7º Capítulo

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P.O.V Tyler

Estou confuso, Ruby me tratou como se eu fosse um estranho que estava perseguindo ela na rua. Não entendi o porque que ela estava agindo desta forma. Mas sei que depois de hoje, nunca mais irei vê-la novamente.

- Tyler? Terra chamando Tyler? - A ouço me chamar.
A encaro.
- Desculpe, estou pensativo. - digo olhando para janela.
- Daria tudo para ler seus pensamentos. - diz ela.
Sorrio. Avisto Scott e Héctor do lado de fora, franzo o cenho e os vejo me chamando para ir até eles.
- Tenho de ir, meus amigos estão me chamando. Depois conversamos. Me mande um e-mail. - digo sorrindo e me despeço dela com um beijo em sua bochecha.
Saio para fora e me aproximo de Héctor e Scott.

- O que houve? Querem falar comigo? - pergunto.
- É que a gente viu a..
- A MARCELA COM VOCÊ. - diz Héctor interrompendo Scott.
Cruzo os braços.
- Ela venho dizer que conseguimos o emprego na clínica. - digo.
Héctor e Scott comemoram.
- Mas acho que não é sobre ela que vocês queriam me falar. - digo os interrompendo.
Scott olha para Héctor que assenti com a cabeça.
- Nós vimos a Ruby. - Scott diz. Sinto meu corpo iluminar, como se a palavra mágica para ligar todos os meus sentidos fosse o nome dela.
- Ela estava parada no meio da calçada, não entendemos muito o que ela estava fazendo mas quando nos aproximamos ela "surtou". - Héctor conclui.
Sorrio. - Típico de Ruby! - digo.
Scott e Héctor me olham esperando que eu diga que nos beijamos, olhos esperançosos e braços cruzados.
- Nunca mais irei vê-la ! - digo seriamente.
- Antes que as coisas fiquem deprimentes por aqui, vamos tomar uma para comemorar nosso emprego. - Scott diz dando um leve soco em meu braço. Retribuo e assim vamos para um bar. Adentramos e sentamos. Pedimos uma dose de uísque.

- Mas então Tyler, vamos combinar o seguinte- olho para Scott. - Se você encontrar Ruby novamente, terá de transar com ela.
Héctor engasga.
- Espera ai Scott, não é assim. Não sabemos como é a garota, e se ela é virgem? Ou a família não permite sexo antes do casamento? Tem tudo isso. - diz Héctor o encarando.
Antes de Scott dizer alguma coisa, respondo Héctor - Não me importaria de tirar a virgindade dela cara. - sorrio maliciosamente e tomo alguns goles do meu uísque.
- É assim que se fala bro. - Scott diz batendo em meu rosto. - mas vocês não acharam que aquela garota é virgem né? Galera, cadê o sensor balada que nós temos?
Ela com certeza não é mais virgem. Aquela carinha dela de anjinho não engana não. Pelo menos não a mim. - diz Scott bebendo todo seu uísque.
- Você não sabe! - Héctor diz o provocando.
- Eu sei sim! Ela não é virgem. Faço uma aposta. - Scott diz mordendo levemente o lábio inferior.
- Sem apostas! - digo rapidamente.
- Porque não? - pergunta eles em uníssono.
- Por que ela não é um troféu, ou algo do tipo para ser apostada. Piorou apostar sua intimidade. A questão é que não irei me encontrar com ela mais, ponto final. - digo pegando mais uísque e colocando em meu copo.
- E se..
- E se nada Scott. - digo o interrompendo.
- Mas e se encontrar? - pergunta Héctor. Bufo e faço um breve silêncio.
- Se eu encontrar, eu a beijo. Sem sexo por enquanto. - digo firme. Os dois me encaram e estende as mãos para mim. Reviro os olhos e sorrio.
- Vocês não valem nada mesmo, hein. - digo estendendo minha mão para eles.
A verdade era que eu queria ver Ruby novamente, queria beijá-lá, queria tocá-la, sentir seu corpo contra o meu. Fazia muito tempo em que não me relacionava com ninguém, já me chamaram de gay por isso, mas tenho meus motivos. Ruby despertou algo dentro de mim, despertou meu lado emocional, sexual e sentimental.

P.O.V Ruby

Passei o caminho todo em silêncio, dentro de mim a raiva tomava conta. Eu não queria ir para a clínica, não sei por que inventei de ir por causa de Mike. Ele não entende. Avisto meu pai me olhar pelo retrovisor e arqueio as sobrancelhas. Eu não tenho ódio, mágoas, ou algo do tipo pela minha mãe ou pelo Mike, mas meu pai? Eu não consigo olhar para ele com os mesmo olhos depois que o peguei transando com uma mulher em cima da mesa da cozinha. Eu tinha exatamente a idade que Mike tem agora, e vi esta cena. Antigamente eu não fazia noção do que estava acontecendo, mas depois que adquiri uma certa idade, tomei conhecimento de que aquilo era uma traição. Ele traiu a minha mãe, fisicamente e sentimentalmente. Ela descobriu 3 anos depois, quando a mulher mandou uma carta dizendo que tinha um filho com meu pai. Minha mãe perdoou, ou fingi que perdoou. Eu sinto aflição só de olhar para a cara dele, ele me viu naquela noite, mas nunca sentou para conversar comigo. Talvez seja por isso que sou tão "revoltada". Uma garotinha de 7 anos, que via o pai como um exemplo para tudo, em uma certa noite vê o seu "exemplo" enfiando o pau em uma mulher alheia. Teria sido menos traumático se fosse minha mãe.
Avisto à clínica a alguns metros de distância. Quando me aproximo respiro fundo e desço do carro. Adentramos e meu pai assina alguns papéis e eu também assino. Não li nada do que estava escrito. Afinal não irei cumprir nada.
Me despeço de Mike e da minha mãe, meu pai se aproxima e dou um breve sorriso para ele. Me afasto e não os vejo mais.

- Por aqui! - diz um dos enfermeiros.
O sigo pelo corredor. Conforme passo por alguns dos quartos vejo pessoas brincando com bonecas e algumas fazem caretas para mim. Franzo o cenho assustada.

- Fique tranquila, todos aqui são controlados com remédios. - diz o enfermeiro abrindo a porta de um quarto para mim. Sorrio brevemente para ele e adentro o quarto. Ele fecha a porta atrás de mim e dou de cara com duas garotas.

- Olá. -digo.
As duas me olham torto. Reviro os olhos e deito na cama que estava vazia. Jogo minhas malas no chão e deito na cama.
Vejo de canto de olho as duas garotas se olharem como um "código". Definitivamente aqui não é o meu lugar. Tenho de arrumar um jeito de dar o fora daqui o mais rápido possível.

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