A lembrança do seu rosto.

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Não diria nem sim, e nem não.
A vida pra mim sempre foi tão, minha vida vida e somente minha, entende?
Nada nunca dificultou o bastante para mim largar o que me tenha feito presa à algo em que eu não queira. Passei a aceitar, que a vida é assim, e nem que eu peça de joelhos para Deus, para que ele mude a minha história, ele vai mudar. Quero criar expectativas de um hoje, porque o amanhã nem sempre me agrada. Mas sabe quando, você sabe que o teu hoje vai se tornar o hoje, o amanhã e o um mini pra sempre? É, talvez eu posso sim, cometer erros bem feitos ...

Acordei, e me arrumei.
Sábado é um dia tão emocionante.
Mentira.
Mas hoje estava prestes à ser, pela primeira vez.

Garoto que me quer: Bom dia Maitêzinha, eu tava afim de sair hoje, ou slá, você vir aqui e a gente se afoga na piscina rs. Você vem? Por favorzinho :')

Nem tudo me convence, mas é um belo convite rs.
Eu as vezes não sei o que dizer à questão das mensagens dele, fico sempre sem reação, porque eu não quero, mas não quero jogar bem na sua cara que eu não quero.
Eu, com todas as certezas desses mundos existentes, não gosto do Lucas.
Mas, não quero falar pra ele, talvez isso tudo passe. Acredito que; 1) ele não goste de mim de verdade 2) isso tudo é da cabeça dele 3) ele precisa viver as coisas reais porque 4) ele não vai me ter.

Um mundo é uma das bases resistentes, e pra si viver, não precisa de alguém que cuide de você.
Eu não a quatro olhos da escola, fala sério, com que olhos as pessoas olhariam pra mim se soubessem que eu namoro com o Lucas? Negativo!
A insistência até leva à uma resposta clara, óbvia ou a uma escolha que parece ser certa, mas muitas vezes é a errada. Por causa da instância.
Eu sei que, se eu deixar essa chance passar, não vai custar o que eu tenho, do pouco que eu tenho.
Não vai custar, o "amor" que talvez exista em mim.
E sinceramente, eu não quero arriscar à dizer sim, para alguém que eu não gosto tanto.

Por fim respondi.
Você: Lucas, eu não quero apressar as coisas. Então, acho melhor evitar que tudo ocorra bem, gosto da sua amizade (e o beijo foi bom, na verdade, os beijos foram bons). Mas eu prefiro deixar que as coisas permaneçam do mesmo estado.

Garoto que me quer: Tudo bem Maitê ... Mas você ainda quer vir aqui? É que minha mãe vai sair hoje por dia todo, e eu não quero ficar só :-( vem?

Você: Ok, eu vou! Que horas é para mim ir?

Garoto que me quer: Vem agora? Eu estou indo te buscar.

Isso pode dar certo não é?

11h.

A campanhia toca. Imagino quem seja.
Abro a porta.

-Bom dia, Maitê?
-Bom dia, sim!

Para minha surpresa, não era o Lucas. É o meu vizinho, acho que o Henrique, mora à pouco tempo aqui.

-Desculpa vir aqui sem avisar, é que não havia outro meio para se comunicar com você (e riu vergonhosamente).

-Tudo bem.
Disse eu.
-Mas, o que gostaria?

-Eu soube que você estuda no Lunar. E gostaria de conversar de como é a escola, pois eu pretendo me mudar da escola em que eu estudava e se você pudesse me dar dicas ...

-Ah, claro.
-Vem aqui amanhã, depois das 14h, e nós conversamos sobre.

-Tudo bem. Obrigado e desculpa por incomodar.

-Imagina (e ri).
-Ah, quer o meu telefone? Caso você não possa vir ou por outro motivo.

-Sim, claro.
-Toma aqui.
E entreguei um papel com o meu número.
-Mais uma vez obrigado Maitê, tchau.

Em seguida, vi uma ambulância passando na rua, em alta velocidade. Pensei por um minuto em onde Lucas poderia estar, já que fazia quase uma hora em que ele falou que estava à caminho.
Tentei ligar para o seu celular, mas só caía em caixa postal. Bateu um desespero enorme, comecei a pensar coisas horríveis. Então decidi ir até a sua casa. Peguei minha bicicleta e fui.
No caminho, havia mais uma ambulância. Quando eu me aproximei vi uma bicicleta amassada, e um carro chapado em um poste de luz.
Meu coração a ponto de sair pela boca, decidi prosseguir o caminho, quando tocou meu celular.

-Alô?
-Maitê?
Ouvi uma voz de choro.
-É a mãe do Lucas.
-Sim. Pode falar, o que houve?
-Maitê, onde você está?
Meu coração agora sim estava à 10 batidas em cada segundo.
-Eu estava à caminho de sua casa, por que?
-Preciso que você venha até o hospital Brasília.
-O que houve Rose?
-Venha rápido.

Mudança de rumo.
Mas o que será que aconteceu? Algo com o Lucas ou com a mãe dele? Eu estava tremendo, com medo.
Chegando ao hospital.
Avistei a mãe do Lucas.
Ela veio até mim e me abraçou.
Chorando, e com a blusa do Lucas no braço.

-O que houve Rose?
-O Lucas Maitê. Ele estava indo para a sua casa, e um carro veio na contramão dele. Ele teve hemorragia interna e não resistiu ....

Minha mente saiu do ar pelo resto de suas palavras, e eu não consegui me manter em pé. Dali em diante tudo apagou e eu só conseguia ver o seu rosto como da última vez!

ODEIO ESSE TAL AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora