- O que você está fazendo aqui? - ele me perguntou novamente, pisquei duas vezes e respondi.
- E-eu estava... - tentei pensar em alguma desculpa, mas não consegui - Ok, eu ouvi a música e queria saber de onde estava vindo. - Thomas me encarou.
- Não é seguro ficar andando por aí, ainda mais há essa hora. - Disse ele, com uma expressão séria.
- Desculpa... É que eu gostei muito da música.
- Tudo bem. - deu um meio sorriso - É só que... Você me assustou. - Concluiu com um tom meio preocupado na voz.
- Me desculpa. - Disse com a cabeça baixa.
- Não é isso - Thomas ia argumentar alguma coisa, mas acabou desistindo - Mas então, você gostou mesmo?
- Sim, ficou muito... Tocante, a letra, só que... - me interrompeu.
- Eu sei, em um momento como esse quem pode pensar em fazer música? - Assenti com a cabeça. - Mas sabe, esse é o modo com que tentamos... Não esquecer, mas amenizar como estamos em relação a isso, buscar forças sabe? - Ele me pareceu um pouco triste.
- Entendo, bom, eu acho que sim. Eu ainda não tenho certeza de que tudo isso é um sonho, um pesadelo ou é mesmo real, a terceira opção é a mais óbvia e a que eu não quero acreditar. Acordei não faz uma semana e vejo as coisas dessa forma... São muitas informações para absorver.
- É, é bem difícil pensar dessa forma - Disse me olhando com tristeza. - Mas você precisa dormir, amanhã será um dia longo pra você, tem que aprender um pouco de tudo não é? - Disse me dando um soquinho.
- Pois é, mas você não pode ficar me dando muitas ordens sendo que você está aí, acordado, isso é injusto. - Sorri mais um pouco.
- Ok, eu vou dormir depois então - Ele disse assentindo. - Vamos senhorita que desobedece as regras, eu vou contigo até seu quarto.
- Vamos. - Começamos a andar no corredor com pouca claridade graças à luz que ficava no final do corredor, permanecemos em silêncio, reparei que havia várias outras pessoas dormindo por ali, sem muito espaço para todos, e aquele momento não era o melhor para conversas - apesar de que eles estavam cantando baixo, mas eu consegui ouvir. Quando chegamos em frente ao meu quarto, Thomas acenou a mão como sinal de tchau e eu fiz o mesmo.
- Boa noite. - Dissemos um ao outro, e assim entrei no quarto.
Acordei com um som de ruído, uma espécie de sinal, mas não era muito alto, era irritante, parecia ser algo que somente na fábrica poderia ouvir. Olhei para o lado que parecia estar vindo o barulho, havia uma instalação de uma pequena de caixa de som, havia um relógio nele, marcando 6h01min da manhã. Continuei deitada na cama esperando que o barulho acabasse para poder voltar a dormir, mas ele continuou. Deixei ele me vencer e levantei da cama, andei em direção a um banheiro minúsculo que havia dentro do quarto, havia uma espécie de creme dental e um pequeno sabonete, apesar de eu ter pegado um de cada em casa e também pego a minha escova de dente, mesmo sem imaginar quando eu iria conseguir tomar um banho de novo, ou até mesmo cuidar da minha saúde bocal. Escovei meus dentes, lavei meu rosto e fui trocar de roupa, coloquei uma regata larga, uma calça skinny e o mesmo velho all star; fiquei encarando meu quarto por um tempo esperando algum tipo de aviso, já que eu não sabia para onde deveria ir; alguns minutos se passaram e ninguém veio me procurar, decidi então ir atrás de um dos meninos, quando toquei na maçaneta para abrir a porta alguém já estava do outro lado dela, sai batendo de cabeça no peito dele. Voltei um passo para trás olhando para cima.
- Me desculpe, eu não sabia que você estava aí. - Disse com a mão na cabeça, tentando concertar meu jeito desastrado.
- Tudo bem, estava parado pensando se ia bater na porta ou te chamar. - Ficou meio sem graça, estranho, porém bonitinho.
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Danger Days
General FictionEstamos reescrevendo a história e logo teremos novas atualizações. @baungarte e @tatifornazari ~Esta história começou a ser escrita em 2011, estamos reescrevendo em 2019 e pretendemos finalizá-la.~ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É ilegal a reprodução...