4. "You gotta hollow point smile"

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Os olhos dos três presentes estavam vermelhos, como se estivessem segurando o choro, enquanto eu me encostava na parede para que não aparecesse minha sombra, percebi que havia mais duas pessoas perto deles, com desespero estampados em seus rostos. Dr. Death chegou até eles, dizendo algo para que apenas eles ouvissem, e retiraram as duas pessoas dali, que andavam com dificuldade devido o estado de choque. Thomas colocou as mãos no rosto deixando por um tempo, e tirou ao começar a falar.

– Está cada dia pior, se antes era arriscado sair daqui pra procurar mais "sobreviventes" hoje é praticamente impossível, – pausou suspirando – vocês viram o que está acontecendo, o exército deles está aumentando, é questão de tempo para nos seguirem até aqui.

Todos ficaram quietos, pareciam estar digerindo aquilo tudo. Mas onde estava Nick? Eles não pareciam tão preocupados com isso.

– É difícil pensar no que fazer, é a nossa pele e a pele de quem precisa da nossa ajuda. – Continuou Jack.

– A questão não é essa, Jack, nós estamos aqui pra ajudar todos que precisarem, sempre estivemos, com dificuldades ou não eu vou continuar arriscando porque eu sei que tem pessoas que merecem isso... E não com o tempo se tornar um deles. – Thomas falou.

– E as que não merecem? – Mike parecia alterado. – Vocês viram o acidente com o Nick hoje, poderia ter acontecido algo pior! Entende? Tem muitas pessoas que não merecem e nós estamos tentando ajudar!

– Todos. Merecem. Uma. Segunda. Chance! – disse Thomas pausadamente.

– Na hora do desespero nós pensamos no pior, Mike, e se todos pensassem assim? Talvez não restasse ninguém. – Ouvi por fim Thomas indo para a direção oposta de onde eu estava, seguido por Mike alguns instantes depois.

Continuei parada vendo a face de Thomas que aparentava estar triste, até ele começar a seguir no corredor onde eu estava. Antes de eu tentar sair de fininho, ouço uma voz sussurrando atrás de mim:

– Eaí curiosa!

Pu!#%@#$%@#45@#3%$@# tinha que ser esse ogro, dei um grito de susto e logo abafei o som, foi totalmente inesperado. Olhei para trás com uma cara de desprezo, esperando que alguém me repreendesse.

– Hey, vocês! – Thomas disse, e logo e olhei para a direção onde ele estava, não poderia fazer nada, ele já tinha me visto. Quando ele me alcançou me pronunciei.

– Ah, oi. – Eu sentia meu rosto queimar de vergonha nem precisava olhar no espelho pra saber se estava corada.

– O que você faz aqui? Ou melhor, VOCÊS. – Essa pergunta me deixou confusa porque eu não tinha um motivo pra estar ali, então não sabia o que responder.

– Er, eu não sei, eu estava sem sono, vocês não tinham chegado e então eu escutei uns ruídos, me levantei e vocês estão aqui... Já esse aí, eu não sei como veio parar aqui. – Falei tudo muito rápido meio enrolado, acho que ele demorou a responder por que estava tentando entender a minha frase.

– Não me enche, estou saindo. E Elise, acho que é já passou da hora de criança estar na cama – disse o tal do Gajeel com um sorrisinho irônico e logo desapareceu no corredor. Fiquei sem entender.

Thomas e eu nos entreolhamos.

– Hoje foi difícil... – Uma expressão de dor preencheu seu rosto.

– Onde está Nick?

– Ele está na enfermaria, Nick ficou muito ferido, pensamos que talvez... – Ele não precisava terminar sua frase.

– Eu sinto muito, ele vai ficar bem. – Disse tentando fazer com que ele se sentisse melhor, na verdade eu nem sabia a situação a qual ele se encontrava, mas eu não aguentava mais olhar aquele vazio em sua expressão.

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