Terminei de ler o livro logo de manhã, por ter poucas páginas, mas foi um ótimo passatempo. Em compensação, o resto do dia passou mais lento que o normal. Sempre dizem que quando você faz nada de interessante o tédio toma conta, o relógio prega peças em você; pois é, eu acredito nessa teoria. Eu estava preocupada, o que será que viria a seguir? Eu não posso e não quero virar um espantalho, além de não estar sentindo nada no momento, eu não sei nada em relação à "transformação", não sei se acontece de uma hora pra outra ou se a vítima fica dias agoniando. Pois é, estou aqui com tais preocupações, já é tarde da noite e ninguém veio me visitar, a não ser pela mulher da cantina que veio trazer minha comida - dessa vez Gajeel não apareceu - e Joanne do setor de medicina que mediu minha pressão e temperatura. Não que eu esteja reclamando, em um mundo como estamos hoje em dia é uma honra estar aqui, é muito difícil se manter fixo em um lugar, e, principalmente vivo.
Eu só queria saber o motivo do Thomas não ter me visitado, não que eu esteja mimada, eu só estou preocupada, pois ele disse que viria, ou que outra pessoa viria. Será que algo aconteceu? Talvez ele tenha tido uma missão muito cansativa e agora está descansando, vou acreditar nessa hipótese.
Passaram-se alguns dias, e cada dia se tornava mais e mais cansativo, eu não estava mais preocupada apenas com Thomas não ter me visitado, ninguém, nenhum dos killjoys vieram. Eu estava começando a achar essa situação um tanto estranha, não é como se fossemos desconhecidos. Será que aconteceu algo com eles? Será que estava acontecendo algo comigo? Joanne veio analisar meu estado todos os dias, mas eu não notei nada de anormal, ela não teria mentido sobre meu estado. Não sabia por que estavam me mantendo aqui por tanto tempo, se eu não havia sofrido nenhuma mudança. Talvez estivessem realizando testes a mais, mas ninguém me informava de nada, apenas entravam, faziam o que era necessário e saiam. No segundo dia junto com o almoço eu recebi alguns livros surrados, não sabia quem havia os colocados ali, se foi novamente Gajeel ou se foi mesmo alguém da cozinha que quis me ajudar a passar o tempo. Fiquei pensando sobre os meninos, se algo tivesse acontecido provavelmente alguém iria me informar, pois eu estava sempre perto deles. Depois que vim para cá, a última coisa que eu quero é que eles estejam em perigo ou feridos. E isso tudo acontecia fazia um pouco mais de uma semana, se minha contagem dos dias estava certa. Disseram-me que seria apenas quatro dias para realizar os testes e se estendeu para mais de uma semana. Não sabia mais o que pensar.
Era de manhã, eu estava distraída com um livro até que a moça da cozinha me chamou e entregou meu café da manhã.
- CAFÉ? - eu disse um pouco assustada, pois nos dias atuais era muito difícil encontrar tais coisas.
- Sim, você não gosta?
- Eu gosto, é que...
- Ah sim, os killjoys acharam um supermercado quase que intocável nessas últimas missões, então o estoque está cheio - a moça da cozinha disse com os olhos brilhando.
- Hmm... - Killjoys, isso quer dizer que eles estavam ativos nas missões.
- Depois alguém virá buscar a bandeja, até mais.
Acenei como despedida e sentei na cama com a bandeja no meu colo. Fiquei um tempo analisando a xícara de café, era um aroma tão bom, lembrava o café que minha mãe deixava pronto todos os dias de manhã, quando os dias eram normais. Mas será que esses dias anormais não estavam acontecendo antes mesmo de eu imaginar? Essa xícara de café estava me lembrando dum episódio, sim, um episódio que ocorreu um pouco antes do meu acidente, como eu pude me esquecer disso?
-Flashback-
Como é bom estar em casa, tinha acabado de chegar de viajem na casa dos meus avós, o aeroporto estava lotado por alguma razão que eu desconhecia, pois não era feriado, e havia policiais por ali, mesmo assim tudo parecia estar tranquilo. Liguei para os meus pais virem me buscar, pois o aeroporto era em uma cidade vizinha a minha, uns 70 km. Enquanto esperava, fui tomar um café e comer alguma coisa. De repente ouvi um barulho que parecia ser uma briga em um local do aeroporto perto de onde eu estava os policiais pegaram um sujeito estranho, não consegui ver direito, pois estava se formando um "formigueiro" de pessoas, típico nas brigas. O sujeito estranho tinha um símbolo na sua camiseta que não me era estranho, oh sim, o símbolo da BL/ind. Eu não gosto de brigas, e procuro não ficar perto quando acontece uma, fui a uma área mais calma e ali fiquei esperando meus pais. Decidi ligar pra minha amiga Diana, dizer que estava de volta e perguntar as novidades. Ficamos exatos vinte minutos e cinquenta e um segundos no celular, operadoras inteligentes que me permite falar muito tempo e cobrar pouco, disso que eu sempre precisei. Minha cidade era pequena, não havia muitas novidades, minha amiga estava bem com seu namorado - que por alguma razão eu não me lembro dele -, apesar das recaídas que ela teve um tempo antes da minha viagem, e de me sentir culpada por não dar força pra ela, nossa amizade havia se reestabelecido.
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Danger Days
General FictionEstamos reescrevendo a história e logo teremos novas atualizações. @baungarte e @tatifornazari ~Esta história começou a ser escrita em 2011, estamos reescrevendo em 2019 e pretendemos finalizá-la.~ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É ilegal a reprodução...