encaro.
- Se você tem amor a sua vida, pare de encher o meu saco! Deixa eu dormir. - cubro novamente minha cabeça. Mike pula em cima de mim e me faz cócegas. Me levanto e faço nele também, rimos bastante e somos interrompidos por minha mãe.

- Filha, podemos conversar a sós? - pergunta ela se apoiando entre a porta e a parede. Assenti com a cabeça.
- Mike vai para o seu quarto, depois continuamos. - digo o levando para fora. Mike bufa e vai para o quarto.
Volto e fito minha mãe sentada em minha cama. Cruzo meus braços.
- o que você quer? - pergunto.
- sente-se aqui! - diz ela batendo levemente sua mão ao seu lado.
Me sento e a encaro.
- Quero conversar sobre a clínica. - diz ela.
- Tá! Mas eu não irei, estou decidida disso. - digo.
- Filha, eu e seu pai estamos preocupados com você. Não queremos ver você se acabar nessa vida, queremos te ajudar.
- Acontece que eu não pedi a sua ajuda. E o que você quis dizer com "você se acabar com essa vida" ? - franzo meu cenho.
- Você bebe demais, fuma demais, transa com pessoas que nunca viu na vida! Você acha que não sei que você toma aspirina com vodca? Eu não nasci ontem Ruby! - diz ela.
- Mas eu tenho 18 anos, o que eu faço ou não é problema meu!
- Você ainda mora nesta casa. Então você está sob nosso controle. - diz ela autoritária.
- Porque vocês não me repreenderam quando eu ainda era de menor? - pergunto.
- por que não sabíamos que você iria se tornar essa pessoa.
- Que pessoa?
- ESSA VICIADA, QUE CHEGA TARDE EM CASA, QUE CORRE RISCO DE PEGAR UMA AIDS OU QUALQUER OUTRA DOENÇA. - Diz ela alterando o tom de voz. A fito por alguns minutos e me levanto. Me aproximo da porta e a abro.
- Se você venho até aqui para me ofender, já pode sair! - digo com tom de voz mais baixo.
- Não irei sair! - diz ela cruzando os braços.
- ENTÃO O QUE VOCÊ QUER? - digo gritando e fecho a porta fortemente.
- NÃO GRITE COMIGO RUBY GRACE! - diz ela retribuindo o grito.
- O QUE VOCÊ QUER ? - pergunto chorando.
- Que você volte a ser aquela garotinha. Aquela menina que não fazia mal a si mesma. Olhe para você Ruby, você é linda! Sei que ai dentro ainda existe uma garota carinhosa, saudável e responsável, mas só irei ver ela novamente se você se tratar. Você precisa de ajuda médica. Por favor faz isso por mim ? - ela implora.
- Mãe você já sabe por onde sair. - digo virando de costas para ela.
- Faz isso pelo Mike. - ela diz.
Me viro novamente, estou chorando feito um bebê, mas não me importo.
- Filha o Mike te ama, ele te vê como um exemplo! Não seja um exemplo de pessoa que você não gostaria que o seu irmão seguisse. Você se orgulharia em vê-lo assim, como você? Aposto que não! - ela se levanta e se aproxima de mim.
- Pensa bem.. - conclui ela acariciando meu rosto, eu abro a porta e ela sai.
Minha cabeça está girando, não faço ideia do que dizer, estou atordoada. Mike é o único motivo por qual ainda estou viva. Não posso vê-lo assim, como eu, seria deprimente e decepcionante. Não sou uma boa pessoa e reconheço isso, mas não irei para a clínica, eu não preciso disso.

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Passei a tarde toda vendo televisão, não sai de casa. Fiquei trancada dentro do meu quarto pensando nas coisas que minha mãe disse. Não sou um bom exemplo para o Mike. Me levanto e vou até o quarto dele, bato em sua porta e escuto sua voz fina e doce "entre". Adentro o quarto.

- O que faz aqui? - pergunta ele.
- Quero dar uma volta. Vamos ao lago? - pergunto.
Mike faz uma expressão de rejeito.
- Você está falando sério? Quer ir ao lago? Comigo? - pergunta ele com olhos arregalados.
- Você demorar demais eu irei desistir. - digo cruzando os braços.
- Espere, vou me arrumar. - diz ele levantado de sua cama.
- Ok eu espero! - digo me aproximando de sua cama para sentar e sou interrompida.
- NÃO! Não sente, saia! - diz ele.
- porque? - pergunto assustada.
- Meninos não se trocam na frente de meninas. - Diz ele tímido. Reviro os olhos.
- Eu já vi seu pinto minúsculo. Agora se troca e cala a boca. - digo me sentando em sua cama. Mike bufa e rapidamente se troca.
Vamos para fora e seguimos. Chegando ao lago, alugamos uma pequena canoa, compramos vários doces e duas latinhas de refrigerante. Jogamos tudo dentro da canoa e sentamos nela. Não usamos remos, pois gostávamos de deixar a canoa seguir para o rumo que quisesse. A água era calma e batia sol, mas era agradável. Batia um ar fresco então não ficávamos "torrados" no sol.

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