Não dê ouvidos Maitê.

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Por um momento eu senti tudo tremer. Mas por que?
Uma sensação de estar sendo traída, um nó no estômago.
Olha para mais à frente, no corredor da escola, vejo o Lucas, se agarrando com a Melissa. Melissa=Minha arque-inimiga deis de, deis de sempre.
Eu prontamente segurei minhas lágrimas para que nem visse, e saí correndo, atropelando tudo à minha frente. Passei por eles, e ele me viu. Eu ainda ouvi alguém gritar, mas não dei ouvidos.

Chegando em casa, eu subi correndo para o quarto e tranquei a porta.
Minha mãe ainda perguntou;
-Filha, o que houve?
E não me permitiria contar tudo, tuuudo o que houve. Deis da casa do Lucas, à escola e os detalhes do beijo.
-Não houve nada mãe, só não estou muito bem. Gritei - É A TPM!
-Tudo bem então filha, se precisar de mim, só gritar.
Passei horas e horas no quarto.
Chegando as 18h da noite, eu ouvi a companhia tocar. Saí correndo em direção à porta, minha mãe estava com a mão na chave da porta, gritei;
-NÃO MÃE!
Ela me olhou, com um ponto de interrogação na cabeça e disse;
-O que isso Maitê, você nem sabe quem poderá ser na porta.
-SEI SIM, NÃO ABRA!
Encostei a cabeça na porta, e me agachei.
Ouvi bem baixinho através da porta;
-Maitê, você sabe que sou eu, abre a porta, quero explicar o que você viu.
-Não quero te ouvir Lucas, vai embora.
-Deixa eu te explicar o que aconteceu Maitê, por favor!
-Eu te dou 5 minutos, começando agora.
-Poxa, 5 minutos? Deixa eu entrar, eu te explico melhor olhando nos teus olhos.
Eu pensei, pensei muito. Mas como eu seria burra se abrisse a porta para ele entrar. Ele faria a jogada do olhar, eu ficaria caidinha por ele, e aí eu perderia a jogada. Nananinanão!
-Não Lucas, o que você quiser falar, que seja através da porta.
-Posso falar mesmo?
-Sim.
-Qualquer coisa?
-Sim!
-Então tá bom ...
Ele gritou;
-SABE ONTEM, O NOSSO B ...
-Não, não, não. Isso não Lucas!
-Mas eu não posso dizer qualquer coisa?
Ah, Maitê, deixa ele entrar, tudo bem. Você é forte!
Abri a porta. E lá estava ele. Com o cabelo bagunçado, uma blusa regata azul, de bermuda jeans e um tênis creme de cano alto.
-Obrigada por abrir a porta.
-Entra logo!
-Nossa, que grossa ...
E riu.
Nos sentamos no sofá da sala.
-Mãe, a senhora pode nos deixar a sós só um pouquinho? Ele precisa me falar algo importante.
-Ah, claro filha. Vou aproveitar e ir no mercado. Oi Lucas.
-Oi tia.
-Tchau Lucas (e riu).
-Tchau tia.
-Pode começar a falar Lucas.
-Tudo bem ... Me diz exatamente o que você viu.
-Você não sabe o que eu vi? Eu preciso falar?
-Eu não sei exatamente o que você viu, o que você viu pode não ter sido o que aconteceu.
-Mas eu vi, e não importa o que eu vi.
-Me diz o que você viu e eu digo o que eu vejo.
-Chega! Sem graça. Fala logo.
-Quando eu fui atrás de você, a Melissa viu. E a Melissa tem meio que uma queda por mim, ou só parece ter.
-Idai? ...
-Idai que, ela percebeu que eu gosto de você!
E então ela me beijou antes que eu entrasse na classe, porque a intenção dela, era fazer ciúmes para você.
-Como posso acreditar em você?
-Se você quiser, eu ligo pra ela agora e faço ela confessar.
Pegou o celular e balançou com a mão.
-Não precisa.
-Então você acredita em mim?
-Não quero acreditar. Mas acredito.
-Ufa ...
-Agora pode ir!
-Ah, mas assim? Cade a educação que eu te dei?
-Está lá fora, vai lá pegar.
-Espertinha. Você está muito bravinha minha linda, posso resolver isso pra você ...
-Nem me venha com suas conquistas.
-Então eu te conquisto?
E fez uma cara com expressão de safado.
-V-você? Sim, não, eu quis dizer não sei.
-Está nervosa Maitê?
E se aproximou, deixando meu corpo voar.
-Não, não estou nervosa. Por que eu estaria?
-Porque você está com medo de algo.
-Eu, com medo? Medo de que garoto?
-De eu ...
E me agarrou. Me deixando sem fôlego algum. Segurando a minha cintura, me beijando como se fosse a última vez.
Eu poderia ter dito "Não Lucas, eu não acredito AINDA, em tudo que você disse, faça o favor de ir embora já", mas ...
-Chega!
Me afastei.
-O que foi?
-Você não pode cometer burradas e chegar aos beijos depois.
-Verdade, não posso mesmo.
-Sim. Então?
-É, mas as burradas não vão acontecer de novo.
-Espero que não.
-Mas os beijos vão!
E me beijou novamente. Me envolvendo em seus braços, me dando coragem à tudo que eu poderia querer, me tirando da mente tudo o que passou, e assim eu fiquei, me deixei levar ...

ODEIO ESSE TAL AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora