Escutei os passos de Erin atrás de mim e depois sua reclamação:
- Ana, porque você tá demorand... Ai. Meu. Deus!
Ela parou ao meu lado na porta e pareceu tão chocada e petrificada como eu.
Mas só durou três segundos.
- O que você tá fazendo aqui, seu filho da puta?! - esbravejou e deu um tapa estalado no peito dele. - Quem te deu o direito de voltar aqui, seu imbecil? - deu outro tapa.
Jack ficou tão surpreso que nem ao menos segurou as mãos dela, e arteira como sempre, se aproveitou pra partir pra agressão física. Erin avançou em cima dele e deu um soco em seu peito, seguido de várias tapas em seus braços e tórax.
- Eu vou acabar com a sua raça! Você é um filho da puta! - falou enquanto o batia.
Ele tentou pegar seus braços, mas ela conseguiu desviar, e no momento em que ele partiu pra cima dela para segurá-la, ela conseguiu dar um tapa certeiro e bem forte em sua bochecha.
- Para, Erin, para! - ele gritou.
Foi a primeira vez que ouvi sua voz depois de tanto tempo, e apesar das circunstâncias no mínimo estranhas, eu percebi que, de alguma forma, ela tinha ficado um pouco mais grave, ou mais rouca, não soube distinguir.
Eu não conseguia nem pedir pra ela parar de tão estupefata que estava, entretanto, mentiria se dissesse que não estava gostando bastante da surra que Jack estava levando. Ele merecia sofrer. Talvez um pouco. Ou muito. Erin estava cuidando bem da situação.
- Você é um covarde!
Ela conseguiu dar mais algumas tapas nele até que Jack conseguiu segurar seu braços, enquanto eu permanecia uma estátua de tão confusa e chocada.
- Me solta ou eu vou gritar!
- Você já tá gritando! - gritou de volta.
- Eu vou gritar mais alto!
Ela tentou sair do seu aperto e sem sucesso, abriu o berreiro.
Aquilo finalmente conseguiu me tirar no transe.
- Erin, para! - gritei.
Ela parou na mesma hora e os dois me olharam com os olhos arregalados.
- Eu acho que a gente acordou a droga do prédio inteiro! - berrei.
Os dois pareciam até que estavam levando uma bronca da mãe por quebrar o vaso mais caro da loja.
- Chega! - falei num tom normal, porém firme.
Os dois respiravam pesadamente, mas Jack não a largou. Arqueei a sobrancelha em sua direção e, relutantemente, ele a soltou. Quando pensei que aquela cena tinha acabado, Erin - sempre ela - nos surpreende e dá outra tapa na outra bochecha dele. Na hora em que Jack tentou pegar seus braços de novo, eu intervim:
- Eu já mandei vocês parar...
Fui interrompida pelo som da porta do outro apartamento abrindo, revelando Greg só de calça jeans e meias, com uma expressão bastante confusa.
- O que diabos está acontecendo aqui?!
Nós três paramos até de respirar.
- Oi, Greg. - falei pausadamente e sorrindo amarelo.
- Alguém pode me dizer por que vocês estão gritando feito loucos aqui fora? - ele saiu do seu apartamento, parando ao meu lado. - Esse cara por acaso tá incomodando vocês? - pegou no meu braço e olhou pra Jack com uma carranca. - E por que você tá agarrando ela, posso saber? - olhou pra Erin.
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4 Years of Struggle
RomanceAna nunca podia imaginar que sua vida daria um giro de 360° graus depois daquele verão. Quatro anos depois do nascimento de Summer, Ana se vê morando com sua melhor amiga e a filha em Washington D.C, com um novo emprego, fazendo faculdade e com um n...