Tudo se torna mais fácil.

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Depois do abraço dado pelo Lucas, ele disse que eu não precisava contar tudo o que aconteceu, só o necessário para livrar um pouco da minha dor. Em seguida nós subimos para nos despedir dos meninos e ele me acompanhou até em casa.

-Então você gostava muito dele? - Lucas perguntou

-Sim - Respondi

-E por que não disse a ele?

-Porque eu tinha medo, eu sei lá, algo me empatava de lhe dizer tudo o que eu sentia por ele.

Ou talvez o meu subconsciente, o meu abençoado subconsciente!

-Eu te entendo, sei completamente como é. Eu gosto de uma garota não faz tanto tempo, e eu tenho medo de falar pra ela porque talvez ela possa se magoar, ou sei lá, mas eu não quero perder ela e a amizade que temos.

Sério? Que maravilha. Eu acho que não sou a pessoa certa para ouvir desabafos vindo de alguém que me lembra o Lucas.

Depois do desabafo do Lucas, eu não falei mais nada e caminhamos assim, em silencio até chegar em casa. Chegando em casa;

-Então ... Tchau. - Disse ele dando um sorriso de lado.

-Quer entrar, tomar uma água? Sei lá. - Perguntei.

-Será que sua mãe não vai achar ruim?

-Claro que não! Se o meu pai aparecer você corre. - Eu ri.

-Tá falando sério? - Ele perguntou assustado.

-Não bobo, entra.

Ele entrou e nós fomos até a cozinha, peguei dois copos e fiz um suco para nós. Em seguida nós fomos para a sala e ficamos assistindo tv.

-Ah, é você. Que susto! - Disse minha mãe descendo as escadas.

-Desculpa não avisar que cheguei mãe, este aqui é o Lucas ... - Ela arregalou os olhos - Lucas Felipe, mãe.- Eu disse e ela ficou o encarando.

-Mãe?

-Desculpa, é que ele lembra o ... - Interrompi. - Sim, mãe.

-Mas não é! - Eu disse.

-Tudo bem ... Olá Lucas, desculpa os meus modos.

-Olá mãe da Maitê. Você que me desculpe por ter vindo sem avisar.

-Não, que isso. Será sempre bem vindo aqui. Bom ... Já que você está aqui Maitê, venho te avisar que eu e seu pai vamos sair e você terá que ficar com o seu irmão.

Eu amo meu irmão, ele é um doce, mas as vezes me faz perder a paciência. Mas é só deixar ele jogar no vídeo game e tá tudo certo!

-Ele chegou da escola agora a pouco e precisa fazer a lição, nada de vídeo game pra ele.

Shit! Desse jeito vai ficar difícil.

-Então eu já vou indo Maitê. -Lucas disse.

-Não quer ficar Lucas? A Maitê não gosta muito de ficar sozinha. -Minha mãe riu e eu lancei um olhar amedrontador pra ela. É, pelo menos tentei.

A um tempo atrás quando eu era mais nova, eu odiava lugares escuros, ficar sozinha ou até mesmos ficar no escuro com quem quer que seja. E depois que eu consegui vencer esse meu medo, minha mãe joga sempre no ar esse tal medo, joga tão no ar que me ameaça muitas das vezes.

-Acha que precisa de mim? -Lucas cochichou para que só eu escutasse.

-Acho que você será útil aqui. -Cochichei de volta a ele, com um sorriso.

Minha mãe e meu pai saiu, fiz a lição com o meu irmão junto ao Lucas e como já estava tarde, meu irmão subiu para seu quarto.

-Que horas são? - Perguntei ao Lucas que caçava o vento com o olhar.

-Nove e meia. - disse ele olhando para o relógio no seu pulso.

-Não está tarde pra você? - Perguntei.

-Está me expulsando Maitê? - Me olhou e fez um bico de tristeza.

-Claro que não! - Disse alto. - Só acho que sua mãe está preocupada.

-Minha mãe é tranquila. Menino bonito como eu na rua a essa hora é super normal! - Disse ele sacudindo a gola da camisa com um olhar sedutor.

-Convencido é muito pra você. -Eu disse revirando os olhos.

-Você não me acha bonito Maitê? Agora eu fiquei chateado. -Ele disse olhando pra baixo.

-Acho que você não é mais nem menos, só é você! -Se entre- olhamos e eu sorri.

-E o que isso quer dizer?-Perguntou ele.

-Como assim?

-Você acha que eu sou só eu, ou te lembro mesmo alguém que não seja eu?

Essa pergunta agora confundiu a minha mente, e eu sabia que um dia ele iria notar o meu ressentimento ao olhar ele. Mas, eu não posso evitar lembrar o Lucas, o outro Lucas, o primeiro Lucas! Mas de certa forma, esse Lucas é diferente, talvez só tenha nome e aparência iguais. Mesmo assim tudo se torna difícil, complicado e desajeitoso de explicar. Mas se não eu explicar o que vejo e o que sinto, como ele, novo na minha vida, irá saber?

-Eu acho que você será outro alguém!

ODEIO ESSE TAL AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora