Fico assim te olhando
como quem vê o mar
pela primeira vez...
Cada vez mais te querendo.
Minha esperança é o "será?",
meu desespero é o "talvez".
É dia e estou sonhando...
Você vem, me beija o rosto
e sinto que te conquistei.
Mas vou embora, e vou sofrendo.
Em minha boca levo o gosto
do beijo que não te dei.
Continuo te amando
e discuto com a solidão
se realmente vale a pena.
O poeta, respondendo,
diz ao meu coração:
"Se a alma não for pequena..."
Penso em você de vez em quando:
quando eu respiro, quando eu acordo...
Apenas durante a eternidade.
Um exagero que não entendo,
não protesto nem concordo.
Fazer o que se é verdade?
Vivo sempre despertando
em silenciosas madrugadas,
nesta mesma inquietação.
E perco o sono, escrevendo
sobre almas desencontradas,
enquanto a minha morre
aos poucos de aflição.