The Darkside of An Angel (Pausada)

Despedaçado

-Uma dose de tequila por favor? - Pedi ao garçom, na adega da esquina, enquanto procurava uma mesa escondida. Virei o copo e saí me esquivando. Encontrei uma mesa discreta e sentei. E chorei... Chorei copiosamente como uma criança. Cameron e meu motorista eram as únicas companhias que eu tinha desde que me mudei para o Brasil. Eu só saía de casa a noite ou com Cameron. Aqueles boatos de vampiros que queimam ao sol, ou brilham como diamantes eram ridículos. O máximo que acontecia era um envelhecimento precoce da pele devido a desidratação ou uma insolação mesmo...
Pedi outra dose de tequila e comecei a olhar as fotos de Cameron no meu celular. O garçom veio trazer e vendo meu choro copioso, perguntou se eu estava bem.
Era claro que eu não estava. Deixei uma nota de 100,00 e uma de 50,00 como gorjeta, me levantei, virei o copo e saí.
Eu me sentia num furacão de sentimentos inexplicável. As lágrimas desciam incontrolavelmente, e em algum momento eu desabei... Eu sabia que não podia procurar Cameron até descobrir quem está me perseguindo.
Peguei o celular e disquei um número que eu jurei pra mim mesmo que nunca mais ia discar, mas naquele momento, era caso de vida ou morte.
-Quem é? -Disse a voz já conhecida por mim, do outro lado.
-Andreas. Você sabe que Andreas.
-Você Ainda está vivo mesmo, ou é algum tipo de impostor?
-08 de dezembro de 1960.
-Ora, seu filho da mãe! Achei que você tivesse virado churrasco naquela mansão incendiada.
-Bem que você gostaria, não é Sebastian? Pois bem. Viajo pra Viena hoje a noite. Amanhã no meu antigo escritório ás 08:00, horário. Sem recusas e sem atrasos.
-Ok, senhor Andreas. Estarei lá.
Voltei pra casa, preparei a mala e liguei pra Tasha.
-Que tal tirarmos o atraso desse tempo longe um do outro numa viagem por minha conta? Acho que te devo isso. Viajamos, curtimos algumas noitadas e nos reaproximamos. Parece bom pra você?
-Parece perfeito, Andy!
-Você me chamou de Andy? Você só me chamava assim no orfanato...
-Eu sei.
-Então estamos bem de novo?
Ela deu uma gargalhada e então disse:
-Estamos sim, seu bobo! Quando partimos?
-Em duas horas. Eu mando o Carlos, meu motorista te buscar, OK?
-OK. Vou arrumar minhas coisas. Bye.
E desligou sem esperar eu responder. Dei as instruções aos empregados, tomei uma bolsa de sangue e segui para o aeroporto. Minha preocupação agora era Cameron. Precisava mantê-la segura, custe o que custar! E nunca mais me envolver com ninguém... Lembrei de uma música que escutei na internet... "Eu não entendo por que acreditei que fosse de verdade dessa vez. O amor só gosta de brincar e eu sempre me deixo levar..." Tentei lembrar o nome do cantor... Daniel, Gabriel... Handriell... Handriell X. Nome bonito até... Se eu tivesse um filho, colocaria esse nome nele... Meu filho com a Cameron! Putz! Como eu desligo minhas lembranças??? 

As lágrimas já escorriam pela face de novo. Lágrimas de sangue, como é típico dos vampiros. Sequei com o lenço e foquei no trânsito antes que causasse um acidente. Enfim cheguei ao aeroporto. Carlos levaria outro empregado para levar meu carro de volta para a minha casa. Eu já havia alugado um carro em Viena que me esperaria no aeroporto. Tasha chegou em seguida. Vestia uma calça preta justa, botas longas de salto, uma blusa vermelha de cetim com um belo decote e um casaco de peles falsas que lhe deixaram com um ar meio "perua".  Nas mãos, apenas uma bolsa média e uma única mala.

-Só isso, Tasha? -Perguntei curioso.

-Costumo levar pouca coisa pro caso d uma fuga rápida ser necessária... Como essa... -E sorriu.  

Eu simplesmente não conseguia unir a imagem da menina doce que ela era com essa mulher poderosa e forte que ela se tornou... Parecia tão diferente, obstinada... 

Entramos no jatinho e então eu comecei a contar algumas das minhas aventuras durante esses longos anos em que ficamos separados.  A viagem seria longa, e então eu teria mesmo muita coisa pra contar! 

*****************************************************************************************************

Saaaaaaaaaaaaaaaaaaaalve galera! Acho que as coisas estão mudando hein? Me questionaram o porquê de eu retratar Andreas na sinopse como Nephillin e ele se auto denominar um vampiro. Nos próximos capítulos ele entenderá ( e vocês também ) isso melhor, ok? E antes que eu me esqueça, não vai embora sem deixar uma estrelinha pra mim, tá bom???

Track (e auto divulgação, porque sou desses): Despedaçado LIVE