17° Capítulo

53 6 3
                                    

Algumas horas depois de ficar sentada em silêncio, escuto o policial me chamar. Vou até as grades e ele as abre.
- Telefone pra você. - diz ele me levando algemada até o corredor a onde estava o telefone.
- Você tem 10 minutos! - ele sai e eu pego o telefone.

•Telefone on•

- Alô? - digo confusa.
- Oi, Ruby. O que aconteceu? Ligaram aqui na clinica dizendo que você e mais duas amigas foram presas por dirigirem bêbadas.
Reconheço a voz de Tyler.
- Foi isso que aconteceu Tyler. Agora o que você quer? Por que me ligou? - pergunto irritada.
- Quero saber se quer que vou te buscar.
- Não saio daqui sem minhas amigas.
- Eu vou buscá-las também. Eles ligaram aqui então creio que acham que sou o responsável de vocês. - ele ri.
- Não To vendo graça. Não quero que venha me buscar. Obrigada. - digo.
- Hum...ok! Devo ligar para seus pais? - pergunta ele.
- NÃO! Não faça isso. - digo desesperada. "5 MINUTOS" escuto o polícia dizer.
- Você só tem 5 minutos Ruby, tic tac, seu tempo está acabando.Tem certeza que não quer que eu vá te buscar? - pergunta ele.
- TABOM! - digo bufando.
- Ok eu vou..
Respiro aliviada.
- Mas com uma condição..
- Tava bom demais pra ser verdade! - digo revirando os olhos.
- Vai querer ou não?
- Tá, fala!
- Repita comigo "Tyler venha me buscar por favor"
Bufo mas repito. - Tyler venha me buscar por favor. - digo.
- Ótimo! Agora diz. "Tyler eu aceito sair com você". - diz ele.
Sorrio sem acreditar como ele é chantagista. - Ruby? Está aí? Acho que alguém vai ser morta pela mamãe. - diz ele provocando.
- Mas eu não quero sair com você! - digo firme.
- Ok, não vai ser eu que vou apodrecer na cadeia. Tchauzinho. "2 MINUTOS" grita o policial.
- Tabom, tabom. Tyler eu...
- Você?
- Aceito sair com você. - aperto os olhos sem acreditar.
- Estou indo te buscar.
- Tá!
- Pera aí.
- Que foi Tyler? - reviro os olhos.
- Como é que diz, depois que alguém faz um favor? - diz ele.
- Valeu. - digo.
- Não é valeu que se diz. Seja educada.
- AH, Tyler vai se foder! - digo irritada.
- Ok, vou foder enquanto você fica aí.
Reviro os olhos.
- Tabom, obrigada pela ajuda. Satisfeito? - digo.
- Demais. - diz ele. Posso ver o sorriso em seu rosto.
- Eu te odeio. - digo.
- Eu também. - diz ele rindo.
Desligo o telefone.
---

Algumas horas depois, o policial se aproxima e abre a cela.
- Pagaram a fiança.
Saímos desesperadas para fora e avisto Tyler assinando alguns papéis de responsabilidade.
Sophie e Kiara vão diretamente para o carro, estão em choque.
Espero por Tyler ao lado de fora da delegacia. Sophie e Kiara me observam de dentro do carro.
Tyler para ao meu lado.
- Vamos? - diz ele.
- Obrigada Tyler. - digo sorrindo um pouco.
- Por nada, Ruby. - diz ele sorrindo.
Adentro o carro e vamos direto para a clínica. Já passava da meia noite então não haveria o que fazer em casa.
Chegando na clínica Scott e Héctor estavam a nossa espera, quer dizer, à espera de Sophie e Kiara. As duas descem do carro e vão para dentro com eles.
Dentro do carro só estava eu e Tyler.

- Não se preocupe! - diz ele.
- Com o que? - pergunto.
- com seu carro! Eu paguei para eles devolverem.
Encaro ele.
- Sério? - pergunto.
- Seríssimo! Mas Ruby, promete que não vai mais dirigir alcoolizada, é perigoso. Não por descumprir a lei mas pode acontecer algo pior.
- Morte?
- Sim, não quero imaginar que isso pode acontecer. - diz ele incomodado com o assunto.
- Faria diferença pra você? - pergunto curiosa.
Tyler me olha de lado.
- Faria...
Minha vontade foi agarra-lo e beija-lo, mas apenas o silêncio tomou conta. Nossos olhares intensos um sobre outro me fez perceber o quanto me sinto bem ao lado dele.
Quando estamos prestes a nós beijar, o meu celular toca.
- É minha mãe! - digo sem graça.
- Então atenda. - diz ele.

•ligação on•

- ALÔ? FILHA? - diz minha mãe. Sinto desespero em sua voz.
- Mãe ? O que houve? - digo assustada.
- O Mike.
- O que houve com o Mike? - digo desesperada. Tyler me encara sério.
- Ele está passando mal, eu não sei o que é! Não sei o que fazer. - diz ele chorando.
- Mãe espera, onde você está? - pergunto.
- Eu estou em casa. - diz ela.
- Ok, eu estou indo pra aí. - desligo o telefone.
Explico o que aconteceu para Tyler, e ele me leva até minha casa. Desço do carro e entro em casa. Vejo minha mãe com Mike no colo, o balançando. Tyler vem logo atrás de mim com uma mochila grande. Ele coloca as luvas e rapidamente se aproxima de Mike
- Coloca ele no chão por favor. Pegue um travesseiro. - diz Tyler.
Faço o que ele pediu e me sento ao lado do corpo frágil de Mike no chão. Faço carinho em seus cabelos e em pensamento imploro para que não me deixe.
Tyler o examina por inteiro. Vejo Mike não reagir.
- Por favor... - digo chorando.
Tyler me encara por um momento. Eu olho para ele em prantos.
- Consegue ficar com ele aqui? Vou até a casa dos meus pais ali na esquina buscar uma seringa e eu já volto. - diz Tyler e balanço a cabeça positivamente.
Tyler corre as pressas para fora e em 5 minutos volta.
- Ruby, quero que limpe está agulha pra mim. Limpe bem. - diz ele. Não digo nada apenas o obedeço. Trago de volta e ele mistura algo no soro. Creio que seja uma medicação forte. Ele aplica na veia de Mike. Aos poucos Mike vai voltando sua cor normal. Tyler se senta ao lado dele para medir seus batimentos cardíacos. Mike lentamente abre os olhos.
- Mike? Consegue me ouvir? - pergunta Tyler. Me aproximo do rosto de Mike.
- Posso tentar? - pergunto para Tyler que diz que sim com a cabeça.
- Pequeno Ballinger? Pode me ouvir? - digo próximo de seu rosto. Mike se vira lentamente para me olhar.
- Eu pesquei com o papai hoje, sabia? - diz ele com a voz fraca. Não contenho as lágrimas e o abraço fortemente. Tyler se levanta e serve um copo de água para minha mãe que está buscando o ar que faltava. Ela se levanta e liga para meu pai que estava atrás de algum hospital aberto. Tyler espera Mike melhorar e pede para que minha mãe o leve cedo para o hospital, assim ela saberá o que ele teve. Minha mãe o agradece e se despede. Eu me despeço de Mike com muitos beijos, e me despeço de minha mãe. Eu e Tyler entramos no carro e rapidamente chegamos na clínica.
Tyler estaciona o carro e descemos. Quando estamos prestes a entrar, eu o paro. Olho para ele rapidamente e lhe dou um abraço. Um abraço forte. Naquele momento tive a sensação, de que eu não queria estar em outro lugar fora dos braços de Tyler. Sinto suas mãos sobre minhas costas, me abraçando reciprocamente. Um abraço duradouro. Eu jamais queria soltá-lo. Poderia ouvir seu coração batendo forte, e sua respiração calma. Sua cabeça estava inclinada sobre a minha. Ele me protegia como um anjo. Seu cheiro e sua pele era o paraíso pra mim. E mais uma vez o silêncio dominou o momento, naquele dia percebi que nem tudo precisa ser dito, o silêncio de um olhar, de um abraço, ou de um beijo fala muito mais que mil palavras.

The Bad Influence { A Má Influência }Onde histórias criam vida. Descubra agora