A Morte de Um Poeta

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Minhas mãos cansadas

rabiscam no papel as últimas palavras

que ainda não se perderam no silêncio,

enquanto viajo pelas entrelinhas do tempo,

procurando algo mais a dizer...

e não tenho nada

além de uma lágrima a chorar.

O vento chega como um suspiro

de amor, ou de saudade,

trazendo mentiras de um mundo

- pouco além do horizonte -

que eu sonhava existir.

Mas não ficarei remoendo lembranças.

Elas não cabem neste momento, nesta sala.

Aqui só há desolação.

Caem as últimas folhas deste outono...

Arrastam-se as últimas horas desta vida...

Vou caminhar um pouco lá fora,

deixando marcas breves na areia da praia,

como breve também eu fui.

Talvez, no declinar dessa tarde,

eu encontre um anjo

que me leve a algum lugar

onde eu possa renascer.

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