2º capítulo

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P.O.V Kiara

- Mas então Ki, me conte sua história. - pergunta ela me fitando fortemente.
- Minha história é triste e assustadora. - digo.
- Não me importo! Apenas conte.
- Bom meu nome é Kiara Adams e tenho 18 anos. Meu pai trabalha em uma escola como diretor e minha mãe como professora de matemática. Tudo começou quando eu tinha 5 anos. Eu tinha uma irmã chamada Leslie Adams, ela era mais nova, era o xodó da família. Éramos muito unidas, fazíamos tudo juntas. Comíamos juntas, tomávamos banho juntas, brincávamos juntas pois não tive muitas amigas então Leslie era minha companhia. Muitas vezes quando minha mãe brigava comigo Leslie a abraça e dizia " não mamãe, na kiki não mamãe" e minha mãe sempre deixava para lá, mesmo sendo mais nova Leslie sempre me defendeu e me amou. Havia uma janela em nosso quarto, apesar de termos 2 quartos para nós gostávamos de dormir juntas, enfim está janela era muito grande e nossa casa é alta e então ficávamos olhando as estrelas e dizendo seus formatos e quais brilhavam mais, certa vez ela disse que quando eu visse uma estrela bem brilhante no céu era para lembrar dela. Gostava de ouvi-la dizer as coisas, por ela ter 4 anos tudo que dizia saia enrolado e em um tom fofo, eu amava sua voz. Lembro bem de nossos passeios aos finais de semana, descíamos para a praia e fazíamos a maior bagunça na areia, fazíamos castelos grandes de área e nosso pai sempre os derrubava para nós irritar.
E quando colocávamos fitas de musicas infantis para dançar ? Meu Deus, era uma tortura para nossos pais, por que pulávamos, gritávamos, dançávamos como se não houvesse o amanhã. Houve brigas claro, como todos os irmãos brigam, a gente sempre se batia. Mas não tapas fortes como os de adultos, a gente se beliscava, davam uns tapas uma na outra, teve um dia que ela cuspiu em mim e eu estava enjoada, enfiei o dedo em minha garganta e vomitei o almoço em cima dela, ela chorou muito aquele dia e jurou nunca mais falar comigo mas logo em seguida já estávamos armando barraquinhas dentro de nossos quartos.
O quarto que ela não usava tinha uma porta por dentro que dava direto para o meu quarto, era engraçado porque ela acordava no meio da noite e deitava na minha cama, após algumas histórias de terror contada pelos nossos pais. Éramos tão felizes. - diminuo o tom de voz.
- Porque você dela no passado, tipo "éramos" "fazíamos"? - pergunta ela curiosa.
- Em um dia ensolarado, com poucas nuvens no céu, fomos a um pequeno parquinho perto de nossa casa .. - diminuo o tom de voz.
- Termine, por favor. - diz ela.
- Nós gostávamos de ir no balanço, ela nunca conseguia balançar muito rápido como eu, então eu sempre ia atrás e a empurrava para frente. Lembro me de ver o teu sorriso de felicidade ao "voar". Meus pais costumavam se sentar em um banco de frente ao balanço para nos observar. Neste dia eu fui para empurra-la como todos os finais de semana fazíamos, mas este era diferente. Eu estava empurrando-a para frente, em um ritmo razoável, mas ela sempre pedia mais. Lembro dela me dizer certa vez que queria voar, seu sonho era voar e o balanço proporcionava de certa forma esse sonho dela. Mas mal sabíamos nós que aquele dia mudaria nossas vidas. Eu estava empurrando ela quando ela soltou suas duas mãozinhas do balanço. Só deu tempo de ouvir ela dizer " olha mamãe estou voando", neste momento a vi cair no chão, de rosto e tudo. Vi tudo passar em câmera lenta. Meus pais vieram correndo vê-la, porém não dava mais tempo. Ela morreu na hora por hemorragia cerebral. Meus pais doaram seus órgãos para um garotinho mas estão no anonimato, adoraria conhecer esta família, ver este garotinho e ouvir o coração dele bater e saber que é o coração de Leslie, seu puro e lindo coração. O que me conforta é saber que ela morreu realizando seu sonho. E quando sua ausência me rasga por dentro olho para o céu e sempre tem uma estrela brilhante, me lembro dela. concluo.
A fito e a vejo pasma.
- Mas por que venho parar aqui?- pergunta ela.
- Passei anos da minha vida tendo pesadelos, e surtos com esse dia. Eu sei que a culpa foi minha, se eu não tivesse empurrado tão rápido, ela não estaria morta. E fora isso tenho problemas com fanatismos e meus pais são religiosos, se meu fanatismo não for por Jesus eu irei para o inferno, coisas do tipo. Acredito em Deus e creio que ele a única esperança do mundo e da vida. Mas não irei para o inferno por gostar do Justin Bieber, vou?- ela ri.
- E para concluir meus problemas, eu as vezes falo sozinha. - a fito.
- caramba você é maluca mesmo. - diz ela e nós sorrimos. - Mas você parece normal. - ela diz.
- Eu tenho surtos, por isto estou aqui! Eu surto, mas quando estou normal não pareço ter tantos problemas. - digo sorrindo. - mas então, o que te traz aqui?- pergunto a ela.
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