*Em homenagem aos escritores que foram condenados e que tiveram suas obras queimadas durante a "Santa" Inquisição.
O mundo silenciou.
A fogueira estava acesa,
consumindo a Palavra.
Pela manhã, apenas suas almas
caminhavam entre as cinzas.
Mas n'outro dia eles voltaram...
mais ferozes, mais vorazes.
As correntes que arrastavam
eram, então, de versos.
E impunham sua espada
- herança de Sofia.
Hoje, o Senhor do Fogo
com suas mãos banhadas em sangue,
ainda recorda o olhar expressivo
dos condenados.
E o atormentam seus gritos
que ecoam pela madrugada.
As chamas os diziam hereges.
Agora, dos remanescentes,
dizem que são poetas.