Os vestígios no caminho
me levaram até você.
E depois de tantas coisas que jurei,
eu fui ao teu encontro.
Mas havia no ar a sensação
de que tudo terminava ali:
um último suspiro,
um último olhar...
o coração morrendo aos poucos,
desfazendo-se em traços de despedida...
adivinhando uma cena
que não voltaria a se repetir.
E, chegando mais perto,
senti que nunca estive tão longe.
Eu te olhava tão... assim...
quase deixando escapar uma lágrima,
que mais tarde seria inevitável.
Eu buscaria em mim
pedaços de sonho,
detalhes que tivessem restado.
E encontraria apenas lembranças
flutuando na escuridão...
Nada além de um vazio
derramado em meu peito,
desde a volta pra casa
até o adormecer,
quando mergulhei
no mais absoluto silêncio
do meu quarto.
E nem era preciso desistir
- eu não perderia o que nunca tive.
E recomeçar... pra que,
se amanhã vou sentir as mesmas dores?
Só queria apagar
tudo aquilo que o destino
escreveu contra mim,
pra não aceitar que é melhor
te esquecer e fingir
que cruzamos aquela rua
por acidente...
que não passou de um engano.
Pois me permitir a outros braços
faria meu corpo agonizar...
e quando um beijo
arrancasse minha alma,
somente em você
eu estaria pensando.
Não tenho nenhum plano agora...
estou meio sem direção.
Mas algo me diz que vou sobreviver,
por instinto - e não por sorte...
muito além do que espero.
Enquanto isso, tento me convencer
de que o sol já dissipa
a noite lá fora
e vem trazendo um novo sonho
em que eu possa acreditar.
Se a vida não transformou em mentira
o meu passado que te pertence,
então eu sei que não é tarde...
Algum dia, você ouvirá meu coração
e vai entender por que,
apesar de tudo,
eu ainda te amo.