Visita inesperada

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Cheguei em casa exausto. Apesar de revigorado pelo sangue, eu me sentia fora do meu próprio corpo. Eu tinha prometido pra mim mesmo me contentar apenas com as bolsas de sangue, sem atacar mais ninguém, mas hoje o instinto falou mais alto.

-Tudo por culpa dela!

Eu gritava e esbravejava sozinho na enorme sala de estar, enquanto enchia um copo de whisky e me jogava na poltrona. Virei um copo e já enchi outro, quando meu celular tocou.

-Que cara de pau! Depois do que ela fez comigo, como tem a audácia de me ligar?

"Ela" é Cameron White, a primeira mulher com quem tive um relacionamento sério em mais de um século. E do nada ela rompe comigo assim, do nada!

Desliguei o celular pra não jogar e quebrar mais esse na parede. Subi as escadas me despindo e entrei no banheiro, enchi a banheira, joguei espuma, uns sais e entrei com a garrafa de whisky na mão.

De repente ouvi barulho de vidro se quebrando na minha sala.

Larguei a garrafa no chão, me enrolei na toalha e saí do banheiro. Tirei da parede do corredor uma *katana aparentemente decorativa, mas que sempre deixo bem afiada pra ocasiões como essa. Desci pé ante pé farejando o potencial inimigo, sem identificar nada além de estrogênio, ou seja, que era uma mulher a invasora.

Cheguei ao final da escada e fui surpreendido por uma rasteira tão rápida que só poderia ter sido dada por outro sobrenatural. numa dança meio frenética enquanto eu caia em uma fração de segundo eu vi aqueles olhos violetas.

-Não pode ser! Gritei.

-Claro que pode!

Caí finalmente no chão e ela se jogou sobre mim. Não restava dúvidas. Era Tasha.

Tasha morou comigo no mesmo orfanato em meados de 1945. Eu ainda aparentava ter 10 anos, apesar de já ter 25 anos. O tempo passa diferente pra quem é sobrenatural como nós. Tasha tinha 12 anos e cuidava de mim como se eu fosse seu irmão mais novo. Eu falava pouco. Temia fazer algum comentário e revelar meu segredo. Um dia Tasha apanhou das mais velhas por causa de seu almoço, que elas sempre roubavam. Tasha derrubou a bandeja, e na primeira oportunidade no pátio, arrastaram Tasha pelos longos cabelos loiros para o galpão atrás do orfanato e a espancaram. Eu ouvi seus gritos de longe, e corri para ajudá-la. Quando cheguei ela estava inerte, sangrando no chão. Minha fúria foi tão grande que em minutos destrocei as quatro garotas que bateram nela e suguei o sangue delas compulsivamente, até que não suportei mais beber. Só então lembrei que Tasha agonizava no chão. A tomei nos braços e chorei tanto que minhas lágrimas se tornaram sangue. Só havia uma solução para mantê-la viva: Transformá-la. Sem pensar duas vezes eu a mordi. destilei o veneno e depois esperei. A reação dela foi mais rápida que o habitual. Ela então retomou o fôlego com muita sede! Uma das garotas apesar de estar morta ha mais de duas horas ainda tinha o sangue bem fresco. Instintivamente ela tomou o corpo e sugou, sugou, sugou até não haver nenhuma gota de sangue no corpo dela. Ali eu sabia que teria que dar muitas explicações as quais eu não tinha, e e outras que eu simplesmente não queria. Então, dei fim nos corpos e desapareci sem deixar vestígios, deixando Tasha transformada e sozinha. Meses depois ouvi a notícia de que um assassino em série entrou no meu antigo orfanato e decapitou várias pessoas, deixando-as curiosamente sem sangue nas veias.

Agora ela estava ali, sobre mim, apenas de toalha, com uma katana entre nós e com certeza, com muito ódio e muitas perguntas...

*Katana: Espada Japonesa longa, com dois fios, muito usada em artes marciais.

saaaaaaaaaaaalve galera! Desculpem a demora pra postar, mas como a maioria da galera já sabe, mu tempo é mega corrido, mas mesmo que demore, a história não ficará abandonada ok? Colabore votando, me seguindo e deixando comentários pra eu saber o que vocês estão gostando ou não... No mais, obrigado pela visita! #Fui!


The Darkside of An Angel (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora