A reunião

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-A única coisa que eu preciso entender aqui é: Por que razão vocês não estão fazendo o trabalho pelo qual eu pago vocês?

-Senhor Andreas, nós fizemos o possível, mas...

-Eu não quero o possível! Eu quero o impossível! Eu troquei de nome, de endereço, de aparência... Até de idioma eu troquei para não ser incomodado! Então por que cargas d'água estão ameaçando a mulher que estava comigo, e que eu fui obrigado a deixar em outro país pra estar aqui na frente de vocês? A única função de vocês era me manter incógnita, e vocês falharam!

Eu realmente estava fora de mim. Bebi um copo d'água e então encerrei a reunião.

-Já podem ir! E apartir de agora, façam o trabalho de vocês bem feito, ou serei obrigado a diminuir drasticamente os benefícios que presto a vocês! Você, Sebastian, ainda não terminamos.

-Sim senhor! -Disse entre os dentes, permanecendo imóvel na cadeira em que estava.

Depois que todos saíram, eu já mais calmo, retomei o assunto:

-Acho que você me deve finalmente alguns esclarecimentos.

-É verdade, senhor. Antes de qualquer coisa, peço-lhe mil perdões pelo ocorrido...

-Qual ocorrido? Ah! Lembrei! Aquele em que atearam fogo na minha mansão e você fugiu sem pensar duas vezes, me deixando a mercê das chamas?

-Eu sinto muito, senhor... Mas eu tenho família... Entrei em pânico! Mas chamei ajuda assim que saí... Os bombeiros, a polícia... Mas o fogo já tinha se alastrado... Nada pudemos fazer...

-Ok, Sebastian. Essa parte eu já sei. O que eu realmente quero saber é: Onde está o seu chefe, o meu benfeitor. E quero saber agora.

-Eu diria se pudesse e se soubesse, senhor...

-Chega de me chamar de senhor, Sebastian! Nunca tivemos essas frescuras, e não vai ser agora!

-Ok Andreas! Mas eu realmente não sei... Já faz mais de 6 anos que não tenho contato, ou mesmo notícias do conde...

-Você sabe o que vai acontecer com você se estiver mentindo, não é?

-Sim eu sei! E na verdade, eu tenho algumas informações que podem ser tão valiosas quanto essa que não tenho...

Sentei confortavelmente e disse:

-Prossiga.

-A mais ou menos 12 anos atrás eu estive em uma reunião em Roma para acompanhar o conde. A reunião era totalmente privada e sigilosa. Assinamos termos de compromisso de segredo absoluto naquela noite. O conde estava nervoso, e inconformado com algo. Eu entrei como intérprete, pois o Conde não fala inglês. O assunto era relacionado ao seu povo, Andreas.

-Caraca! Como você enrola! Vai direto ao assunto!

-Bom, estre as muitas teorias relacionadas aos vampiros, desde Caim a maldições de bruxas, uma estava sendo estudada com cautela, e contra a ordem do Vaticano. Essa teoria afirma que os primeiros vampiros criados foram filhos de Anjos com mulheres humanas, chamados de Nephillins.

-Isso é ridículo! -E disparei a gargalhar. -Anjos? Não era melhor dizer que somos filhos do Papai noel?

-Andreas, não deboche. As fontes são seguras e podem mudar totalmente tudo o que já se pensou sobre vocês.

Céticamente, puxei do bolso uma garrafinha de Scott 12 anos, afastei a cadeira, coloquei os pés cruzados sobre a mesa e disse:

-Rasga o verbo então!

-Segundo eles, existem 3 raças diferentes de bebedores de sangue, e os vampiros são a mais inferior delas. A primeira é a dos anjos caídos. A segunda é a dos híbridos de Anjos caídos com humanos, e só depois vem os vampiros, que são os transformados. Os Anjos caídos são poucos, vivem escondidos, exilados. A maioria deles já foram mortos, exterminados pela "santa" inquisição.

- E o Papai Noel casou com um unicórnio e tiveram os sete anões... -respondi em tom de deboche.

-Os anos passam, mas o sarcasmo não diminui, não é, senhor?

-Personalidade é como um diamante, não muda, apenas se lapida!

-Enfim, continuo ou paro aqui?

-Continue.

-Esses híbridos são retratados no livro de Enoch, um dos livros rejeitados por Roma para a Bíblia como Nephillins. Naquela época eles eram retratados como gigantes, que, ou eram exilados e mortos, ou treinados para fazer frente nas guerras travadas por reis em busca de expansão de seus reinos. Com o tempo, o gene de gigantismo foi regredindo, até que os Nephillins passaram a ter o mesmo tamanho de um ser humano comum.

Mais interessado no assunto, mudei de posição afim de absorver melhor o assunto. Ele continuou:

-O que difere um Nephillin de um vampiro é que o Nephillin, por nascer com a sede, e também com os dons que herda de seus pais Anjos caídos, faz com que ele tenha muito mais força física, além do domínio total sobre seus transformados, ou seja, seus vampiros. As mulheres Nephillins costumam não conseguir engravidar de seres humanos comuns, pois a sede acaba por consumir o feto ainda no útero. Elas só conseguem engravidar de outros Nephillins ou de Anjos caídos. Já os homens não devem engravidar humanas, pois se o feto nascer com o gene Nephillin, pode consumir a própria mãe, e nem chegar a nascer, por estar ligado diretamente a ela.

-Então como um Anjo caído consegue engravidar uma humana e não matá-la?

-O gene Nephillin só, digamos, "acorda" quando determinados hormônios intensos são despertados, como hormônios sexuais, raiva, fúria...

Fiquei um tempo refletindo. Lembrei então da cena, a floresta, o ataque... Foi ali que me tornei quem sou.

-Então, por essa lógica, eu sou esse tal de Nephillin...

-Exatamente, Andreas. Você é um Nephillin. E agora Roma sabe e quer sua cabeça!

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Salve galera! Um zilhão de perdões pela demora! Meu cérebro me pregou uma peça e eu simplesmente não deixava fluir... Mas enfim, tá aí! Atendendo a pedidos, estou escrevendo capítulos mais longos. Quanto aos capítulos, farei de tudo pra voltar a serem semanais! No mais, amo vcs!

#Beijos #Fui

The Darkside of An Angel (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora