Capítulo 6

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Na quarta, três dias depois do nosso dia no zoológico, ninguém mais, ninguém menos que Jack apareceu lá em casa, assim como ele tinha prometido a Summer. E com uma droga de borboleta azul.

Erin não estava em casa, o que me fez lidar com a situação menos fisicamente.

- Vai embora. - falei assim que abri a porta e dei de cara com ele.

Já ia fechando a porta quando ele colocou a mão, impedindo-me de fechá-la.

- Eu prometi a Summer que viria, e eu vim.

- Sai daqui, Jack, por favor.

- Não.

- Eu tô pedindo por favor.

- Eu só quero ver a Summer.

- Ela não quer te ver.

- Tem certeza? Aposto que ela quer, principalmente quando vir o que eu trouxe.

Aquilo me ferveu o sangue.

- Você, por acaso, acha que vai conseguir consertar todos os problemas com presentes? – rebati num tom de voz raivoso.

- O quê? Não! - seus olhos se arregalaram e ele negou rapidamente. - Não é nada disso.

- Então o que é?

- Eu só quero dar um presente pra ela, assim como eu prometi, nada de mais.

- Me deixa fechar a porta.

- Não até você me deixar entrar e falar com ela.

- Eu não vou deixar.

- Eu espero até você deixar.

- Você vai acabar desistindo.

Aquela pequena frase fez as narinas dele inflarem e seu rosto se tingir de vermelho.

- Eu não vou desistir. - falou pausadamente.

- Prévios acontecimentos me fizeram tirar essa conclusão. - retruquei.

- Prévios acontecimentos aconteceram no passado, quando eu ainda era um moleque.

- Você ainda é um moleque. - rebati.

Ele parou. Respirou fundo.

- Eu só quero dizer oi, Ana. Por favor.

Ele quase me convenceu.

- Não. Eu preciso entrar, a Summer tá sozinha.

Pressionei mais a porta, mas ela nem ao menos saiu do lugar. Droga de músculos!

- Mãe, advinha o que eu achei?!

Escutei a voz de Summer inicialmente bem longe, vinda do quarto, mas à medida que ela ia falando, sua voz ficava mais próxima, e eu sabia que a qualquer segundo ela iria dar de cara com Jack.

Empurrei a porta com toda minha força, mas Jack apenas fez mais força, o que me faz cambalear pra trás e abrir o que faltava. No entanto, ele correu até mim, com os braços estirados, quando me viu quase caindo de bunda no chão, mas me recuperei a tempo de ficar estável de novo e bater com força sua mão na minha cintura.

- Oi, Jack!

Jack me olhou por mais dois segundos, de um jeito impassível, e virou a cabeça um pouco, já com um sorriso enorme, pra olhar a criança.

- Oi, princesa.

Ela veio até nós e também retribuiu o sorriso, o que me fez passar a mão no rosto impaciente.

4 Years of StruggleOnde histórias criam vida. Descubra agora