12º Capítulo

88 6 2
                                    

Passaram-se duas semanas desde o dia em que eu cheguei aqui. Nunca pensei que iria sentir tanta falta do Mike me irritando e me perturbando com sua voz. Me levanto da cama, olho para o relógio e são exatamente três horas da tarde, estranho o fato deles deixarem dormir até tarde e me lembro que hoje era sábado. Kiara e Sophie estavam fora da cama e a porta estava totalmente aberta, saio do quarto e vejo o corredor vazio. Entro novamente e me troco rapidamente. Vou para o corredor e chamo por alguém, até que vejo Scott sentado em uma das cadeiras no corredor. Me aproximo e vejo em um de seus dedos um cigarro.

- Não sabia que podia fumar aqui dentro. - digo arqueando a sobrancelha.
Scott me olha assustado e logo tenta apagar seu cigarro. Pego rapidamente de seus dedos e dou uma tragada.
- Você não pode fumar Ruby, se der nos seus exames que você fumou eu estou fodido! - diz ele tentando pegar o cigarro de mim.
- Ei! Ei! - afasto minha mão. - calma gato, relaxa que não vai dar nada nos meus exames e se der eu arco com as consequências. - digo me sentando ao seu lado e fumando o seu cigarro.
- Você não presta né?
- É claro que não! Por isso estou aqui. - digo dando um sorriso malicioso.
- Tyler me disse que você tinha uns surtos mas não sabia que era assim. - diz Scott rindo.
- Tyler anda falando muito de mim para vocês e isso me incomoda. - digo olhando para frente. Sinto Scott me encarar.
- Talvez seja por que ele gosta de você.
- Ah não! Não seja ridículo Scott. - digo rindo.
- Sr. Wood, gata! - diz ele.
- Que se foda. - Digo revirando os olhos. Scott ri.
- Não estou sendo ridículo, estou falando a verdade.
- Ele mal me conhece. - digo o encarando.
- Então deixe ele conhecer. - diz ele.
- Não, Prefiro deixar como está e ele tem namorada. - digo séria e Scott solta uma risada escandalosa. Franzo o cenho. - Porque a graça?
- Tyler? Namorando? Tá muito mais fácil ele virar gay do que namorar. - diz ele rindo.
- Eu o vi com uma loira no dia do restaurante. - digo.
- Por isso saiu nervosa? Por que ficou com ciúmes? - pergunta ele. Sinto um tom de malícia em sua voz.
- Eu não saí nervosa, eu estava ocupada e tive de sair às pressas. - digo meio tímida.
Scott ri. - Aquela mulher se chama Marcela. - diz ele.
- Eu não quero saber o nome dela. - digo.
- E ela não é namorada do Tyler.
- Não é? - digo boquiaberta. Me sinto uma idiota por ter o tratado mal aquele dia.
- Não Ruby. Ela é irmã do Tyler, ela estava tentando arrumar um emprego para nós e conseguiu! Aqui na clinica. - conclui ele.
- Meu Deus mais eu pensei que..
- Pensou errado. Se precipitou e fez merda. - diz ele me provocando.
- Eu não fiz merda! Até por que não é da minha conta o que ele faz ou deixa de fazer e eu não me importo se ele namora ou não. - digo exaltando a voz.
- Não se importa? E por que ficou tão nervosa quando o viu? - pergunta ele cruzando os braços. Minha vontade é voar em seu pescoço. Apenas o encaro.
- Hein Ruby? Você gosta do Tyler? O que sente por ele? - ele me encara com ferocidade.
- péssima ideia sentar com você. - digo me levantando.
- Você é sempre assim? - pergunta ele se levantando em minha frente.
- Foda-se o que você pensa de mim. - me afasto rapidamente de Scott.
- Foi bom conversar com você também, Ruby. - grita ele.
Acelero os passos sem olhar para trás.
Vou para o jardim e avisto Sophie e Kiara deitadas na grama. As duas estão embaixo de uma árvore.

- Por que não me chamaram? - me sento ao lado delas, porém onde está batendo sol.
- Por que você estava dormindo e sabemos que se te acordar quando você está dormindo você acorda insuportavelmente chata. - diz Kiara.
- Ainda bem que sabem. - digo rindo.
Ficamos em silêncio por alguns minutos até ouvirmos a voz do diretor da clínica " Vocês irão ter dois dias para ficar em casa, não é feriado mas quero presenteá-los com isto! Lembrem-se, não caiam na péssima vida que levavam, aproveitem com a família e amigos. Obrigada pela atenção."

- Que saudades da minha vodca. -digo sorrindo.
- Você vai sair daqui e vai beber? - pergunta Sophie pasma.
- Claro. Você acha que irei fazer o que? O que sei fazer de melhor. Beber, fumar e transar. - digo maliciosamente.
- Meu Deus Ruby, você é pervertida! - diz Kiara.
- Sou uma vadia louca. - digo. Sophie sorri - Me leve com você, preciso transar. - diz ela.
- Você já transa demais Sophie! Não acha não? - pergunta Kiara.
- Kiki, minha linda e amada Kiki, deixe a Sophie ser feliz vai. - digo.
- Nunca te vi tão feliz Ruby. - diz Kiara.
- Estou feliz por que vou sair deste inferno por dois dias. Isso é o suficiente para me divertir. - digo.
- Isso vai dar merda! - diz Kiara.
- Com certeza. - digo sorrindo.
Ficamos mais alguns minutos depois voltamos para o quarto e arrumamos nossas coisas.
- O que vamos fazer? - pergunta Sophie.
- Não quero me separar de vocês. - diz Kiara.
- Vão para a casa de vocês, depois marcamos de nos encontrar no lago e dai resolvemos para onde vamos. - digo fechando a mala. Kiara e Sophie assenti. Vamos para fora e assinamos um termo de que voltaríamos após dois dias ou se não iríamos voltar dentro de uma camisa de força. A Kiara é a primeira a ir embora, seus pais eram muito parecidos com ela não dava para distinguir quem parecia mais. Logo depois Sophie saiu, apenas sua mãe lhe buscará. Me pergunto por que não o vi o pai dela. Após 15 minutos estou sozinha no corredor, todos já tinham ido embora e só sobrará eu. Já tinha olhado o celular umas 13 vezes e não tinha nenhuma ligação dos meus país. Me levanto e começo a andar de um lado para o outro, estou impaciente.

- Srta. Grace, o que ainda faz aqui? - Me viro de braços cruzados e vejo Tyler. Ele estava sem o jaleco de médico. Usava uma camisa com a gola em "v" azul, e uma calça jeans escura. Ele calçava um keds preto, seus cabelos estavam molhados deduzo que ele tomará banho aqui. Ele carregava uma mochila nas costas caída em um só ombro.
Respiro fundo. - Estou esperando meus país, mas acho que eles não irão vir.
- Se você quiser posso te dar uma carona. - diz Tyler solidário.
- Não precisa.
- Qual é Ruby, é só uma carona. - diz ele.
Reviro os olhos e pego minha mochila. - Ta bom.
Passo por Tyler e vejo seu sorriso estampando seus lábios. Adentro o carro e Tyler fecha a porta ao meu lado.
- Coloque o cinto! - diz ele puxando o cinto atrás de si. Puxo também.
- Posso? - pergunto colocando o dedo no botão do som.
- Deve! - diz ele sorrindo e dando partida no carro. Ligo o som e aumento, está tocando minha música favorita "Don't Wait" do Mapei. Canto baixo e fico olhando para janela. Tyler faz alguns batuques no volante com o ritmo da música.
- Que música maneira! Batida legal. - diz ele batendo loucamente no volante.
- Super legal. - digo sorrindo.
- Falando nisso, você curte que tipo de música? - pergunta ele.
- Não tente saber mais do que você já sabe de mim.
- Só sei que seu nome é Ruby Grace, você tem 18 anos e é uma garota completamente maluca que por sinal é minha paciente em uma clínica para loucos e viciados. - diz ele olhando para frente.
Franzo o cenho. - E isso não é o suficiente para saber de mim? - pergunto.
- Claro que não. - diz ele virando para mim.
- Ok Tyler, eu curto todos os tipo de música. Satisfeito?
- Viu, matou ?
- Matou! - digo irônica. Tyler sorri.
- A onde eu viro agora? - pergunta ele.
- Próxima esquerda. - digo indicando com a mão.
- Você mora na rua em que meus pais moram. - diz ele animado.
- Você tá brincando né? - pergunto assustada.
- Claro que não, eles moram logo aqui na esquina.
- Sabia que o seu sobrenome era familiar. - digo rindo um pouco.
- Que coincidência, como nunca nos vimos? Eu morava aqui Ruby. - diz ele parando o carro em frente à minha casa.
- Não sei Tyler, talvez o destino quisesse assim.
- Você acredita em destino Srta. Grace? - pergunta ele curioso.
- Não me chame assim, me chame de Ruby.
- Ok Ruby, agora me responda. - diz ele me fitando com ferocidade, como se quisesse invadir meus pensamentos.
- Não! Isso não passa de uma simples coincidência Tyler, a cidade não é muito grande às pessoas vivem juntas e as vezes não se conhecem.
- Talvez seja assim na sua casa. Vocês moram juntos mas eles não te conhecem. Deveria se abrir mais vezes, faz bem. - diz ele.
- Você não sabe nada da minha família. - digo irritada.
- Calma Ruby! - diz ele colocando sua mão em meu ombro. Me afasto um pouco e Tyler franze o cenho.
- Não entendo... - diz ele
- Não entende o que? - pergunto.
- Por que me evita tanto?
- Não estou te evitando. - minto.
- Claro que está, por que não ficou feliz ou surpresa em saber que morava a alguns metros de você? - pergunta ele.
- Pra que tantas perguntas?
- Você acabou de fazer mais uma.
- Por que você me deixa maluca! - digo bufando.
- Por que é tão complicada? - pergunta ele sério.
- Por que eu sou assim Tyler!
Desço do carro sem me despedir.
- Tchau Ruby, de nada pela carona. - diz ele acenando para mim.
- Obrigada Tyler, adeus. - digo adentrando minha casa e fechando a porta atrás de mim. Tyler mexe com todos os meus sentidos, me deixa perdidamente maluca por suas perguntas infinitamente intermináveis, ele quer me controlar, me induzir a dizer todos os meus mistérios como se eu fosse uma caixinha de música. Tenho de me controlar e saber conduzir todos esses pensamentos e perguntas que rondam minha mente pertinentemente.

( Oiiiii gostou desse capítulo? Então clica na ⭐️ ou comente o que achou💬 opiniões, críticas ou elogios são sempre bons para que eu melhore e saiba o que estão achando. Logo postarei o próximo capítulo! Beijoxxxx)

The Bad Influence { A Má Influência }Onde histórias criam vida. Descubra agora