Capítulo 4

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'Cause you keep me coming back for more

And I feel a little better than I did before

And if I never see your face again

I don't mind

'Cause we got much further than I thought we'd get tonight

E minha abstinência de Adam Levine durou um mês, três semanas, quatro dias e treze horas.

Ou quase isso.

Saí da cama, me arrepiando quando meus pés descalços entraram em contato com o chão frio, vesti minha roupa íntima preta com detalhes vermelhos e renda que estava espalhada pelo chão e fui até um espelho de corpo inteiro para ver meu estado.

Meu cabelo tinha mil nós, o prendi em um coque bagunçado - que logo ia desfazer, mas por ora estava bom - e reparei no meu corpo, procurando algo de diferente.

- Eu não acredito Adam!

- Que foi? - me virei para ele indignada, ele me olhava com a cara amassada e cabelos bagunçados típicos de quem acabara de acordar.

Joguei, levemente, minha cabeça para o lado esquerdo mostrando a área arroxeada no me pescoço, ele apenas riu e deixou a cabeça tombar no travesseiro.

- Eu tenho que ir ao tribunal hoje! - me virei para o espelho, pensando em que rumo daria a aquele hematoma. - Terei que usar gola, nesse calor infernal vou ter que usar gola! O que vou dizer para o juiz?

- Diz a verdade. - me virei para a cama de novo, onde Levine me olhava com o sorriso cínico de sempre.

- Ah claro - pus as mãos na cintura - o juiz vai adorar ouvir: "Foi porque tive uma foda muito boa". - ele riu.

- Eu iria adorar ver a cara dele!

- Deixa de ser babaca - me virei para o espelho de novo, olhando outras marcas, essas sim poderiam ser escondidas. - Você nunca esquece? Nenhuma marca que pode ser visível, nenhuma marca que pode ser visível!

- Ok, ok. Mas é difícil se controlar, sabia? - fiz uma careta para o espelho, sei que ele pode ver pelo reflexo. - Relaxa, isso já vai estar melhor quando for para o tribunal. - Ri.

- Da última vez que você disse isso, demorou uma semana para desaparecer.

- Foi daquela vez do caso Raymond?

- Não, foi a do caso Stanford.

- Ah é, até que você foi atropelada - gargalhou alto.

- É - revirei os olhos e fui até a cozinha, preparei a cafeteira. Ok que era três da manhã, mas preciso de um café.

A cada passo meu corpo doía, partes estavam levemente doloridas, mas nada do que eu deveria reclamar.

Quando eu digo que aquele lugar é porco, é porque realmente é, sequer tem paredes além das obrigatórias que dividem um apartamento do outro e as do banheiro minúsculo. Ou seja, de qualquer parte que você estivesse - sala, quarto, cozinha - conseguiria ver o que acontecia nas outras partes. Da cozinha, perto da cafeteira, conseguia ver Adam na cama, tomando coragem e recuperando as forças para levantar.

Me virei e encostei no balcão, esperando a cafeteira avisar que o café estava pronto, Levine vinha na minha direção, devagar e sorrindo cinicamente satisfeito, foi até ao canto do balcão, abriu uma garrafa de Whisky - que já estava meio cheia - e despejou um pouco no copo que estava perto das garrafas.

Keep Me Coming Back (pt)Onde histórias criam vida. Descubra agora